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INFRAESTRUTURA

- Publicada em 29 de Agosto de 2014 às 00:00

Capital se destaca por potencial para minimizar desastres


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
Porto Alegre foi reconhecida por uma organização internacional como uma das cidades com maior capacidade de se reconstruir após uma catástrofe. Este é o entendimento da Fundação Rockefeller, organização norte-americana que incentiva, com seus próprios recursos, o estímulo à saúde pública, à pesquisa e à filantropia em países do exterior. Sendo assim, a parceria com a prefeitura e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), resultou na assinatura, na tarde de quinta-feira, de um memorando de entendimento do projeto Desafio Centenário das 100 Cidades Resilientes.
Porto Alegre foi reconhecida por uma organização internacional como uma das cidades com maior capacidade de se reconstruir após uma catástrofe. Este é o entendimento da Fundação Rockefeller, organização norte-americana que incentiva, com seus próprios recursos, o estímulo à saúde pública, à pesquisa e à filantropia em países do exterior. Sendo assim, a parceria com a prefeitura e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), resultou na assinatura, na tarde de quinta-feira, de um memorando de entendimento do projeto Desafio Centenário das 100 Cidades Resilientes.
O prefeito José Fortunati crê que a assinatura do projeto dá convicção a um planejamento de organização da cidade de forma adequada, capacitando civis e profissionais de modo a responder às intempéries com agilidade e eficácia. “O grupo de trabalho será responsável por elaborar um plano de ação que cubra o que for necessário para que a cidade esteja preparada para enfrentar infortúnios”, explicou.
O reconhecimento de Porto Alegre como participante do projeto foi legitimado em 2013 e destaca a organização da cidade, envolvendo comunidade, prefeitura, secretarias e empresas de setor privado e público, que trabalham, de maneira concomitante, visando à preservação da Capital. Entretanto, o gerente de relacionamento do Programa 100 Cidades Resilientes, Aaron Spencer, se mostrou impactado ao visitar a zona Rural de Porto Alegre.
“Vi água nas ruas e os moradores me falaram que já não chove há uma semana, mas os alagamentos permanecem. Também notei diferenças na infraestrutura de regiões diversas na cidade para o Centro”, exemplificou. Mesmo assim, Spencer esclareceu que Porto Alegre foi escolhida para participar do programa por apresentar uma excelente capacidade para desenvolver projetos, além de ser bem conceituada na questão econômica. “Ela foi selecionada dentre 400 inscrições. É uma cidade que tem experiência trabalhando de maneira transversal e queremos compartilhar isso como o mundo.”
Na visão da vice-presidente de Relacionamento da Rockefeller, Bryna Lipper, que assinou o memorando de modo a representar a fundação, Porto Alegre se destaca pela participação e envolvimento da comunidade em transformar a cidade em um lugar melhor para se viver. Spencer, por sua vez, é responsável por entregar as ferramentas e buscar organizações que tenham vontade de trabalhar no planejamento de resiliência que será desenvolvido, em dois anos, com apoio da fundação.
No Brasil, as duas únicas cidades que participam do projeto 100 Cidades Resilientes são Rio de Janeiro e Porto Alegre. “Dispomos de U$ 100 milhões para trabalhar com 100 cidades do mundo. Ao término do prazo, avaliaremos se o projeto obteve êxito e se a resiliência já está intrínseca à sociedade”, revelou Spencer. Na América Latina, também estão envolvidas no projeto a cidade de Medellín, na Colômbia; Quito, no Equador, e a Cidade do México, no México.
Em 1941, Porto Alegre foi cenário de uma grande enchente, que fez com que houvesse o desenvolvimento do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), que existe, agora, para proteger a cidade e prevenir situações como essa. O DEP foi citado como uma das principais demonstrações de resiliência já em prática na cidade. Além do envolvimento do Gabinete de Inovação e Tecnologia (Inovapoa), a Secretaria Municipal de Governança Local (SMGL), a Defesa Civil (Gadec) e o ONG Ciupoa (Centro de Inteligência de Porto Alegre), também há a participação da Escola de Engenharia e do Centro de Estudos e Pesquisas em Desastres (Ceped) da Ufrgs.
O professor e diretor da Engenharia, Luiz Carlos Pinto, reiterou a importância da preparação para responder de maneira imediata e eficaz a possíveis desgraças em solo gaúcho. “Há de ser desenvolvido um entendimento que leve em consideração o crescimento das cidades e a concentração a população. Além dos desafios de escassez de recursos para sustentabilidade e desafios associados a condições climáticas, é preciso um planejamento para garantir que consigamos viver nos ambientes urbanos em harmonia com a natureza”, alertou.
Ao se candidatar ao programa, Porto Alegre utilizou-se do Projeto Integrado Socioambiental (Pisa), do Observatório da Cidade de Porto Alegre (ObservaPoa), do Laboratório de Inteligência do Ambiente Urbano (Liau) e do Centro Integrado de Comando (Ceic) para justificar a inclusão da cidade no projeto.

A resiliência na prática em Porto Alegre

  • Pisa - O Programa Socioambiental retende ampliar o índice de tratamento de esgotos da Capital de 27% para 77%, retomando a balneabilidade do Guaíba e atuar no reassentamento de comunidades em áreas de risco;
  • ObservaPoa - O observatório oferece informações georreferenciadas sobre a cidade, sendo ferramenta fundamental para o desenvolvimento de ações;
  • Liau - Associado à Política de Educação Ambiental da Rede Municipal de Ensino, o Laboratório de Inteligência do Ambiente Urbano procura uma nova forma de olhar para a cidade no processo de aprendizagem, produzindo saberes a partir do local e dos moradores do bairro no qual a escola está inserida;
  • Ceic - Desde 2012, o Centro Integrado de Comando  é um espaço de monitoramento 24 horas que oferece diferentes serviços relacionados à segurança, defesa civil, trânsito, clima e tempo. Das 75 áreas consideras de risco na cidade, 45 delas são vistas como extremamente arriscadas.
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