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Coluna

- Publicada em 17 de Outubro de 2014 às 00:00

Romance inédito de Jack Kerouac


Jornal do Comércio
O mar é meu irmão & outros escritos (L&PM Editores, 512 páginas, R$ 59,00, tradução de Rodrigo Breunig) apresenta o primeiro romance do autor do clássico revolucionário On the road, recentemente adaptado para o cinema com sucesso. Até hoje inédito no Brasil, O mar é meu irmão foi inspirado nos oito dias a bordo de um navio da marinha mercante norte-americana, o SS Dorchester, em 1942, quando Kerouac tinha apenas 20 anos. O manuscrito foi resgatado recentemente, depois de muitas décadas na gaveta.

O mar é meu irmão & outros escritos (L&PM Editores, 512 páginas, R$ 59,00, tradução de Rodrigo Breunig) apresenta o primeiro romance do autor do clássico revolucionário On the road, recentemente adaptado para o cinema com sucesso. Até hoje inédito no Brasil, O mar é meu irmão foi inspirado nos oito dias a bordo de um navio da marinha mercante norte-americana, o SS Dorchester, em 1942, quando Kerouac tinha apenas 20 anos. O manuscrito foi resgatado recentemente, depois de muitas décadas na gaveta.

A narrativa foi escrita sete anos antes de Cidade pequena, cidade grande, o primeiro romance de Kerouac publicado. A história de O mar é meu irmão trata de dois homens cujas vidas se cruzam durante uma viagem rumo à Groelândia: Bill Everhart, um acadêmico entediado que anseia por um mundo além dos livros, e Wesley Martin, um marinheiro solitário e taciturno, apaixonado pelo mar.

Na imensidão vazia do Atlântico Norte, estes dois personagens, em meio a brigas, bebedeiras, perigos e discussões filosóficas, vão descobrir uma amizade tão poderosa e profunda quanto o oceano que os cerca. Antes de se tornar um dos maiores nomes da geração beat, Jack Kerouac foi, de fato, marinheiro.

O estilo do romance é diferente da prosa espontânea kerouaquiana que o mundo veio a conhecer e celebrar. O mar é meu irmão mostra um escritor em desenvolvimento, à procura da própria voz e já enfrentando os temas que seriam, depois, centrais em sua obra: a amizade, o desejo de superar as limitações sociais e, é claro, a experiência da viagem como busca existencial.

No volume lançado, cuidadosamente editado por Dawn M. Ward, especialista em geração beat, além do romance perdido e inédito, estão textos e desenhos da juventude do próprio Kerouac, além de cartas e poemas trocados com Sebastian Sampas (1922-1944), seu grande amigo de infância e adolescência.

Como se vê, os leitores brasileiros agora dispõem de uma obra fundamental para compreender um dos mais originais ícones da cultura norte-americana, em que está o testemunho de um escritor ainda em formação, mas já mostrando a vibração e a intensidade que caracterizaram obras como Os vagabundos iluminados; Big Sur; Visões de Cody e Os subterrâneos, todas já publicadas pela L&PM Editores.

Lançamentos

  • Perto dos olhos, do escritor, filósofo e cronista Gilmar Marcílio, radicado em Caxias do Sul, tem apresentação do jornalista e escritor Marcos Fernando Kirst e traz seis dezenas de textos que o autor publicou semanalmente na imprensa da Serra Gaúcha. Com sensibilidade, erudição, clareza e sutileza, Gilmar fala de amizade, amor, sinceridade, velhas tias, velhice e juventude, felicidade, imaginação, delicadeza, corpo, consciência, sexo e muitos outros temas de nossos interesses cotidianos. As crônicas mesclam bem comentários filosóficos e fatos do dia a dia. Editora Belas-Letras, 216 páginas.
  • Ter saudade era bom, da jornalista e escritora Moema Vilela, mineira radicada em Porto Alegre, traz contos sobre personagens presos no presente. Eles sentem que ter saudade era bom e têm vontade de ter algo para recordar, bem como escreveu Reginaldo Pujol Filho na apresentação. Bijuzinha, o cunhado do Zizi, o Larzo e a adolescente feminista, esforçada em ser cientista, que tem o apelido de Copérnico, são alguns dos protagonistas das histórias, que são contadas com criatividade e ousadia narrativa. Dublinense, 160 páginas.
  • O anti-Maquiavel, de Frederico II, o Grande (1712-1786), um dos monarcas mais notáveis da história da Europa e o mais próximo dos filósofos iluministas, é considerada a obra que melhor refutou as ideias do lendário Maquiavel, sobretudo no clássico O Príncipe. Frederico II entendia, a exemplo de muitos antimaquiavelistas, que o pensador florentino propunha uma política da dominação, do excesso e da desmedida, ao mesmo tempo em que fazia a apologia da impostura, da mentira e da ilusão. WMF Martins Fontes, 174 páginas.
  • Bíblia GPS permite uma verdadeira navegação pelo texto bíblico, elucidando passagens através da cronologia das histórias. O leitor faz a interligação entre os diferentes acontecimentos. É um guia para o leitor se encontrar nas Escrituras Sagradas. Ele pode saber quando Moisés e Abraão viveram e que relação existe entre o Antigo e o Novo Testamentos, por exemplo. Com páginas duplas, nas quais o leitor sabe onde está naquele momento, será fácil saber os pontos da Bíblia e os da grande história de Deus com o ser humano. Sociedade Bíblica do Brasil e Editora Esperança, 1.728 páginas, R$ 69,90.

E palavras...

Pois é, queridos leitores, prefiro não escrever e opinar errado em cima das transparentes margens de erro das pesquisas eleitorais. Me poupo e economizo você, já estonteado pelos números dos institutos vários. Deixo as previsões imprevisíveis para os competentes analistas políticos e econômicos e para os espertos guris do Manhattan Connection, que afirmam que as eleições podem dar em uma coisa ou outra, com três, quatro ou cinco pontos para cá ou para lá, dependendo das últimas notícias, tendências, mortes, nascimentos e escândalos. Pois é, não me atrevo nem a ser profeta do ontem e menos ainda do dia de hoje. Deixa para lá. Prefiro zen opinião, hoje.
Falar de crise econômica nacional e internacional não estou a fim. Economia? Prefiro outro tipo de ficção. Literatura de ficção. Falando nisso, se nem o francês Patrick Modiano, Nobel de Literatura de 2014, sabe por que ganhou o prêmio, como é que eu, modesto cronista de aldeia, vou saber de alguma coisa? A moda é não saber de nada. Tô dentro! Não sei, não vi, não ouvi. O Modiano saiu caminhando por Paris, de certo achando que Proust é um pouco maior que ele, mas não muito.
Bom, nessa segunda-feira, faço de conta que não tenho assunto e certezas, dou uma enrolada básica, mas sei, estou certíssimo de uma coisa. Os ventos de outubro, graças a Deus, levam as rinites, sinusites, bursites, artrites e outras ites do inverno. Inverno que nem foi tão longo e tenebroso, como costumava ser antes do discutível aquecimento global. Tudo é discutível, hoje, principalmente a própria discussão e os métodos de discussão. É mole?
Indiscutível o mel, o caramelo e o chocolate que o sol vai pintando na pele das cada vez mais lindas gaúchas, que vão usando menos roupas e preconceitos e frequentando mais e mais os bares, os restaurantes, as casas noturnas, os templos e os parques. Deus foi generoso com o paralelo trinta. Seja louvado! Aleluia!
Nesta primavera-eleições 2014, tudo vai desabrochar, como de costume. Os variados botões vão se abrir. Até a galera da quarta idade e os maridos estereofônicos - aqueles de baixa frequência, alta fidelidade e potência modulada - vão reflorir, com ou sem aditivos azuizinhos. Na Feira do Livro, brochura será apenas o processo de encadernação que utiliza capa flexível, colada e/ou costurada ao miolo do livro pela lombada ou o livro encadernado por esse processo.
Bom, queridos leitores, o papo primaveril está ótimo, mas preciso ir. As linhas do meu prazo de validade acabaram. Já reflori. Fértil primavera para vocês! Fui! (Jaime Cimenti)

E versos...

Passagem
Vamos embora                                                  
para algum desses lugares
onde só se vive de passagem,
montar acampamento sobre as marcas
das  solas dos sapatos
dos outros.
Se não há paginas em branco
para o nosso diário de viagem,
serve um guardanapo usado,
servem as margens dos livros.
Vamos embora
para algums desses lugares
onde ninguém assenta, sossega,
se firma ou consolida.
Vamos: faz uma vida que
estou de passagem
Comprada.
Adriana Lisboa, Em Parte da paisagem, Editora Iluminuras
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