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ELEIÇÕES 2014

- Publicada em 30 de Setembro de 2014 às 00:00

Pastor Silas Malafaia lidera a influência evangélica na política


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
Jornal do Comércio
As declarações homofóbicas do presidenciável Levy Fidelix (PRTB), no debate realizado pela TV Record no domingo, renderam a ele - que tem menos de 1% nas intenções de voto - mídia nacional e internacional pela resposta que deu à candidata Luciana Genro (P-Sol) sobre a posição quanto à criminalização da homofobia. “Pelo que vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais, aparelho excretor não reproduz”, afirmou o candidato, que na sequência acrescentou: “o mais importante é que esses que têm esses problemas (homossexuais) realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo, porque aqui não dá. Não podemos deixar que estes que aí estão achacando a gente no dia a dia, querendo escorar essa minoria à maioria do povo brasileiro. Nós (heterossexuais) somos maioria, vamos enfrentar essa minoria”.
As declarações homofóbicas do presidenciável Levy Fidelix (PRTB), no debate realizado pela TV Record no domingo, renderam a ele - que tem menos de 1% nas intenções de voto - mídia nacional e internacional pela resposta que deu à candidata Luciana Genro (P-Sol) sobre a posição quanto à criminalização da homofobia. “Pelo que vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais, aparelho excretor não reproduz”, afirmou o candidato, que na sequência acrescentou: “o mais importante é que esses que têm esses problemas (homossexuais) realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo, porque aqui não dá. Não podemos deixar que estes que aí estão achacando a gente no dia a dia, querendo escorar essa minoria à maioria do povo brasileiro. Nós (heterossexuais) somos maioria, vamos enfrentar essa minoria”.
A opinião de Fidelix não é um caso isolado. Um exemplo disso é Silas Malafaia, pastor e líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que no transcorrer do debate, elogiou, em seu Twitter, a postura de Fidelix. Líder religioso, Malafaia busca fazer com que sua influência vá para além das paredes dos templos de sua igreja. Com uma retórica forte e sempre relacionando trechos bíblicos com a citação de intelectuais e estudiosos dos mais diversos temas, ele não se esconde dos debates mais polêmicos do País e também não se constrange de tentar influenciar governantes e candidatos. Malafaia é detentor de um ativo precioso: os votos evangélicos.
A aprovação de projetos que garantam mais direitos LGBT sempre encontrarão oposição em Malafaia e seus seguidores, o que o pastor faz questão de deixar muito claro. Sem se importar sobre o que está em pauta, Malafaia não se furta de atacar a agenda LGBT.
Em 2014, Malafaia não demorou em apresentar-se no cenário eleitoral. No início da campanha, declarou apoio ao Pastor Everaldo (PSC), que concorre à presidência, porém, já antevendo o segundo turno, começou a exigir posturas dos concorrentes mais bem posicionados. A primeira a ter cedido aos seus pedidos foi Marina Silva (PSB), que ficou marcada pelo recuo em seu programa de governo no tema dos direitos LGBT.
Apesar da influência cada vez mais forte, Silas Malafaia defende, nesta entrevista ao Jornal do Comércio, o Estado Laico e garante que cumprirá leis que venham a beneficiar os direitos LGBT caso sejam aprovadas no Congresso Nacional.
Jornal do Comércio - Há uma proposta de emenda à Constituição (PEC) tramitando, de 2011, que prevê que qualquer entidade religiosa pode entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar leis aprovadas pelo Congresso. Alguns especialistas veem nisso um perigo ao Estado Laico.
Silas Malafaia – O Estado Laico não é laicista, isso é conversa de esquerdopata. Os diversos segmentos sociais têm o direito de se manifestar. Nós temos a Constituição e temos o Congresso Nacional para poder pautar e poder dar os limites para qualquer um. Essa malandragem de dizer que tudo que tenha alguma coisa a ver com religiosidade não presta. Você não elimina crenças e valores de pessoas, de ninguém. Então é uma coisa democrática, porque dá direito de manifestação, mas não dá direito de determinar nada. Eu vou te mostrar aqui que eu não sou nenhum radical estúpido. Acho que isso também deve ser estendido para o movimento BGLT (por duas vezes Malafaia pronunciou a sigla LGBT de forma equivocada). Eu sou contra a ideologia do ativismo gay o tempo todo, mas se essa PEC disser que as entidades religiosas podem entrar com uma ADI, por que não o BGLT? Eu não vejo impedimento, é o espaço democrático.
JC - Quanto o senhor acha que vai pesar o voto protestante nessas eleições?
Malafaia – O voto protestante vai caminhar com muita força com a Marina. Eu, no primeiro turno, vou votar no Pastor Everaldo, eu dei minha palavra para ele, ideologicamente ele pensa o que eu penso, então eu estou marcando uma posição. Mas o voto protestante, o voto evangélico, vai cair e não é só o voto evangélico-protestante. Os católicos praticantes também estão vendo essa tentativa de quebrar, destruir família, mudar paradigma da sociedade. Isso não é uma bandeira evangélica, isso é cristão, o Brasil é 90% cristão. No que tange aos evangélicos, eu acredito que grande parte vai dar o voto à Marina.
JC - Uma das pautas mais controversas é a questão da adoção de crianças por casais homoafetivos. O senhor...
Malafaia - Literalmente contra.
JC - O senhor acha que isso é perigoso para a família por quê?
Malafaia – Toda a história da civilização humana está sustentada no homem, a mulher e a prole. Um sociólogo francês, George Gilder (Gilder é um investidor e economista norte-americano e não sociólogo, embora já tenha escrito sobre sociologia), que eu acho que ele é até ateu, um estudioso do comportamento humano e das sociedades. Ele diz que nenhuma sociedade é mais forte que os laços de suas famílias e a fortaleza de suas famílias depende das gerações heterossexuais. Eu ouvi na universidade (Malafaia é formado em Psicologia) professores dizerem várias vezes assim: a criança faz uma ruptura dela com a mãe a partir da figura paterna. É a partir da figura paterna que a criança se diferencia de si, da mãe e do mundo. Então, amigo, essa história, dois homens duas mulheres, não é agora. Daqui a 20 ou 30 anos, vamos ver o resultado. Eu não acredito nisso, isso é uma afronta, o homossexualismo é um comportamento, ninguém nasce homossexual. Isso é uma afronta, sou contra não é por viés exclusivamente religioso. A figura paterna e materna são fundamentais.
JC – Não é uma contradição manter as crianças à espera de adoção quando existem casais interessados em formar uma família?
Malafaia – Eu vou desmistificar, arrebentar a mentira do movimento gay. Tem casais heterossexuais suficientes que querem adotar uma criança. Isso é papo furado, conversa de bobo do ativismo gay. Tem fila (para adoção), não precisamos de dois homens para assumir criança, porque a criança não tem onde ser amparada, isso é conversa para trouxa. Tudo desses caras (gays) é dissimulado e mentiroso.
JC - Se alguém apresentasse uma proposta no Congresso criminalizando a homossexualidade, apoiaria?
Malafaia – Não. Criminalizar alguém pela sua opção sexual não, na minha discussão com o movimento gay, o que menos tem a ver é com o sexo. Eu, com uma palavra, eu acabo essa história. Homossexualismo no sexo é pecado, acabou a história, não tem mais o que discutir. Agora a questão é ideologia do ativismo gay. Agora, eu apoiar para criminalizar uma prática, eu vou brigar igual a leão (para não aprovar). Eu não estou aqui para proibir ninguém de praticar isso e nem concordar com uma loucura dessas. A minha discussão com o ativismo gay é no viés ideológico, porque eles querem destruir coisas preciosas e querem calar aqueles se levantam contra a sua ideologia.
JC - Que outras pautas os representantes neo-pentecostais vão defender no Congresso?
Malafaia – Nós, evangélicos no Congresso Nacional, vamos defender sempre a liberdade de imprensa, até para falar mal de nós. Liberdade de expressão e imprensa livre é basilar para a democracia. A gente quer o que todo o brasileiro quer, que o Brasil prospere, que haja paz. Uma outra coisa que a gente defende é a família tradicional, porque não é uma coisa de religião. A história da civilização humana está pautada no homem, a mulher e a sua prole. Defendemos a vida, um casamento tradicional entre home e mulher e defendemos um Brasil melhor para todo mundo.
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