Fim de Copa no Rio Grande

Então ficamos assim: a Copa no Rio Grande do Sul terminou, recebemos tradicionais bebedores de cerveja - Holanda e Alemanha -, uma multidão de argentinos e um bom número de franceses, representantes de tradicionais produtores, mas quase todos pouco interessados em nossos vinhos. A maioria dos visitantes preferiu beber nas calçadas, em seus acampamentos, ou nos bancos de veículos. 

Tamanha informalidade tem mesmo pouco a ver com bons vinhos, e minha sensação é de que os torcedores estrangeiros passavam com pressa por aqui - sem tempo ou disposição para apreciar nossas regiões vinícolas e sua produção. Esse pessoal da foto abaixo é da Associação de Turismo da Serra Nordeste (Atuaserra), que com alguns convidados brinda, na Usina do Gasômetro, pelo sucesso da Copa em Porto Alegre.

Na página de hoje há várias novidades sobre o mundo dos vinhos, inclusive uma pizzaria, apropriadamente cravada no Vale dos Vinhedos, na qual os vinhos brasileiros são as grandes estrelas.

Doses

• Há quatro anos, 47 garrafas de Veuve Clicquot datadas de 1840 foram descobertas em perfeito estado, em um navio naufragado em águas da Finlândia. Agora uma seleção dos melhores rótulos da Maison ficará submersa no mar Báltico, dentro de uma adega especialmente projetada. O objetivo é desvendar como o champagne envelhece nessas condições, comparativamente ao armazenado na sede da empresa, em Reims.
• Dois argentinos 100% varietais e um português alentejano passam a integrar o portfólio de importados da Domno. Da Argento, de Maipú, um Shiraz; da Vistalba (de Carlos Pulenta), localizada no Valle de Uco, também em Mendoza, o Tomero Malbec, em garrafas de 375ml. Do Alentejo chega o Dumonte IGP, da Caves Velhas, composto por uvas Aragonês, Trincadeira e Alicante Bou.
• Plaza Porto Hotel, o Plazinha, durante a Copa prioriza vinhos gaúchos em sua carta. Nela estão Almaúnica Reserva Cabernet Sauvignon e Casa Valduga Premium Raízes Cabernet Sauvignon, além do Faces World Cup, da Vinícola Lidio Carraro.
• Uma degustação de seis cachaças gaúchas estará disponível até dia 13 na Bazkaria. Pode-se experimentar uma dose (R$ 7,50), uma seleção de três (R$ 20,00) ou de seis rótulos (R$ 35,00), com diferentes métodos de envelhecimento. A partir de 11h, na rua Comendador Caminha, 324.

Muito prazer

Em tese, trata-se de uma pizzaria, mas a ambientação conduz ao mundo dos vinhos - todos brasileiros, nenhum importado. O nome já sugere a proposta da casa, que fica em pleno Vale dos Vinhedos, juntinho da estrada, na vitrine do Hotel Villa Michelon. O prédio também abriga a Mamma Gemma, irmã da Trattoria Primo Camilo, que conheci em Garibaldi. Os proprietários são os mesmos, o que garante a qualidade das refeições.

A foto dá uma ideia do ambiente, que lembra o de um armazém, com artesanato e produtos coloniais integrando a decoração. Mas o ponto alto são as estantes móveis postas em torno das mesas, repletas com mais de 200 rótulos de vinhos da Serra, da Campanha, da Serra do Sudeste, do Vale do São Francisco e de São Joaquim (SC). O cliente pode analisar, escolher e degustar sua garrafa, enquanto as pizzas, oferecidas em 35 sabores e servidas na pedra, cumprem seu tempo no forno a lenha. Brandy, grapa e cachaça completam a carta de bebidas. 

A Pizza entre Vinhos funciona de quarta-feira a domingo, a partir de 19h. Reservas: 54 3459-1392 ou [email protected].

Chope e cerveja

• Esse bem humorado rótulo da foto corresponde à Premium Lager Zé Galego, da Bastards Brewery, cervejaria de Curitiba (tel. 41 3557-2207). O blend tem maltes brasileiros e alemães, quatro adições de lúpulo e teor alcoólico de 5,1%. Por enquanto, distribuição restrita a Paraná e Santa Catarina.
• Santa Muerte Nut Brown Ale, produzida em parceria por Mr. Beer, cervejaria Dama Bier e Tatoo You, acaba de ganhar medalha de bronze no Australian International Beer Awards, na categoria English Brown Ale. A cerveja, lançada em novembro de 2013, é produzida com castanhas do Pará e possui 5% de teor alcoólico.