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Eleições 2014

- Publicada em 24 de Outubro de 2014 às 00:00

Analista vê papel 'decisivo' em debate da TV Globo


Jornal do Comércio
Mesmo depois de Dilma Rousseff (PT) abrir vantagem sobre Aécio Neves (PSDB) nas últimas pesquisas de intenção de voto, o debate que acontece nesta sexta-feira (24) na TV Globo pode ser decisivo para a eleição presidencial. Isso porque os eleitores indecisos ou que pretendem anular o voto podem mudar de ideia ao assistir ao último embate do pleito. "Não tenho dúvidas de que, nesta eleição, os debates tiveram peso maior em relação a disputas anteriores. No primeiro turno, o debate da Globo teve papel decisivo para deixar Marina Silva (PSB) de fora", disse a socióloga especialista em pesquisas e debates eleitorais Fátima Pacheco Jordão. Segundo Fátima, a análise da audiência por minuto no primeiro encontro realizado pela Globo mostrou grande interesse, com praticamente metade do eleitorado assistindo a algum trecho do programa.
Mesmo depois de Dilma Rousseff (PT) abrir vantagem sobre Aécio Neves (PSDB) nas últimas pesquisas de intenção de voto, o debate que acontece nesta sexta-feira (24) na TV Globo pode ser decisivo para a eleição presidencial. Isso porque os eleitores indecisos ou que pretendem anular o voto podem mudar de ideia ao assistir ao último embate do pleito. "Não tenho dúvidas de que, nesta eleição, os debates tiveram peso maior em relação a disputas anteriores. No primeiro turno, o debate da Globo teve papel decisivo para deixar Marina Silva (PSB) de fora", disse a socióloga especialista em pesquisas e debates eleitorais Fátima Pacheco Jordão. Segundo Fátima, a análise da audiência por minuto no primeiro encontro realizado pela Globo mostrou grande interesse, com praticamente metade do eleitorado assistindo a algum trecho do programa.
Para a cientista política e professora da Ufscar, Maria do Socorro Braga, o último debate da campanha, que será realizado hoje, pode ter um impacto importante na corrida eleitoral. "A tendência é que o resto desses indecisos se definam nesse último debate", disse. Ela afirmou ainda que, mesmo que não haja elementos surpresas no confronto, o debate mais propositivo pode ajudar a formar opiniões e consolidar votos.
O cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marco Antônio Carvalho Teixeira lembra que o debate tem efeito essencialmente sobre a faixa de indecisos, nulos e brancos. A essa altura da corrida eleitoral e dada a polarização dos dois candidatos, é muito difícil que um eleitor da Dilma migre para o Aécio por conta do debate, ou vice-versa.
A disputa de 2014, contudo, foi marcada por um histórico peculiar. Começou impactada pela rejeição aos políticos, por causa das manifestações que reuniram milhares nas ruas em junho do ano passado, e contou até com a morte trágica de um dos candidatos no meio do caminho. "Foi uma corrida com grau de incerteza e volatilidade do eleitor altíssimos", avaliou Fátima.
Nesse contexto, o debate desta noite tem um papel estratégico nesta reta final. É também o último espaço de contato com o eleitor antes do pleito. Segundo Teixeira, qualquer situação de constrangimento que Aécio possa causar para Dilma pode "dar um gás" na sua candidatura. "Mas é preciso que ele produza fatos novos", afirma.
Diferentemente do último debate, a militância nas redes sociais tende a convencer menos os eleitores nesta reta final, principalmente por conta do "Fla-Flu" que domina o embate virtual. Para o doutor em Comunicação e professor de mídias sociais do Mackenzie Celso Figueiredo, o clima de "extremas paixões" nas redes sociais tende a ter uma repulsa por parte dos eleitores que ainda não se decidiu. "Uma pessoa que está indecisa a dois dias das eleições não se deixará levar por um discurso tão carregado de emoção e ira como o discursos que estão habitando a rede social nesse momento", avalia.
Figueiredo lembra que quando a campanha ainda estava em sua fase embrionária, o espaço destinado a temas políticos e aos candidatos era mais ligado ao humor. "No primeiro momento, ainda longe do primeiro turno, existia nas redes um processo de direcionamento a favor de um ou outro candidato muito a partir do humor, feito principalmente por memes", diz.
A construção do imaginário coletivo - seja positivo ou negativo - a respeito dos candidatos ficava a cargo dessas pessoas que divulgavam os memes. Quando os candidatos entraram mais ativamente nas redes, já mais próximo a realização das eleições, o humor se esgotou e ficou mais concentrado nos candidatos chamados de nanicos, explica o professor. "O humor migrou e também acabou. A rede social é um território de paixão extrema. O que se viu nas últimas três semanas nas redes foi a argumentação movida pela razão ser afogada por expressão emocional", afirma.
A socióloga Fátima Pacheco Jordão acredita que as redes sociais foram o canal prioritário para mensagens negativas e campanha de baixo nível, mas pontua também que há um potencial que a internet tem, de instigar o eleitor, que ainda é subavaliado. "As redes podem afastar, mas também instigar o eleitor a buscar informação. São também uma novidade positiva, que ajuda no processo de conhecimento dos eleitores e que pode pesar de uma maneira que ainda não sabemos mensurar", ponderou.
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