Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria

- Publicada em 25 de Setembro de 2014 às 00:00

Ritmo da indústria gaúcha cai pela quinta vez


MARCOS NAGELSTEIN/JC
Jornal do Comércio
A produção das indústrias gaúchas recuou pelo quinto mês consecutivo e fechou agosto com 47,6 pontos. O emprego segue a mesma direção (43,4 pontos), ao registrar quatro meses de queda ininterrupta. “Este resultado consolida a tendência recessiva observada ao longo do ano. Diante disso, dos altos estoques e das expectativas pouco animadoras para a demanda e o mercado de trabalho, a projeção para o setor fabril nos próximos meses é de atividade enfraquecida”, afirmou o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
A produção das indústrias gaúchas recuou pelo quinto mês consecutivo e fechou agosto com 47,6 pontos. O emprego segue a mesma direção (43,4 pontos), ao registrar quatro meses de queda ininterrupta. “Este resultado consolida a tendência recessiva observada ao longo do ano. Diante disso, dos altos estoques e das expectativas pouco animadoras para a demanda e o mercado de trabalho, a projeção para o setor fabril nos próximos meses é de atividade enfraquecida”, afirmou o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
A fragilidade do setor também é demonstrada pela ociosidade da utilização da capacidade instalada (39,3 pontos), que abrangeu quase a metade das indústrias (49%) em agosto; e pelo grande acúmulo de estoques de produtos finais (54,4 pontos), cujo excesso atingiu 38,3% das empresas.
A perspectiva para os próximos seis meses, segundo os industriais, deverá ser de continuidade do quadro recessivo do setor industrial. Em relação à demanda, é esperada praticamente uma estagnação (50,6 pontos). Como resultado, as projeções apontam retração para o emprego (46,1 pontos) e para as compras de insumos e matérias-primas (47,9 pontos). O cenário futuro para as exportações do setor manteve a mesma tendência dos demais indicadores: 49,4 pontos.
Realizado mensalmente pela Fiergs, a Sondagem Industrial varia em uma escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 pontos significa maior otimismo e abaixo indica pessimismo. Apenas a variável de estoques em comparação ao planejado é avaliada como negativa acima dos 50 pontos.

Abimaq divulga faturamento 5,5% menor em agosto

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) registrou um faturamento bruto de R$ 5,37 bilhões em agosto, valor 5,5% inferior ao de julho. O número também é 28,7% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a queda é de 16,6% na comparação com 2013, e a Abimaq ressaltou que as vendas para o mercado interno estão 32,1% mais fracas neste ano.
O consumo aparente mensal também registrou queda, recuando para R$ 7,982 bilhões em agosto. Esse resultado é 9,1% menor do que o de julho e 28,5% abaixo daquele visto em agosto de 2013. No acumulado do ano, o consumo aparente está 16,6% menor, aos R$ 70,84 bilhões. Quando se elimina a variação cambial, a queda aumenta para 21,1%.
Além disso, os preços de máquinas e equipamentos estão crescendo menos do que a variação dos custos, o que reduz as margens do setor, explicou a associação. O índice de preços ao produtor neste ano registra deflação de 1,5%, enquanto o índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) acelera 4,0%, afirmou a Abimaq. “A apreciação do real nos últimos meses e um mercado anêmico ajudam a explicar o comportamento dos preços”, acrescentou. A balança comercial mais uma vez registrou déficit. Em agosto, o saldo negativo foi de US$ 1,101 bilhão, embora esse número seja 16,6% menor do que o déficit registrado em julho. O saldo negativo também é 24,7% inferior ao do mesmo período do ano passado.
A Abimaq explicou que essa queda no déficit foi basicamente causada por um volume importado mais fraco. As importações somaram US$ 2,55 bilhões em agosto, montante 11,8% menor do que aquele observado em julho e 17,2% abaixo do mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, as importações alcançaram US$ 19,44 bilhões, queda de 10,6% na comparação com os oito primeiros
meses de 2013.

Tendência é de demissões no curto prazo, diz entidade

A tendência para o emprego na indústria de máquinas e equipamentos mecânicos é de queda, afirmou Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq. No ano até agosto, o número de pessoal ocupado está 2,5% abaixo do nível observado em 2013. Desde o pico observado em 2012, quando o total de pessoas ocupadas era de 260.699, o setor já demitiu cerca de 12 mil pessoas. “Sentimos uma forte tendência de que isso se acelere, até devido à baixa carga de pedidos em carteira”, afirmou. Em agosto, foi observada uma queda de 0,9% na carteira de encomendas ao setor na comparação com julho, embora 2% acima do observado em agosto do ano passado. “Com esse nível de pedidos em carteira, já estão contratadas as demissões para os próximos meses”, disse.
Para o presidente da Abimaq, essa tendência de demissões continuará até que o próximo governo sinalize uma mudança nos rumos da economia brasileira, de modo a recolocar a atividade de volta nos trilhos do crescimento.
De acordo com Pastoriza, o sentido de urgência no setor de máquinas e equipamentos por reformas é muito grande. Em coletiva de imprensa, ele disse ser essencial a aprovação das reformas previdenciária, tributária e política. “Se no próximo mandato não forem feitas as grandes reformas, temo que vamos para um caminho sem retorno”, disse.
Ele acrescentou que os candidatos à presidência estão sensíveis a esse sentido de urgência. Para ele, a melhor estratégia seria aprovar as reformas para que elas entrem em vigor somente no futuro, e não imediatamente, para que a aprovação fosse mais fácil.
Pastoriza explicou que o Brasil não está em crise no momento, uma vez que a inflação continua sob controle, o balanço de pagamentos ainda está equilibrado e o nível de emprego continua bom, mas afirmou que vivemos uma crise de expectativas.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO