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- Publicada em 24 de Setembro de 2014 às 00:00

Profissionais comemoram Dia do Contador com recorde no número de bacharéis


MARCOS NAGELSTEIN/JC
Jornal do Comércio
Os contadores tiveram o que festejar no seu dia – comemorado nesta segunda-feira, 22 de setembro. Após um 2013 marcado por ações em busca de maior valorização profissional realizadas em alusão ao Ano da Contabilidade no Brasil, a categoria apaga a imagem de “preenchedora de formulários” para assumir o papel de gestora empresarial e consultora financeira, como afirmam representantes do setor.
Os contadores tiveram o que festejar no seu dia – comemorado nesta segunda-feira, 22 de setembro. Após um 2013 marcado por ações em busca de maior valorização profissional realizadas em alusão ao Ano da Contabilidade no Brasil, a categoria apaga a imagem de “preenchedora de formulários” para assumir o papel de gestora empresarial e consultora financeira, como afirmam representantes do setor.
O resultado é que a Contabilidade figura entre as carreiras mais procuradas pelos estudantes de graduação. O curso de Ciências Contábeis ocupa a quarta colocação no Censo da Educação Superior de 2013, com cerca de 328 mil estudantes, segundo dados do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgados no início deste mês.
Ao sair da faculdade, esses profissionais encontram uma atividade em expansão, sedento por pessoas qualificadas e disposto a pagar valores superiores aos praticados pouco tempo atrás. “Não tenho lembrança de outro momento em que o mercado estivesse tão aquecido quanto agora”, festeja o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), Antonio Palácios.
“De uns anos para cá, o empresariado começou a se dar conta da importância do contador, do auditor, do perito. Por isso, ele exige profissionais atualizados e atentos às normas contábeis”, afirma Palácios. Graças a isso, o número de contadores no País ultrapassou recentemente a marca de 500 mil profissionais - em agosto, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) apurou a existência de meio milhão de profissionais ativos.
“Os desafios são grandes já que vivemos a transição para um novo padrão que mudou completamente a forma de fazer Contabilidade”, afirma o vice-presidente de registro do CFC, Nelson Zafra.

Profissionais devem se qualificar para acompanhar as exigências

Ao passo que a evolução tecnológica, a necessidade de adequação às Normas Internacionais (International Financial Reporting Standards - IFRS) e a deposição de mais responsabilidade sobre os ombros do contador exigiram mudanças,  também o tornaram elemento decisivo para a manutenção de relações mercadológicas seguras e competitivas. Prova disso é que, neste ano, os contadores passaram a assinar obrigatoriamente as prestações de contas dos candidatos políticos, uma forma de tornar o processo eleitoral mais claro e transparente, e passaram a ser obrigados a informar à Justiça movimentações suspeitas de seus clientes.
Ter uma oportunidade de trabalho em alguma das áreas de atuação mais desejadas – as três campeãs são auditoria, perícia ou um emprego público – atrai um número sempre maior de estudantes às faculdades de Ciências Contábeis. Dinâmicos, eles estão atentos às novas portas que se abrem e descobrem espaço também em diferentes segmentos, como, por exemplo, os serviços voltados ao terceiro setor.
Contudo, como enfatiza o contador e presidente do Sescon/RS, Diogo Chamun, uma busca tão grande por pessoal qualificado acaba por tornar a captação e retenção de talentos a grande dificuldade para as empresas contábeis, principalmente pequenas e médias.
A solução apontada pelo também empresário pode ser, então, investir em programas de formação corporativa. O modelo desenvolvido a partir da metade deste ano pela entidade tem como base os programas de trainee, amplamente difundidos entre as grandes empresas, e deve entrar em funcionamento nos empreendimentos gaúchos em breve.
O primeiro passo para aproximar-se mais dos estudantes é o projeto Sescon Universitário, já em fase de execução pela entidade representativa de classe. A medida é uma forma de estimular o empreendedorismo e tornar os futuros profissionais interessados na dinâmica de uma empresa privada.

Remuneração não aumentou de forma proporcional ao  acúmulo de  funções

Figurar entre os profissionais mais valorizados e desejados pelo mercado não necessariamente significa contar com uma remuneração proporcional. Todos os especialistas concordam que houve certa majoração dos honorários profissionais, mas não necessariamente obedecendo à quantidade de funções acumuladas. Segundo o presidente do CRCRS, Antonio Palácios, ainda é preciso evoluir para chegar a valores justos em todos os setores. Palácios define duas faixas salariais distintas atualmente. De um lado estão os escritórios contábeis e grandes organizações e, de outro, os contadores autônomos.
Para ele, existe melhor remuneração e valorização em empresas especializadas, que acompanham de perto a competitividade e necessidade de atualização constante. Contudo, aqueles que trabalham “por conta” têm dificuldade em negociar os preços com seus clientes, nem sempre cientes da importância e da gama de serviços oferecidos pelo contratado. “As grandes empresas de diferentes setores e os escritórios de contabilidade, perícia e auditoria se deram conta que têm de pagar melhor. Nesses locais, a média de salários é razoavelmente superior. A dificuldade maior reside no autônomo”, explica Palácios.
A saída apontada por todos é investir em ferramentas de conscientização da quantidade de funções desempenhadas pelos contadores atualmente e, é claro, em qualificação profissional. “Falta um processo preparatório. O Brasil ainda enfrenta um déficit de cursos de pós-graduação e educação continuada”, aponta Nelson Zafra, vice-presidente de registro do CFC.

Mulheres ganharam mais espaço no mercado nos últimos 10 anos

Homem, aproximadamente 40 anos de idade, renda média de até 10 salários-mínimos mensais e com grau de instrução superior completo. Este é o perfil da maioria dos contadores, segundo a mais recente pesquisa elaborada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) a fim de determinar as principais características da profissão no País.
O perfil, no entanto, vem acompanhando as mudanças na sociedade brasileira, tendo se flexibilizado. As mulheres estão invadindo o espaço. Em 10 anos, o número de profissionais do sexo feminino mais do que dobrou. Enquanto em 2004 as contadoras somavam 61 mil, atualmente (setembro de 2014) elas chegam a 139 mil.
A contadora e perita contábil Rosana Lavies Spellmeier é uma daquelas que contribuíram para consolidar o espaço ocupado pelas bacharéis em Contabilidade. Também professora universitária, ela conta que as mulheres chegam a ocupar 80% das cadeiras nas salas de aula.
Rosana destaca que o curso de Ciências Contábeis passou a ser escolhido pelas estudantes mais tarde do que ocorreu em outras profissões também historicamente ocupadas por homens, caso da Administração e  de Direito.
Apesar de ainda menos do que os homens, as mulheres conquistam espaço e sabem driblar o preconceito ao se valerem de características predominantemente desenvolvidas pelo sexo feminino: meticulosidade, organização e revisão constante das informações prestadas.
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