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EDUCAÇÃO

- Publicada em 28 de Agosto de 2014 às 00:00

Material didático deve respeitar a diversidade social


ANTONIO PAZ/JC
Jornal do Comércio
A formação do estudante se dá, fundamentalmente, no Ensino Fundamental e Médio. É no âmbito escolar que ele tem acesso às principais referências que utilizará no futuro, longe da sala de aula. Essa é uma das principais preocupações do professor e historiador Claudio Knierim, também diretor técnico da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF). Para ele, a forma como a diversidade social e étnica é disposta nos livros didáticos utilizados pelos estudantes desrespeita a noção de direitos humanos.
A formação do estudante se dá, fundamentalmente, no Ensino Fundamental e Médio. É no âmbito escolar que ele tem acesso às principais referências que utilizará no futuro, longe da sala de aula. Essa é uma das principais preocupações do professor e historiador Claudio Knierim, também diretor técnico da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF). Para ele, a forma como a diversidade social e étnica é disposta nos livros didáticos utilizados pelos estudantes desrespeita a noção de direitos humanos.
Em evento que faz parte da programação do X Curso Produção de Vida e Sentidos, promovido pela Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul (Aoergs), no auditório do Cpers-Sindicato, o historiador apresentou um painel dedicado à exposição de fatores que comprovam a negligência na representação do negro. Knierim estuda, principalmente, a contribuição do negro para a história do Rio Grande do Sul e para a tradição do gauchismo.
“Há uma discrepância clara na maneira como diferentes grupos étnicos são representados através das imagens”, explica o historiador, comparando três livros utilizados pela rede pública no ensino. Em todos, os negros são retratados como escravos – nas imagens, geralmente aparecem sendo chicoteados e açoitados.
“A existência do negro pós-abolição é praticamente ignorada, bem como a participação dele nas diversas guerras nas quais o Rio Grande do Sul esteve envolvido”, lamenta. Já os imigrantes, italianos e alemães, principalmente, são sempre retratados como pessoas pobres que vieram para o Estado em busca de trabalho e, devido ao grande esforço, construíram algo para si e, consequentemente, ajudaram a criar o território como é conhecido hoje.
Para Knierim, a imagem é, também, um texto, cuja interpretação prejudica a forma como a criança branca enxerga o negro, e também a maneira como a criança negra se reconhece. A imposição de tais livros, que são adotados sem cuidados pré-determinados com relação à questão dos direitos humanos, por fim, pode contribuir para a definição de uma característica racista.
“O mesmo ocorre com a disposição de imagens e ícones do catolicismo nas escolas públicas. Nem todos os alunos são adeptos dessa religião”, lembra o historiador. A alternativa seria a exclusão completa de alusões religiosas ou, então, a adoção de objetos que representem todas as religiões.
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