Bashar al-Assad tomou posse ontem para seu terceiro mandato como presidente da Síria. A cerimônia, que foi transmitida pela televisão estatal, começou com imagens de Assad saindo de um automóvel e andando pelo tapete vermelho do auditório do palácio presidencial, enquanto era tocado o hino nacional e unidades das Forças Armadas o saudavam.
O mandatário então subiu ao palco onde o presidente do Parlamento, Mohammad Jihad al-Lahham, deu sequência ao juramento do cargo. Com a mão direita sobre o Corão, o livro sagrado muçulmano, Assad prometeu “respeitar as instituições do país, suas leis e o sistema republicano para garantir os interesses do povo e suas liberdades”.
O presidente fez então seu discurso de posse, zombando de todos aqueles que apostaram que ele e seu regime seriam derrubados, quando teve início o levante de março de 2011. Afirmou que a “máscara da liberdade e da revolução” caiu e declarou a “morte” dos chamados levantes da Primavera Árabe, que se abateram sobre Egito, Líbia, Síria e Tunísia entre outros países, mais de três anos atrás.
“Eles fracassaram em convencer vocês de que se importam com os interesses do povo e seus direitos, fracassaram em fazer com que vocês sintam que precisam de guardiães para gerenciar seus assuntos e os de seu país”, alfinetou. “Eles fracassaram final e definitivamente em fazer uma lavagem cerebral e em romper suas vontades.”
Desde meados de 2013, o regime sírio tem conseguido retomar territórios estratégicos de rebeldes no Centro e no Norte do país com a ajuda de seus principais aliados regionais, o Irã e o grupo libanês Hezbollah, que recebe apoio iraniano. Isso abriu caminho para que Assad, que assumiu o poder em 2000, após a morte de seu pai Hafez al-Assad, assegurasse um terceiro mandato nas eleições realizadas no mês passado em áreas controladas pelo regime. Mais de 171 mil pessoas foram mortas desde o início do conflito no país, segundo o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos.