Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

CONJUNTURA

- Publicada em 22 de Outubro de 2014 às 00:00

Carnes, luz e gás puxam prévia da inflação


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
A prévia da inflação oficial subiu 0,48% em outubro. Carnes, energia elétrica e gás residencial pesaram no bolso das famílias, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao divulgar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15). Os gastos com alimentação e habitação concentraram cerca de 60% da inflação do mês.
A prévia da inflação oficial subiu 0,48% em outubro. Carnes, energia elétrica e gás residencial pesaram no bolso das famílias, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao divulgar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15). Os gastos com alimentação e habitação concentraram cerca de 60% da inflação do mês.
Embora a taxa de outubro tenha vindo praticamente no piso das estimativas de analistas de mercado, não altera o cenário para a inflação, dizem analistas, que seguem projetando que o IPCA encerrará o ano próximo do limite superior da meta fixada pelo governo, de 4,5%, com dois pontos percentuais de tolerância. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 registra 6,62% até outubro, acima do limite superior de 6,5%.
“Foi uma alta muito concentrada em alimentação e habitação, que a gente já esperava. Os aumentos confirmaram essa tendência observada no último mês e meio”, disse Flávio Combat, economista-chefe da corretora Concórdia, que manteve a previsão de inflação de 6,4% no encerramento de 2014.
Os gastos com Alimentação e Bebidas aceleraram o ritmo de alta de 0,28% em setembro para 0,69% em outubro. O destaque foi o aumento de 2,38% nos preços das carnes, que tiveram o mais elevado impacto individual no IPCA-15 do mês, uma contribuição de 0,06 ponto percentual. Os preços das carnes já vinham subindo nos últimos meses, por causa da entressafra e da alta nas cotações, diante da expectativa de um aumento das vendas do Brasil para a Rússia, após embargos econômicos impostos pelos Estados Unidos e pela União Europeia, na esteira da crise na Ucrânia.
Outros itens que tiveram aumentos significativos foram a cerveja (3,52%), o frango (1,75%) e o arroz (1,35%). O economista Marcel Caparoz, da RC Consultores, vê com preocupação os reajustes de preços de alimentos. “A inflação permanece pressionada, o que reforça os sinais de preocupação. A tendência é que nos próximos meses a taxa venha até mais forte, com risco de o IPCA ficar acima de 6,5%”, disse o economista, que ainda projeta 6,45% para o ano.
A despeito do comportamento benigno de alguns itens alimentícios, Caparoz ponderou que esses produtos têm um peso menor no indicador, enquanto as carnes influenciam mais a inflação. “Batata e ovo, por exemplo, estão caindo, mas quase tudo está subindo”, completou.
Outro fator que reforça o viés negativo para a inflação em 2014 é a quantidade de itens que ficaram mais caros, medido pelo índice de difusão. “Houve piora no índice de difusão, que saiu de 61,13% no IPCA de setembro para 64,3% no IPCA-15 de outubro”, disse a economista Adriana Molinari, da consultoria Tendências.
Já a inflação de serviços mostrou estabilidade, mas ainda acumula forte elevação em 12 meses, passando de 8,6% no IPCA-15 de setembro para 8,59% em outubro, segundo cálculos do banco Besi Brasil.
Além da cautela em relação à inflação de alimentos, o setor de serviços segue resistente e gerando pressão inflacionária, disse o economista. Segundo ele, o grupo continua rodando na faixa de 8% e não dá nenhuma indicação de que irá convergir para a meta, de 4,5%. “Com a economia mais fraca e o emprego crescendo menos, a expectativa é que leve a uma demanda menor por serviços. Os sinais são de menor pressão de serviços”, avaliou.
Já os preços livres, disse Caparoz, podem desacelerar, na contramão dos administrados, que estão voltando com força. “Os monitorados chegaram a acumular 0,9% em 12 meses no ano passado, influenciados pela redução da energia elétrica, do reajuste.”
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO