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Petróleo

- Publicada em 15 de Julho de 2014 às 00:00

Andrade Gutierrez pode ser parceira da Iesa


Jornal do Comércio
A construtora Andrade Gutierrez deve fechar parceria com a Iesa Óleo e Gás para assumir a construção de 24 módulos para plataformas de petróleo no polo naval do Jacuí. A alternativa passou a ser discutida abertamente, após reunião entre diretores da Petrobras, a contratante da encomenda, com o governador Tarso Genro, ontem, no Palácio Piratini. Durante o encontro, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, garantiu que o contrato para a produção no Rio Grande do Sul será mantido.
A construtora Andrade Gutierrez deve fechar parceria com a Iesa Óleo e Gás para assumir a construção de 24 módulos para plataformas de petróleo no polo naval do Jacuí. A alternativa passou a ser discutida abertamente, após reunião entre diretores da Petrobras, a contratante da encomenda, com o governador Tarso Genro, ontem, no Palácio Piratini. Durante o encontro, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, garantiu que o contrato para a produção no Rio Grande do Sul será mantido.
Ainda não há uma definição sobre a modelagem do negócio entre Iesa e Andrade Gutierrez, considerado crucial para a sobrevivência da indústria naval na região. O secretário do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, foi escalado para marcar um encontro entre as duas companhias ainda nesta semana. “A perspectiva é de acerto entre as partes. Não sei se a Iesa sairia totalmente do negócio, mas o comando passaria para a Andrade Gutierrez”, afirma Knijnik.
Um acerto entre as partes também passa pelo encontro de uma forma sobre como manter o que foi acertado no contrato original de US$ 800 milhões, incluindo o novo parceiro. Até o momento, a Iesa já havia garantido um financiamento de R$ 72 milhões junto ao Banrisul para executar as obras. No momento, o polo está operando apenas com 24% de sua capacidade, conforme mencionou a presidente da Petrobras durante a reunião. Knijnik garante que a situação será contornada. “O polo está andando em uma situação de emergência. Dependemos dessas tratativas”, diz.
O secretário estadual do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, também demonstra otimismo em relação a um desfecho positivo, mas prefere não estipular prazos. “Esperamos que isso se resolva o mais rápido possível. Os módulos estão atrasados, mas o importante é que as tratativas estão avançadas. Estamos na fase de conclusão do negócio”, garante.

Município de Charqueadas tenta salvar o empreendimento

Patrícia Comunello
Um ano depois dos primeiros movimentos em busca da consolidação industrial, Charqueadas, distante quase 70 quilômetros de Porto Alegre, teme pelo fim do seu nascente polo naval. A incerteza sobre as condições da Iesa Óleo & Gás de entregar encomendas de seis plataformas para a Petrobras, destinadas à produção da camada pré-sal, domina o setor público e segmentos de trabalhadores. A gaúcha Metasa, que se instalou na região para compor a cadeia produtiva do setor e que finaliza encomendas do mesmo pacote, preocupa-se com o futuro do município.
O alarme local se mantém mesmo após garantias, que teriam sido emitidas ao prefeito da cidade, Davi Gilmar Souza, em audiência na semana passada com executivo da estatal no Rio de Janeiro.  O prefeito disse ontem que ouviu informação de que outros contratos, que elevariam o volume de módulos dos atuais 24 para 32, podem não ser repassados à Iesa. “Queremos manter o polo, se não for o todo, que seja uma parte”, contenta-se o gestor municipal. A possibilidade de perder mais conjuntos para plataformas é extraoficial, não foi admitida na conversa na quinta-feira passada entre o prefeito, políticos locais e estaduais e o diretor de engenharia da Petrobras, José Antônio Figueiredo.
Os lotes previstos para Charqueadas são os destinados a compor as estruturas P-66, P-67, P-68, P-69, P-70 e P-71. As P-74 e 75 poderiam completar o pacote de estreia do polo. Souza afirmou que Figueiredo assegurou que o município não seria alijado dos planos de fornecer equipamentos. “Ele disse que existem poucas estruturas como a de Charqueadas no Brasil”, repetiu o prefeito. O chefe do executivo local reforçou que ouviu apenas o nome da construtora Odebrecht como possível solução para a crise financeira da Iesa. Souza citou ainda que a indústria que deveria estar entregando módulos completos alegou que discute diferenças entre a encomenda e o valor contratado, que seria de US$ 159 milhões. O contrato inicial prevê US$ 800 milhões.
Segundo fontes que acompanham de perto a crise da fornecedora, a situação em Charqueadas é temerária. Atrasada com as entregas para a estatal (a primeira encomenda deveria ser liberada neste mês), a empresa não teria concluído nenhum módulo. Desde fevereiro, os conjuntos referentes às Plataformas 66 e 67 estão no canteiro da indústria. “Foram colocados para dentro, mas a Iesa não consegue fazer nada. Se não entrar alguém para abraçar o negócio e com dinheiro, não vai acontecer”, adverte um executivo do setor industrial do Estado. O alerta na administração local se elevou depois da informação de que a fabricação de novos módulos do atual pedido será adiada. “Talvez, nem sejam feitos aqui”, lamenta o prefeito.   
Até agora, pelo menos 1,2 mil empregados estão atuando no canteiro da Iesa (900) e Metasa (300). Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas e Região Carbonífera, Jorge Luiz Silveira de Carvalho, o quadro das duas operações responde por um terço da mão de obra do setor. É o mesmo número da siderúrgica da Gerdau, com sede no município, e que emprega 1,2 mil pessoas. Carvalho aponta alta rotatividade de trabalhadores, que é gerada pelas dispensas devido a dificuldades de caixa. “Não sabemos como está o pagamento de multas e recolhimento de direitos, como do FGTS. Os ex-funcionários teriam recebido com atraso na sexta-feira”, comenta o presidente do sindicato.
Carvalho lembra que ramos locais de restaurante e comércio amargam prejuízos, pois apostaram na nova indústria. Trabalhadores da Iesa receberam reajuste da inflação na data base em maio, enquanto a categoria em Rio Grande, principal cadeia da indústria naval gaúcha, obteve índice de 9,5%. O sindicalista denunciou condições precárias de trabalho, que foram notificadas ao Ministério do Trabalho. “Tem funcionário levando ferramenta de casa para trabalhar”, cita. “Só nos resta esperar outra empresa para salvar parte do polo, pois o que se perdeu, foi.”

Metasa já entregou dois módulos e está concluindo mais dois

Não é por falta de trabalho que a Iesa não opera. A gaúcha Metasa, com sede em Marau, entregou em fevereiro dois grupos de módulos (total de oito) para compor futuras plataformas e finaliza mais dois dos seis que estão contratados pela Petrobras dentro do primeiro pacote de pedidos previsto para o polo naval de Charqueadas. Os conjuntos que já estão no canteiro industrial da Iesa são destinados às plataformas 66 e 67.  Também há outros dois em fase final (P-68 e P-69), na fábrica da Metasa em Charqueadas. Em Marau, começou a produção de componentes para a P-70. E ainda há a P-71 no plano.  
O diretor de construção e montagem da Metasa, Douglas Roso, explica que a etapa final no município envolve “preencher o miolo”. Ele traduz que a Iesa tem de instalar válvulas, tubulações, outros equipamentos e painéis elétricos. É a fase mais exigente em qualificação da mão de obra. Os conjuntos podem ser recusados se não passaram no controle de qualidade e segurança. Depois dessa etapa, o conjunto é enviado a um estaleiro para integração. Roso admite preocupação com o futuro do polo e ressalta que o investimento de R$ 50 milhões na fábrica da Metasa não será desperdiçado, pois poderá atender a outros clientes.
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