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Opinião

Artigo

- Publicada em 24 de Outubro de 2014 às 00:00

Riscos na proteção contra inundações


Jornal do Comércio
Por anos, trabalhei com obras contra a inundação em diversas áreas do Estado, fui coordenador e chefe do projeto das obras contra inundações no Vale do Rio dos Sinos, onde comecei e terminei a construção das obras em São Leopoldo. O Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) iniciou as obras em outubro de 1974, quando assumi a chefia do projeto concluindo nossa parte em 1990. O sistema executado pelo DNOS, inclusive com ajuda de estudos em modelo reduzido feito pelo IPH da Ufrgs, foi contemplado com reserva de amplas áreas para passagem das cheias, bem como de lagos internos para evitar problemas de bombeamento.
Por anos, trabalhei com obras contra a inundação em diversas áreas do Estado, fui coordenador e chefe do projeto das obras contra inundações no Vale do Rio dos Sinos, onde comecei e terminei a construção das obras em São Leopoldo. O Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) iniciou as obras em outubro de 1974, quando assumi a chefia do projeto concluindo nossa parte em 1990. O sistema executado pelo DNOS, inclusive com ajuda de estudos em modelo reduzido feito pelo IPH da Ufrgs, foi contemplado com reserva de amplas áreas para passagem das cheias, bem como de lagos internos para evitar problemas de bombeamento.
Ocorre que o abandono do sistema pelo Estado e pelas prefeituras que receberam o sistema para operação e manutenção, hoje é uma realidade. As prefeituras não têm corpo técnico nem interesse na manutenção das obras devido ao alto custo.
Nos sistemas contra inundações na Grande Porto Alegre, a manutenção é feita com paliativos, quando a imprensa ou algum técnico faz a denúncia. Ocupações e construções ao longo dos diques sem que haja uma fiscalização sistemática por especialistas podem colocar todo um sistema em risco.
Na divisa de São Leopoldo e Novo Hamburgo, o projeto previu um grande lago para amortecer as vazões geradas pela chuva interna, reduzindo desta forma o número de bombas de 25 para cinco, no entanto, sem aumentar o número de bombas, a metade do lago foi aterrada pela prefeitura de São Leopoldo para construção de habitações populares, provocando inundações internas após cada chuva e colocando o sistema de diques em constante risco de ruptura. Caso rompa, milhares de vidas estarão jogadas à própria sorte.
O rompimento recentemente do dique Sarandi foi por falta de altura, e a ocupação da área é desleixo da prefeitura, que não respeita o parcelamento do solo (Plano Dirtor) e desconhece o projeto dos diques. Até agora, os prejuízos foram só materiais.
Devido à constante omissão e ignorância técnica, vejo com preocupação e ato de irresponsabilidade por parte do governo do Estado a licitação de estudos para obras de proteção para Alvorada, Eldorado do Sul, Montenegro e São Sebastião do Caí, pois continuarão sem atenção por parte dos administradores. A disciplina do uso das áreas inundadas não está prevista, nos estudos em andamento. A omissão custa caro e seus autores devem pagar por seus atos.
Engenheiro civil
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