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TURISMO

- Publicada em 13 de Outubro de 2014 às 00:00

Especialistas discutem estratégias para desenvolver o trade turístico


SÉRGIO BAVARESCO/FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA RS/JC
Jornal do Comércio
Na próxima quinta-feira, dia 16, ocorre o I Seminário do Observatório de Turismo do Rio Grande do Sul, promovido pela Secretaria Estadual de Turismo (Setur). No evento, serão apresentados dados socioeconômicos do setor, apurados desde o início do ano pelo núcleo de pesquisa do Departamento de Desenvolvimento do Turismo do governo gaúcho. Criado a partir do Plano Diretor do Turismo do Estado, o Observatório de Turismo do Rio Grande do Sul é um espaço para a coleta e produção de informações, análises e discussão sobre o desenvolvimento e a evolução do trade gaúcho. Os estudos resultaram em um diagnóstico da gestão e devem ser analisados a fim de que sejam propostas novas estratégias de atuação, com uma sistematização permanente das informações, explica o titular da Setur, Márcio Cabral.
Na próxima quinta-feira, dia 16, ocorre o I Seminário do Observatório de Turismo do Rio Grande do Sul, promovido pela Secretaria Estadual de Turismo (Setur). No evento, serão apresentados dados socioeconômicos do setor, apurados desde o início do ano pelo núcleo de pesquisa do Departamento de Desenvolvimento do Turismo do governo gaúcho. Criado a partir do Plano Diretor do Turismo do Estado, o Observatório de Turismo do Rio Grande do Sul é um espaço para a coleta e produção de informações, análises e discussão sobre o desenvolvimento e a evolução do trade gaúcho. Os estudos resultaram em um diagnóstico da gestão e devem ser analisados a fim de que sejam propostas novas estratégias de atuação, com uma sistematização permanente das informações, explica o titular da Setur, Márcio Cabral.
O evento acontece no Auditório Oscar Machado do Centro Metodista IPA, em Porto Alegre, das 8h30min às 18h, reunindo palestrantes e especialistas da área. Entre os painelistas, Wilson Abrahão Rabahy, professor do curso de turismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e pesquisador sênior da Fipe, irá expor sua visão do turismo nacional e abordar as perspectivas do setor para os próximos anos. A partir de uma análise do que acontece no mundo, Rabahy quer mostrar que o turismo é uma “atividade importante” para o País, gerando renda e contribuindo para o PIB e para a redução das desigualdades regionais, uma vez que viajantes de regiões mais ricas, como Sul e do Sudeste, transferem recursos para os destinos mais pobres, como o Nordeste.
“No entanto, se compararmos com o restante do mundo, o Brasil está muito distante de ter uma boa posição no setor, com apenas 0,5% das chegadas de turistas em um contingente de mais de 1 bilhão de desembarques internacionais em todo o globo”, compara Rabahy. Segundo ele, o “mais preocupante” é que o turismo é uma atividade em que quase 80% do fluxo das viagens ocorrem dentro do continente de origem dos visitantes.
A Europa responde por mais de 50% do receptivo do mundo enquanto a Ásia recebe 20% do total de viajantes do globo. Somente estes dois continentes concentram 75% do fluxo de turistas, alerta Rabahy, lembrando que sobram 25% para serem disputados com os demais países. “O Brasil é um destino marginal, por estar distante dos principais centros emissivos, mas a tendência é que com o aumento da renda, as pessoas ampliem o raio de deslocamento, permaneçam mais tempo e gastem mais em suas viagens”, pondera. Segundo ele, estes são alguns empencilhos para o País e para o Estado. “O receptivo poderia ser melhorado, se países fronteiriços, como a Argentina e Chile, tivessem uma participação econômica melhor”, avalia, informando que apesar de a América do Sul responder por 50% dos turistas que chegam ao Brasil, os gastos dos visitantes são bem mais modestos em comparação aos de turistas europeus ou chineses.
Para Cabral, tanto o País quanto o Rio Grande do Sul têm potencial para crescer neste mercado. “A Espanha, que é muito menor, tem no turismo 10% do PIB nacional. E na América do Sul, o Uruguai — que tem uma população de 3 milhões de habitantes — movimenta 1 milhão de visitantes por ano.” Para o secretário, é preciso aproveitar os dados levantados pelo Observatório de Turismo e traçar um plano “bem focado” no desenvolvimento regional, que inclua as cadeias produtivas locais. “Para aumentar a participação do setor na economia, é preciso inserir no mapa do turismo do Estado o polo moveleiro, a vitivinicultura, o agronegócio, e as regiões de contemplação da natureza, como Pampa, Missões, Costa Doce e Litoral, entre outros segmentos”, opina.

Questões culturais sociais devem ser consideradas, diz socióloga

Durante o I Seminário do Observatório de Turismo do Estado, nesta quinta-feira, no IPA, será lançado o primeiro boletim Diagnóstico do Observatório do Turismo. “No ano passado, o Estado superou o Brasil em aumento de demanda internacional, com acréscimo de 12% na chegada de visitantes estrangeiros, ante 6% no País”, adianta o titular da Setur, Márcio Cabral. Segundo o secretário, neste período, também foi registrado um aumento de 18 mil para 21 mil empreendimentos turísticos no Rio Grande do Sul. Em 2013, o setor empregou 20% a mais do que no ano anterior, somando 210 mil carteiras assinadas, e movimentou R$ 9,4 bilhões, respondendo por 3,1% do PIB gaúcho.
Mas é preciso pensar para além da questão numérica, adverte a socióloga e coordenadora do Mestrado em Turismo na Universidade de Brasília, Marutschka Moesch. “A dinâmica de cada destino é fundamental para entender por que os turistas da Copa no Brasil saíram tão satisfeitos, apesar de toda a crítica quanto ao planejamento das cidades-sedes”, exemplifica a professora, que irá palestrar durante o evento, lembrando que além de dados econômicos, o aspecto sociológico deve ser considerado. “O turismo é um fenômeno sistêmico, que envolve questões culturais e sociais. Estes elementos devem ser cruzados com dados quantitativos para se entender por que o que se chama de competitividade passa por uma outra ótica, que é o elemento da atração, que faz o turista atravessar o mundo e querer estar em determinado lugar.”
Marutschka acredita que somente com apoio do CNPq e de fomentos públicos, é possível dar continuidade ao trabalho iniciado por Observatórios de Turismo em diversos estados brasileiros. “Precisamos de pesquisa a longo prazo, para ter qualidade nas informações, porque a curto prazo não funciona.” 

Portugal é case de sucesso no evento

Único estrangeiro a palestrar durante o I Seminário do Observatório de Turismo do Rio Grande do Sul, o professor do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro (Portugal), Antônio Fernandes, vai apresentar as estratégias da economia do turismo que possibilitaram que Portugal esteja entre os 30 países que mais recebem visitantes no mundo. “Registramos 47 milhões de pernoites em hotéis, recebendo 14,7 milhões de turistas no ano passado”, conta Fernandes. Segundo ele, ações de sustentabilidade, empreendedorismo e inovação foram relevantes para o setor.
Na área de hotelaria, a criação de conceito de pousadas e pequenos estabelecimentos, com características de cada região, ajudaram a construir um novo nicho na área. No quesito inovação, o governo português adotou medidas para mostrar aos turistas o que o destino tem de melhor, promovendo vários concursos para determinar as “sete maravilhas portuguesas”. “Funcionou muito”, garante. “Associamos esta iniciativa a uma espécie de marca, então o turista sabe onde estão os lugares de maior significado do país.” Embora localizado na Europa, Portugal se mantém em “luta para atrair turistas”, explica Fernandes, lembrando da concorrência entre os países vizinhos. A ideia é estimular os empreendedores gaúchos a se inspirarem neste case de sucesso, buscando soluções inovadoras, que valorizem cada região do Estado.
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