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Opinião

Editorial

- Publicada em 17 de Setembro de 2014 às 00:00

Homofobia, racismo e a ignorância no Brasil


Jornal do Comércio
No Brasil, em alguns assuntos, ainda estamos no estágio no qual se enunciam as relações contraditórias, casos da homofobia e do racismo, entre saber o que não se sabe e não saber o que se sabe. Ora, depois do explorado casamento coletivo ocorrido em Livramento, aqui no Rio Grande do Sul, e suas mais do que previsíveis consequências por ter sido marcado, originalmente, para um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) e tendo um casal de mulheres, agora temos que lidar com o racismo. É que a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que houve um avanço nos últimos anos do esforço do governo brasileiro para enfrentar o problema. Mas alertou que muitos dos organismos criados não contam com financiamento suficiente e nem recursos humanos para realizar seus trabalhos. Desde o simbólico edifício da ONU em Nova Iorque, especialistas dispararam contra o que consideram que mesmo dentro da estrutura do Estado os afro-brasileiros são sub-representados. É que os negros, entre nós, raramente ocupam uma posição de chefia e, em Salvador, capital da Bahia e símbolo da presença africana no País, a única secretaria municipal comandada por um negro é a da Ação Afirmativa. E isso que o município conta com 12 secretarias.
No Brasil, em alguns assuntos, ainda estamos no estágio no qual se enunciam as relações contraditórias, casos da homofobia e do racismo, entre saber o que não se sabe e não saber o que se sabe. Ora, depois do explorado casamento coletivo ocorrido em Livramento, aqui no Rio Grande do Sul, e suas mais do que previsíveis consequências por ter sido marcado, originalmente, para um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) e tendo um casal de mulheres, agora temos que lidar com o racismo. É que a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que houve um avanço nos últimos anos do esforço do governo brasileiro para enfrentar o problema. Mas alertou que muitos dos organismos criados não contam com financiamento suficiente e nem recursos humanos para realizar seus trabalhos. Desde o simbólico edifício da ONU em Nova Iorque, especialistas dispararam contra o que consideram que mesmo dentro da estrutura do Estado os afro-brasileiros são sub-representados. É que os negros, entre nós, raramente ocupam uma posição de chefia e, em Salvador, capital da Bahia e símbolo da presença africana no País, a única secretaria municipal comandada por um negro é a da Ação Afirmativa. E isso que o município conta com 12 secretarias.
Os peritos da ONU concluíram que o mito da democracia racial ainda existe na sociedade brasileira e que parte substancial dela ainda nega a existência do racismo. É entristecedor.
Temos, então, que debater o racismo que explode durante uma partida de futebol, a homofobia por conta do casamento de duas mulheres em um CTG e, novamente, o racismo institucionalizado, eis que os negros não têm voz e vez na sociedade e nos governos do Brasil. No Rio Grande do Sul da dicotomia do sim e do não e do grenalismo nos debates, atingimos a sublimação do ser contra ou a favor na questão da homofobia. De pleno, dizer que prejudicar, de qualquer forma, alguém por sua orientação sexual, está errado. No entanto, não confundir prejudicar com ter opinião própria, contra ou a favor de opções sexuais. Segundo alguns, há uma imensa hipocrisia social no assunto. É muito provável, assim como nos casos de pedofilia, nos quais, quando são descobertos, entre os pedófilos estão algumas pessoas consideradas acima de qualquer suspeita nos ambientes sociais e profissionais em que vivem.
Acontece que a cultura de um povo existe há dezenas de anos e por ele é cultivada. Respeitá-la não é adotá-la. Assim como respeitamos outras religiões, usos e costumes de asiáticos e povos muçulmanos, necessariamente não precisamos adotar as suas práticas e crenças. O trabalho da ONU tem boa parcela de verdade, eis que a população negra e parda representa mais de 51% do total de 202 milhões de brasileiros e, nem por isso, ascendeu razoavelmente na escala social, desde o fim da escravidão. A maioria é pobre porque não tem estudo, não tem estudo porque é negra e, juntando as suas situações, continua pobre e marginalizada. No entanto, alguns esquecem que o conhecimento que constitui o patrimônio dos cultivadores das tradições sociais não pode ser desprezado nem herdado pelos demais de um só golpe e em bloco. Adquire-se o conhecimento das tradições através de uma elaboração conjunta de quem ensina e de quem aprende.
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