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Coluna

- Publicada em 24 de Outubro de 2014 às 00:00

Afinidade, gentileza, culpa e reparação


Jornal do Comércio
O conto do covarde (Editora Bertrand Brasil, 378 páginas, tradução de Sibele Menegazzi), romance da escritora inglesa Vanessa Gebbie, foi considerado, não por acaso, um dos melhores lançamentos de 2011. Com suas muitas qualidades, uma passagem do romance venceu o prestigiado prêmio Novel in a year do jornal Daily Telegraph. Autora de duas coletâneas de contos, muitos premiados, Vanessa vive atualmente em Sussex, na Inglaterra. O conto do covarde, narrativa que trata de afinidade, gentileza, culpa e reparação, é dessas histórias que permanecem na mente dos leitores e que chegam, mesmo, a mudar a vida deles.
O conto do covarde (Editora Bertrand Brasil, 378 páginas, tradução de Sibele Menegazzi), romance da escritora inglesa Vanessa Gebbie, foi considerado, não por acaso, um dos melhores lançamentos de 2011. Com suas muitas qualidades, uma passagem do romance venceu o prestigiado prêmio Novel in a year do jornal Daily Telegraph. Autora de duas coletâneas de contos, muitos premiados, Vanessa vive atualmente em Sussex, na Inglaterra. O conto do covarde, narrativa que trata de afinidade, gentileza, culpa e reparação, é dessas histórias que permanecem na mente dos leitores e que chegam, mesmo, a mudar a vida deles.
Mesclando emoção, sensibilidade e técnica narrativa apurada, a autora faz o leitor se sentir parte dos acontecimentos, rindo, chorando ou surpreendendo-se. O menino Laddy Merridew foi enviado para morar com a avó em uma pequena comunidade do País de Gales. Lá, inicia uma improvável amizade com Ianto Passchendaele Jenkins, o mendigo contador de histórias da cidade que é guardião do legado da Gentil Clara, uma antiga mina da região que explodiu há muitos anos e que deixou marcas nas gerações futuras. Através das histórias do amigo, o menino é envolvido pelo passado da cidade e pelos enigmas do presente.
Por que Ícaro Evans, o professor de marcenaria, passa a maior parte da vida tentando fazer folhas de madeira capazes de flutuar? Por que Tsc-Tsc Bevan, o papa-defunto, quer encontrar um caminho com linha reta que corte a cidade? Por que James Little, o cobrador de gás, cava sua horta à noite? E por que o limpador de janelas Judah Jones leva folhas de outono para uma capela vazia? Esses e outros homens da cidade, bem como as mulheres que os geraram, as que casaram com eles e as que lamentaram suas mortes estão na comovente e, por vezes, bem-humorada narrativa, interligados pela tragédia de Gentil Clara e pela misteriosa figura de Ianto Jenkins.
Lealdade, perda, traição, amor, afinidade, sustos, gentileza, culpa e reparação são os componentes da fascinante colcha de retalhos que brota das histórias contadas pelo mendigo Jenkins, um covarde assumido, que será amigo de Laddy Merridew, um menino assumidamente chorão.
Os leitores vão gostar da perspicácia das palavras, que ressalta a doçura, e da generosidade da narrativa, gerada a partir do sofrimento da perda.

Lançamentos

  • Maria volta ao bar, coletânea de crônicas organizada pelo escritor, baterista, compositor e publicitário Rubem Penz, traz textos dele e de Roberto Marques, Gerson Kauer, Luciana Farias, Zulmara Fortes, Mariana Marimon, Linda Grossi, Dora Almeida, Vanessa Conz, Tiago Pedroso e Felipe Basso inspirados na obra do genial cronista carioca Antônio Maria, que marcou o gênero. Os autores são oriundos da oficina literária Santa Sede, ministrada por Rubem Penz na mesa do Apolinário, Cidade Baixa, o bairro mais boêmio da Capital. Buqui, 152 páginas, www.buqui.com.br
  • A ficção na Psicanálise - passagem pela outra cena, com organização de Lucia Serrano Pereira, traz textos dela e de Luís Augusto Fischer, Diana Corso, Robson Pereira, Kathrin Rosenfield, Pedro H.Tavares, Enéas de Souza, Ana Costa, Edson Souza, Mario Corso, Elida Tessler, Lawrence Pereira, Maria Cristina Poli, Sonia Ogiba e Marieta Madeira sobre fantasia, realidade, cinema, imagem, escrita, psicanálise, relação escritor-criação, a figura do poeta, o contemporâneo, a escuta e vários outros temas. Instituto Appoa, 384 páginas, telefone (51) 3333-2140.
  • Junho de 2013 - A sociedade enfrenta o Estado, organizado por Rubens Figueiredo, traz uma coletânea de trabalhos sobre os movimentos considerados uma das mais importantes manifestações populares no Brasil. Mesmo sem causas e líderes definidos, os protestos marcaram um momento de reivindicações intensas. Denis Rosenfield, Bernard Sorj, José Nêumanne Pinto, Marcelo S. Tognozzi, Ney Figueiredo, Roberto Macedo, Rogério Schmitt e Tulio Kahn são os autores responsáveis pela abordagem multidisciplinar da matéria, que enriquece a obra. Summus Editorial, 160 páginas.
  • Duas vezes na floresta escura, do premiado professor gaúcho Caio Riter, traz uma sedutora narrativa infantojuvenil. Susana é uma adolescente que se muda - contra sua vontade - para uma pequena cidade do Interior, vinda de Porto Alegre. Lá, terá que reaprender a conquistar amigos e espaço. A vidinha insuportável no início se modificou. Susana e os novos amigos Bethânia, Caetano, Nicole e César, que adorava espiar os outros, vão se envolver na solução de um crime bárbaro que aconteceu no local, mudando tudo. Editora Gaivota, 160 páginas, www.editoragaivota.com.br.
  • E palavras...

    Eleições 2014. Diga lá, meu Deus!
    Pois é, Mr. Phillipson, nós também procuramos entender o que está acontecendo por aqui, nestas trepidantes e mutantes eleições de 2014. Se para o senhor, que é estrangeiro e experiente brasilianista, não está fácil entender o panorama nacional, imagine para nós, envolvidos racional e emocionalmente com a coisa e sofrendo, tantas vezes, os efeitos da miopia da proximidade. Está difícil. Estamos divididos e, por vezes, os divididos de um lado se bandeiam, de uma hora para outra, para a outra banda. Nulos, indecisos, abstenção, votos de último minuto, não é mole. Haja instabilidade e fragmentação pós-moderna. Metamorfose ambulante é coisa do passado, estamos agora em tempos de metamorfose volátil, no mínimo.
    Os analistas políticos, os historiadores e os institutos de pesquisas, ao invés de nos fornecerem alguma luz, na maior parte do tempo nos deixam ainda mais atarantados, com suas dúvidas, incertezas, entrelinhas e margens de erro. As estranhas e por vezes inexplicáveis coligações, os anúncios, acordos e apoios de última hora, as notícias e tudo o mais, nos deixam numa situação de querer opinar. Se ficamos quietos, é porque estamos em cima do muro; se opinamos, aí é risco de perda de amizades e afetos. Complicado.
    Neste domingo, após mais acontecimentos, verdades, inverdades, nascimentos, mortes, denúncias e até anúncios de alguma coisa em termos de planos de governo, vamos, democraticamente, às urnas, que, esperamos, estejam em boas condições e reflitam exatamente o conteúdo dos votos nelas depositados. Ainda bem, ainda bem que estas eleições têm data para terminar. Ninguém aguenta mais.
    Após as lutas eleitorais, os feriados, as festas de fim de ano, do verão e do carná, no início efetivo de 2015, lá por março, acho que precisaremos fazer um esforço mínimo de união em torno do que interessa ao Brasil e aos brasileiros.
    Agora, é tentar votar com os possíveis amor, razão, emoção, humor, paciência, gana e paz e brigar o mínimo que der com o próximo, por causa dessas políticas e políticos. Eles, como todos  nós, sabem que o parto do Brasil é demoradíssimo, que esse País não é para principiantes e que, quase sempre, é bem mais fácil amar o Brasil do que tentar entender suas intermináveis mazelas. Tomara que, ao fim e ao cabo, aconteça o melhor para todos, “ditos” vencidos e vencedores, mas irmãos nascidos na mesma terra tropical, graças a Deus, ele também brasileiro. Em quem será que ele vai votar? Diga lá, meu Deus! (Jaime Cimenti)

    E versos...

    Confiança
    Os amantes levam no bolso
    um guia turístico
    para a eternidade.
    Eles sabem
    que todas as pousadas
    lhes esperam
    e que se várias vidas
    tiverem,
    em cada uma delas,
    estarão entrelaçados.
    Luiz Coronel em Vou atar meu coração na cauda d’uma pandorga - Editora Gazeta
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