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Coluna

- Publicada em 24 de Outubro de 2014 às 00:00

Como são esses juízes


Jornal do Comércio
Algumas curiosidades reveladas, esta semana, pelo censo iniciado no início do ano pelo CNJ sobre a magistratura brasileira e respondido por 10,8 mil dos 16.400 juízes e desembargadores que atuam em todo o Brasil:
Algumas curiosidades reveladas, esta semana, pelo censo iniciado no início do ano pelo CNJ sobre a magistratura brasileira e respondido por 10,8 mil dos 16.400 juízes e desembargadores que atuam em todo o Brasil:
  • Nove entre 10 deles estão realizados com a sua opção profissional. Mas apenas 3.002 do total se disseram satisfeitos com seus ganhos (esse número deve estar mudando já, agora que toda a categoria passou a receber o surpreendente “auxílio-moradia”).
  • Entre 2002 e 2013, nenhum representante dos povos indígenas ingressou na magistratura.
  • O percentual de pessoas que possuem alguma deficiência física é de 1%.
  • 122 dos magistrados(as) se dizem casados ou vivendo em união estável com pessoas do mesmo sexo (não houve separação estatística por gênero, e a tabulação não revela se essa afinidade sexual/sentimental se dá entre colegas de profissão).
  • A Justiça do Trabalho é recordista em licenças remuneradas de magistrados por doenças ou acidentes. Em 2013, o índice nacional chegou a 21,5%; nos tribunais superiores, o percentual é de 5,1%.
Condenação de motoristas barulhentos
Três motoristas (Jesum Carlos Carvalho, Luiz Felipe Alves Pinto e Bruno Romeiro Prado) que trafegavam em vias públicas com som audível acima do permitido foram condenados ao pagamento de indenização por danos morais ao patrimônio público municipal, no valor de R$ 1 mil cada. A decisão é do TJRS, que atendeu ação civil pública proposta pelo Ministério Público.
A prefeitura de Santa Maria identificou os veículos com som audível acima do permitido, em perturbação do sossego público, em datas distintas. Os agentes verificaram que a média marcada no decibelímetro foi de 78,4 dB(A), acima dos limites legais.
Tanto a sentença proferida pelo juiz Paulo Afonso Robalos Caetano quanto a 1ª Câmara definiram que “o caso em questão ultrapassa a esfera do direito de vizinhança, alcançando amplitude maior, devendo ser analisado sob o ponto de vista do direito ambiental”.
O acórdão da 1ª Câmara Cível também analisou que “quem utiliza o automóvel para, com o ruído estridente e por puro exibicionismo, se divertir de modo ilícito, degradando o meio ambiente, perturbando e infernizando a vida dos outros, por certo dispõe de recursos que lhe permitem esbanjar”. Assim foi cassada a gratuidade judiciária.
Ainda que a cifra condenatória tenha sido extremamente modesta, vale o precedente. Os infratores começam a sentir no bolso.
A lamentar também a demora: a ação já tramita há cinco anos (Proc. nº 70058657230).
Musculação residencial
 O conselheiro Júlio Rabello, do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, é candidato forte a ser o “protagonista do ano”, como partícipe de um caso múltiplo de mordomia, abuso do erário, afronta à sociedade, falta de ética etc.
O jornal carioca O Dia mostrou - com ampla prova fotográfica - que Rabello e sua esposa recebiam, em casa, todas as manhãs, de segunda a sexta-feira, a personal trainer Alessandra Pereira Evangelista, para duas horas de aulas privadas de educação física.
Detalhe: Alessandra era assessora (cargo em comissão), desde maio de 2010, lotada no gabinete de Rabello, com um salário de R$ 9.547,68 mensais. Outro detalhe: cada conselheiro pode contratar até 20 pessoas como auxiliares, estagiários, assessores etc. Mais um detalhe: como conselheiro do TCE, Rabello julga contas públicas.
O MP vai, agora, investigar se, no TCE-RJ, a bem remunerada Alessandra era fantasma. Adivinhem!...
Caindo na armadilha virtual
O australiano Scott Robert Hansen se tornou na terça-feira (21) o primeiro homem condenado por pedofilia como resultado de uma operação que usou uma armadilha virtual. Nela, um funcionário de uma ONG holandesa que combate internacionalmente a pedofilia fingiu ser uma menina de 10 anos das Filipinas, que dizia ser apelidada de Sweetie (“docinho”). A “isca” foi mordida por 71 homens, um dos quais do Brasil.
Juntadas todas as provas, a ONG encaminhou o caso à polícia australiana, que abriu inquérito, logo concluído e encaminhado à Justiça. O homem foi condenado esta semana a dois anos de prisão pela pedofilia virtual. A sentença afirmou que “o fato de a vítima Sweetie não ser real é irrelevante para a condenação de Hansen, já que se ele agiu do modo abjeto, acreditando que era uma menina – então a lei precisa ser cumprida, para prevenir atos reais de delinquência”.
Só de cuecas
O TST aumentou de R$ 2 mil para R$ 20 mil o valor da indenização que a Editora Alterosa Ltda., de Contagem (MG), pagará  a um trabalhador que era obrigado a ficar só de cuecas, todos os dias, no ambiente de trabalho. A exposição era para verificar se ele portava cartões de crédito impressos pela empresa.
Era exigida a retirada da roupa quatro vezes ao dia: no início e fim do expediente, e na entrada e saída do intervalo intrajornada. Os trabalhadores precisavam passar por um corredor de vidro espelhado, sob a análise de seguranças.
Para a empregadora “o procedimento adotado é considerado natural e decorre do poder diretivo, uma vez que o trabalhador foi contratado para atuar no Departamento de Impressão de Cartões Plásticos, onde eram produzidos cartões bancários, de crédito e débito, entre outros “dinheiros eletrônicos”. (Proc. nº 3031-40.2011.5.03.0032).
Pai versus filha
O TJ de Santa Catarina confirmou a essência de sentença que havia extinto o dever de prestar alimentos de um pai em relação à filha, então com 16 anos, pelo fato de a jovem mulher viver em união estável e já ser mãe de uma criança. O julgado, porém, afirmou “não ser correto afirmar que a união estável equipara-se ao casamento para efeitos de emancipação, de sorte a ocasionar a extinção do poder familiar e, consequentemente, do dever de prestar alimentos”. O acórdão refere que a jovem filha – embora matriculada – não apresenta frequência escolar e aproveitamento respectivo. A conclusão da câmara é de que ela somente se matricula nos cursos para demonstrar a condição de estudante e assim garantir o recebimento da pensão. Nestes termos, cessou o pensionamento na data do 18º aniversário em janeiro último. “Se, por um lado, os alimentos destinam-se ao custeio das necessidades básicas da prole, por outro, não podem servir de estímulo à ociosidade ou à perpetuação de uma situação confortável”, finalizou o acórdão (Proc. nº 2014037431-7).
Aberrações de julgamentos secretos
Em resposta à consulta realizada pela OAB do Rio de Janeiro, a respeito da constitucionalidade de “julgamentos públicos secretos” realizados pelas Delegacias da Receita Federal do Brasil, o jurista Eurico Marcos Diniz de Santi emitiu parecer em defesa da abertura daquelas repartições públicas para contribuintes e advogados. Para o especialista em Direito Tributário, “juridicamente é insustentável e moralmente comprometedor que a Administração Tributária oculte seus atos de aplicação, julgamento e decisão realizados nas esferas de 1ª instância administrativa, esquivando-se de tornar públicos seus próprios critérios de interpretação e concretização do Direito.
O trabalho jurídico conclui que “informações coletadas por servidores públicos, à custa do público, são propriedade do público, assim como cadeiras, prédios e outros bens materiais usados pelo governo”.
Devagar se vai ao longe

Ciclistas protestaram contra atropelamento coletivo na Cidade Baixa. Marcelo G Ribeiro/JC
Mais uma da série “essa-lentíssima” justiça brasileira: passados três anos e oito meses do atropelamento (25.02.2011) de vários ciclistas na Cidade Baixa, em Porto Alegre, o julgamento do acusado Ricardo José Neis, técnico do Banco Central, ainda não tem data para acontecer.
Embora agravos e recursos especiais aos tribunais superiores não tenham efeito suspensivo - a Vara do Júri de Porto Alegre aguarda duas decisões superiores para que Neis seja levado, ou não, ao banco dos réus, por 11 tentativas de homicídio.
Um agravo do motorista atropelador e um recurso especial do Ministério Público estão no STJ, desde 27 de janeiro deste ano, no gabinete do ministro Rogério Schietti Cruz (REsp nº 1430435).
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