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Educação

- Publicada em 04 de Setembro de 2014 às 00:00

Paim diz que resultado do Ideb põe em xeque gestão de Estados e municípios


Jornal do Comércio
Em meio a acusações de interesse eleitoral em relação ao atraso na divulgação do resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) deste ano, o ministro da Educação, Henrique Paim, minimizou o fato ao dizer que o governo está tomando o cuidado necessário para publicar as informações porque elas "colocam em xeque a gestão de Estados e municípios". 

Em meio a acusações de interesse eleitoral em relação ao atraso na divulgação do resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) deste ano, o ministro da Educação, Henrique Paim, minimizou o fato ao dizer que o governo está tomando o cuidado necessário para publicar as informações porque elas "colocam em xeque a gestão de Estados e municípios". 

Segundo reportagem do jornal O Globo, o governo federal já tem as informações consolidadas prontas para divulgação. Os dados foram repassados para a Casa Civil há 15 dias e já passaram pelo crivo técnico do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do Ministério da Educação. A pasta é responsável pelas avaliações federais. 

O MEC informou nesta quarta-feira (3) que os dados serão publicados até sexta-feira (5). Porém, questionado sobre cumprir tal prazo, Paim se limitou a dizer: "estamos preparando e vamos avisar a vocês". 

Ontem, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), presidente da Comissão de Educação do Senado, afirmou ao jornal "Valor Econômico" que irá convidar o ministro a explicar no colegiado os motivos do atraso. "Se a comissão do Senado nos convocar, terei o maior prazer [em ir]. Esse governo tem o DNA voltado para a questão da avaliação e a divulgação de dados. Temos muita tranquilidade em relação a isso. Queremos ter toda a segurança para divulgar esses números. O resultado coloca em xeque a gestão dos estados e municípios, por isso temos todo o cuidado em divulgar", disse Paim. 

O Ideb é o principal indicador da qualidade do ensino do país. Divulgado de dois em dois anos, é calculado a partir do desempenho de alunos em testes de português e matemática e das taxas de aprovação no ensino fundamental e médio. É a partir do Ideb que é possível monitorar o desempenho de gestores municipais e estaduais na Educação, além de saber se o país está cumprindo as metas estabelecidas para cada etapa de ensino. 

O ministro participou do início de uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto com o matemático Artur Ávila, vencedor da Medalha Fields, tida como o "prêmio Nobel da Matemática". Ele foi o primeiro latino-americano e com formação completa em um país em desenvolvimento a receber a condecoração. Artur concluiu seus estudos no Brasil, tendo feito o mestrado e o doutorado no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). 

Ávila se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada. Além de Paim, participaram do encontro os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Clelio Campolina (Ciência e Tecnologia). 

Segundo Ávila, no encontro, que durou cerca de 45 minutos, foram discutidos temas relativos à educação no país, investimentos na área e seus estudos desenvolvidos no Brasil. As questões eleitorais ficaram de fora da conversa. "Conversamos especialmente sobre o valor simbólico desse prêmio. Mas a conversa foi principalmente dedicada a tentar identificar uma maneira de como usar o modelo da matemática, especialmente para que sua implementação no Impa se estenda a outros campos de conhecimento", disse. 

O encontro foi também uma oportunidade para cobrar mais investimentos do governo federal para a ciência e tecnologia. "Pedimos que o governo invista 2% do PIB [Produto Interno Bruto] nas áreas de ciência e tecnologia no país. Cálculos mostram que atualmente o governo tem investido cerca de 1,2%. 

Países desenvolvidos, como a China, já investem 2% do seu PIB nesta área. Por isso precisamos ampliar. A presidente se mostrou simpática à proposta mas não assumiu o compromisso", afirmou Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências, que acompanhou Ávila no encontro. 

O matemático destacou iniciativas, a exemplo das Olimpíadas de Matemática, como importantes meios de encontrar talentos. "As olimpíadas são uma maneira, não a única, eficiente no caso do Brasil e também em outros países, de detectar talentos e motivar as crianças a fazer matemática. A problemática que é fornecida nos exames é, eu diria, muito mais interessante do que a apresentada nas escolas", defendeu.

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