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Coluna

- Publicada em 18 de Julho de 2014 às 00:00

Anatomia do poder no Brasil


Jornal do Comércio
O livro-reportagem Operação banqueiro, de Rubens Valente, um dos maiores jornalistas investigativos do Brasil e detentor de muitos prêmios importantes, como o Esso, foi lançado em fins de 2013 e, já em janeiro deste ano, teve sua primeira reimpressão. Rubens Valente tem 44 anos, é repórter desde 1989, atualmente escreve na Folha de S. Paulo e seu trabalho, de alentadas 462 páginas, é o volume dez da Coleção História Agora, da Geração Editorial. O texto trata, principalmente, da polêmica Operação Satiagraha, desencadeada pela Polícia Federal em 2008 e que, dentre outras consequências, redundou na prisão do poderoso banqueiro Daniel Dantas (Banco Opportunity), logo depois libertado por ordem do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Mendes, aliás, está processando judicialmente o autor do livro e a editora por alegados danos morais, em vista de trechos que o envolvem. A obra de Valente tomou por base, especialmente, 62 mil arquivos digitais, mas não se limitou a compilar e organizar documentos, a maioria públicos. Valente examina os principais fatos da investigação e traz à tona segredos que ajudam a explicar o desfecho surpreendente da operação policial. O jornalista Mário Magalhães, em seu blog, escreve que o livro de Valente nasceu clássico para o entendimento de questões de anatomia do poder no Brasil e o coloca ao lado de obras como o fundamental trabalho Os donos do poder, de Raymundo Faoro. O delegado Protógenes, que prendeu Daniel Dantas, foi afastado da investigação e hoje é deputado federal. O juiz federal Fausto De Sanctis, que ordenou a prisão do banqueiro, hoje atua como desembargador no Tribunal Regional Federal, mas em área sem relação com crimes financeiros. O caso atualmente encontra-se no Superior Tribunal de Justiça, que ordenou a anulação de todas as provas coletadas pela polícia e uma decisão final aguarda nova avaliação do Supremo Tribunal Federal, sem data marcada para ocorrer. Enfim, é uma história que, como se sabe, ainda não chegou a seu final, mas, nesta obra, que tem tom de thriller policial, os leitores podem ter valiosas informações sobre acontecimentos e personalidades da vida pública brasileira. Na apresentação, o editor Luiz Fernando Emediato escreveu que a Geração Editorial cumpre mais uma vez seu papel de apoiar as liberdades de informação e de expressão e de abordar temas da atualidade.
O livro-reportagem Operação banqueiro, de Rubens Valente, um dos maiores jornalistas investigativos do Brasil e detentor de muitos prêmios importantes, como o Esso, foi lançado em fins de 2013 e, já em janeiro deste ano, teve sua primeira reimpressão. Rubens Valente tem 44 anos, é repórter desde 1989, atualmente escreve na Folha de S. Paulo e seu trabalho, de alentadas 462 páginas, é o volume dez da Coleção História Agora, da Geração Editorial. O texto trata, principalmente, da polêmica Operação Satiagraha, desencadeada pela Polícia Federal em 2008 e que, dentre outras consequências, redundou na prisão do poderoso banqueiro Daniel Dantas (Banco Opportunity), logo depois libertado por ordem do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Mendes, aliás, está processando judicialmente o autor do livro e a editora por alegados danos morais, em vista de trechos que o envolvem. A obra de Valente tomou por base, especialmente, 62 mil arquivos digitais, mas não se limitou a compilar e organizar documentos, a maioria públicos. Valente examina os principais fatos da investigação e traz à tona segredos que ajudam a explicar o desfecho surpreendente da operação policial. O jornalista Mário Magalhães, em seu blog, escreve que o livro de Valente nasceu clássico para o entendimento de questões de anatomia do poder no Brasil e o coloca ao lado de obras como o fundamental trabalho Os donos do poder, de Raymundo Faoro. O delegado Protógenes, que prendeu Daniel Dantas, foi afastado da investigação e hoje é deputado federal. O juiz federal Fausto De Sanctis, que ordenou a prisão do banqueiro, hoje atua como desembargador no Tribunal Regional Federal, mas em área sem relação com crimes financeiros. O caso atualmente encontra-se no Superior Tribunal de Justiça, que ordenou a anulação de todas as provas coletadas pela polícia e uma decisão final aguarda nova avaliação do Supremo Tribunal Federal, sem data marcada para ocorrer. Enfim, é uma história que, como se sabe, ainda não chegou a seu final, mas, nesta obra, que tem tom de thriller policial, os leitores podem ter valiosas informações sobre acontecimentos e personalidades da vida pública brasileira. Na apresentação, o editor Luiz Fernando Emediato escreveu que a Geração Editorial cumpre mais uma vez seu papel de apoiar as liberdades de informação e de expressão e de abordar temas da atualidade.

Lançamentos

  • O trem dos órfãos, da romancista norte-americana Christina Baker Kline, narra o insólito encontro da órfã Molly, 17 anos, com Vivian, solitária de 91. Molly vai ajudá-la a organizar suas lembranças e posses. As duas, no fundo, são parecidas. Editora Planeta, 304 páginas.
  • Quem, eu? Uma avó, um neto e uma lição de vida, de Fernando Aguzzoli, conta como ele deixou empresa, carreira e estudos para conviver com a avó Nilva, portadora de Alzheimer. Com afeto, gratidão e humor, ele conta como ela o ensinou a viver, entre risadas e sofrimentos. Belas Letras, www.belasletras.com.br
  • Outono de 68, romance do jornalista e escritor gaúcho Marco Vieira, passeia pela utopia e pelos sonhos de jovens de 1968 em Porto Alegre. Tipo 1968 o ano que não terminou, mais do que uma data, um instante, como escreveu Juremir Machado da Silva na introdução. Sulina, 120 páginas.
  • Os rebeldes – Geração Beat e anarquismo místico, do consagrado jornalista Claudio Willer, conta a história do movimento beat e de seus trepidantes personagens, como Kerouac, Allen Ginsgberg e Ferlinghetti, e fala de espiritualidade, misticismo e filosofia de vida. L&PM, 200 páginas.

E palavras...

Idades
Lá pela década de 1970, a média de idade do brasileiro era de cinquenta e poucos anos. Quarenta anos depois, passa dos setenta. Deixamos de ser um país de jovens, e aí é preciso enfrentar os desafios individuais e coletivos relacionados com os idosos. Uns gostam da expressão terceira idade, outros falam em melhor idade. Melhor nem falar muito em idade e deixar os números para os queridos médicos. Uns acham que ser velho é uma beleza, outros reclamam, com razão, do valor da aposentadoria, das doenças e da desconsideração de muitos com os velhinhos. Todos têm o direito, claro, de viver como achar melhor e pensar o que quiser sobre a inevitável passagem do tempo. Já vivemos uma democracia geriátrica.  Antes as pessoas se aposentavam aí pelos cinquenta, viviam mais alguns anos e pronto. Cadeira de balanço, jornal, pijama listrado, rádio e televisor, netos, jogo de damas na praça, cartas para o Correio do Leitor, reclamações na padaria sobre o peso do pão e outras coisas do tipo estavam relacionadas com os aposentados e os idosos. Hoje temos novos velhos, com roupas, penteados, hábitos, remédios e cotidiano diferentes. Boa parte quer distância da cadeira de balanço e entende que aposentado não deve ficar muito nos aposentos, para não se deprimir, ficar doente e ir para o andar de cima antes da hora. Aliás, muito melhor a palavra jubilado que aposentado. Outros idosos preferem curtir a lentidão, os descompromissos e os prazeres da contemplação próprios da idade. Juventude passa, velhice é para sempre, brincam uns. Velhice é uma questão de tempo. Memória é onde as coisas acontecem muitas vezes. Envelhecer é o preço a pagar pela sorte de continuar vivo. Se você tiver sorte e tomar uns cuidados e não morrer, aí você envelhece. Boa sorte! Procure bem, não reclame muito, velhice tem suas vantagens, não só as filas, passagens de ônibus e meia-entrada. Manter o corpo e a mente ativos, comer e beber bem, rir, chorar, ter família e amigos, ler, ouvir boa música, exercitar os neurônios e mais umas coisas podem afastar o alemão Alzheimer. Se o Alzheimer te pegar, você vai ter a vantagem de conhecer muita gente nova, vai esquecer o que bebeu e comeu mas, pelo menos, não vai lembrar dos 7 a 1 que tomamos da Alemanha. A seleção alemã trouxe o problemão, mas um deles, Alzheimer, tem a solução, com direito a rima pobre. Cada idoso é igual e diferente, com seus direitos e deveres, mas o importante é que a vida siga sendo a arte do bom, feliz e saudável encontro, para todos.

E versos

Foi-se a Copa?
Foi-se a Copa? Não faz mal.
Adeus chutes e sistemas.
A gente pode,afinal,
cuidar de nossos problemas.
Faltou inflação de pontos?
Perdura a inflação de fato.
Deixaremos de ser  tontos
Se chutarmos no alvo exato.
O povo, noutro torneio,
havendo tenacidade
ganhará, rijo e de cheio,
A Copa da Liberdade.
Carlos Drummond de Andrade, 24.06.1978, Poesia e Prosa, Nov Aguilar, 1992
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