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Reforma Política

- Publicada em 23 de Outubro de 2014 às 00:00

Reforma não solucionará problemas, avalia Ferraz


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O cientista político Francisco Ferraz fez duras críticas a uma eventual reforma política no Brasil, apresentando as 12 alterações pelas quais o atual sistema político brasileiro passou de 1930 até 1988, quando foi redigida a Constituição Federal que está em vigor.
O cientista político Francisco Ferraz fez duras críticas a uma eventual reforma política no Brasil, apresentando as 12 alterações pelas quais o atual sistema político brasileiro passou de 1930 até 1988, quando foi redigida a Constituição Federal que está em vigor.
“A cada cinco anos, foram realizadas radicais mudanças, por isso quando falam em reforma política, eu não acredito, pois vai ser só mais uma. Todos os partidos são a favor, então é óbvio que não vai sair nada de bom”, analisou Ferraz, que criticou a judicialização da política.
“Se transfere para o Judiciário os problemas políticos. Não se pode corrigir lei com outra lei.” Ferraz foi o palestrante da tradicional reunião-almoço Tá na Mesa, da Federasul, realizada na manhã de ontem. Ele falou sobre o tema “Como construir uma democracia com os valores errados”.

Na avaliação do cientista político, é necessário compreender o que está funcionando no País e o que não está, além de investir em educação e cidadania. Ele também criticou a cópia que alguns políticos propõem de sistemas partidários presentes em outros países, além de rechaçar a ideia de um plebiscito. “Hitler chegou ao poder através de um plebiscito, Mussolini também. Nós elegemos representantes de forma livre e entregamos a eles o poder de decidir por nós”, disse.

Na entrevista coletiva que antecede a palestra do Tá na Mesa, Ferraz respondeu questionamentos sobre o atual cenário político e eleitoral do País e do Estado. O cientista político disse não acreditar em má-fé dos institutos de pesquisa, que foram criticados no primeiro turno por terem errado diversos resultados.

Autor do livro “Manual completo de campanha eleitoral” e consultor em diversas campanhas, Ferraz analisou os ataques entre os candidatos, que se tornaram frequentes nesta eleição. “O problema é a intensidade da agressividade. Agressões de natureza pessoal, familiar são muito perigosas, agressões com relação à carreira política não são tão perigosas, mas não são também tão eficientes”, avalia.

Ferraz também criticou a ineficiência dos partidos em renovarem seus quadros. “É preciso transferir poder, é preciso aceitar que os jovens erram e que têm condições de aprender com os seus erros. Os partidos têm dificuldades de fazer isso, porque ninguém gosta de perder poder”, afirmou.