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SAÚDE

- Publicada em 29 de Outubro de 2014 às 00:00

Atenção frágil aumenta mortes por AVC


HOSPITAL MOINHOS DE VENTO/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
A sociedade parece estar percebendo que hábitos saudáveis contribuem para uma vida livre de doenças. Academias e restaurantes que estimulam o consumo de comidas livre de gorduras fazem sucesso entre homens e mulheres de todas as idades. Essa prática pode ser mais importante do que a população imagina, uma vez que, para a prevenção de doenças cerebrovasculares, a condução de uma vida regrada é fundamental. 
A sociedade parece estar percebendo que hábitos saudáveis contribuem para uma vida livre de doenças. Academias e restaurantes que estimulam o consumo de comidas livre de gorduras fazem sucesso entre homens e mulheres de todas as idades. Essa prática pode ser mais importante do que a população imagina, uma vez que, para a prevenção de doenças cerebrovasculares, a condução de uma vida regrada é fundamental. 
De aproximação silenciosa, o acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda doença que mais mata no Brasil. No mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 6,2 milhões de pessoas morrem por ano. Mais de 80% dos casos ocorrem em países de nível de desenvolvimento baixo ou mediano. Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde, o número de mortes causadas por doenças cerebrovasculares, em 2012, de pessoas com idade a partir de 30 anos foi de 7.663.
De acordo com a chefe do serviço médico de neurologia e neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento e presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, Sheila Martins, a alta mortalidade da doença se deve, principalmente, à falta de treinamento dos profissionais e ao mau atendimento nas urgências hospitalares. “É preciso que os profissionais da saúde ajam rápido. Não basta que o médico seja neurologista, ele precisa ser treinado para lidar com casos de AVC”, explica Sheila.
O Rio Grande do Sul é um dos estados mais equipados para tratar da doença. Somente em Porto Alegre e na Região Metropolitana, existem 15 hospitais habilitados a receber pacientes com AVC: Clínicas, São Lucas, Santa Casa, Conceição, Cristo Redentor e Moinhos.
Em 2012, o Ministério da Saúde (MS) lançou a portaria 665, que estabelecia critérios de habilitação de estabelecimentos como Centro de Atendimento de Urgência aos Pacientes com Acidente Vascular Cerebral no âmbito do SUS. A portaria também autorizava a realização de procedimentos, com uso de medicamento trombolítico, principal alternativa para evitar que os primeiros sintomas se agravem.  “É imprescindível que o tratamento seja recebido rapidamente. Quando o paciente recebe a medicação em até uma hora depois de os sintomas aparecerem, a chance de recuperação total é de 80%. Quando o atendimento leva mais de duas horas, a chance já cai para 50%”, pondera a médica.
A ideia de que o AVC é causado de maneira repentina é equivocada. De acordo com a OMS, 80% dos infartos de miocárdio e dos AVCs prematuros podem ser evitados. “A principal causa da doença é a pressão alta. Colesterol elevado, diabetes e o fumo também contribuem para que a doença possa se desenvolver”, esclarece Sheila. Como forma de evitar o desenvolvimento da enfermidade, a neurologista recomenda a prática de exercícios físicos regulares, o consumo de frutas e verduras e o controle dos fatores de risco, como a utilização de medicamentos para diabetes. Aos fumantes, abdicar do vício é fundamental. “O acidente vascular cerebral, muitas vezes, não é um acidente. Os sintomas são repentinos, mas ao analisar exames, um médico já consegue perceber quem está mais propenso.”
Sheila recomenda que, ao sentir os sintomas, a pessoa procure atendimento médico o mais rápido possível. Entre os possíveis indícios, estão a perda de força, a dormência em uma metade do corpo, a dificuldade para falar, para compreender a fala de terceiros ou para enxergar, tonturas, desequilíbrio, falta de coordenação e dores de cabeça fortes.

Tecnologia auxilia no combate à doença

Resultado de uma parceria entre o Centro Avançado de Neurologia e Neurocirurgia (Ceanne) e o Hospital Moinhos de Vento, foi instalada, em Porto Alegre, a primeira Central de Teleneurologia. Em junho, a instituição lançou o programa de telemedicina para pacientes com AVC, que é ligado à Unidade de Média Complexidade do Hospital Viamão. De acordo com Sheila, a telemedicina serve para atendimento rápido quando médicos especializados não estão presentes no hospital ou, inclusive, faltam na cidade.
“Existem cidades que não têm neurologistas. Sendo assim, o clínico pode consultar um neurologista do Moinhos de Vento por meio de um telão”, explica. O médico especialista pode ver o paciente e os exames realizados no Hospital Viamão. “Poucos minutos são necessários para que o paciente seja atendido.”
A neurologista elucida que, antes de a tecnologia ser disponibilizada, os pacientes precisavam ser transferidos para hospitais-referência. Para ela, no caso de doenças em que segundos contam para a prevenção de sequelas, o tempo usado na transferência do paciente acabava sendo definitivo.  De acordo com Sheila, até o final do ano, estima-se que o trabalho seja desenvolvido em mais hospitais do Interior.
Como forma de estimular a prevenção e a conscientização acerca da doença, a Secretaria Municipal de Saúde promove, no dia 1 de novembro, a 1ª corrida contra o AVC. O evento ocorre em alusão ao Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado hoje. O trajeto terá cinco quilômetros, e a corrida será realizada dentro do Parque da Redenção, com largada às 9h, próximo ao Monumento do Expedicionário. As inscrições para a corrida estão abertas até amanhã no site www.correndocontraoavcpoa.com.br.

Política nacional será focada no tratamento de doenças crônicas

A nova Política Nacional de Promoção da Saúde, lançada ontem pelo ministro Arthur Chioro, pretende promover melhorias no acesso à qualidade de vida e deter o avanço de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Entre 2010 e 2011, o índice de queda da mortalidade prematura por estas enfermidades foi de 3,8%.
O programa organizará ações voltadas para a prevenção dos fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo e má alimentação, e investimentos na qualificação da atenção e da assistência aos pacientes. Para Chioro, a política reforça o empenho do Ministério da Saúde em assegurar o acesso da população, sobretudo às mais vulneráveis, à educação em saúde, à melhoria da qualidade de vida e ao envelhecimento saudável.
O enfrentamento às DCNTs é um dos principais desafios de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde, elas respondem por cerca de 35 milhões de mortes ao ano. No Brasil, do total de óbitos em 2011 (cerca de um milhão de mortes), elas foram responsáveis por 74 mil, equivalente a 72%. Apesar do grande percentual, o País superou a meta estabelecida para a redução da mortalidade prematura por doenças crônicas, que era de 2% ao ano. Entre 2010 e 2011, o índice de queda (30 a 70 anos) por DCNTs foi de 3,8%. A expectativa é chegar a 25% em 2022.
A redução gradativa de 2% da mortalidade prematura é o objetivo principal do Plano de Ações de Enfrentamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis 2011-2022, que define estratégias intersetoriais e recursos para o enfrentamento dessas enfermidades no País. Os grupos de doenças considerados pela Organização das Nações Unidas (ONU) como prioritárias são as do aparelho circulatório, como isquemias, infarto e AVC; as respiratórias crônicas, como asma, rinite alérgica e doença pulmonar obstrutiva crônica; os cânceres; e diabetes.
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