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Copa 2014

- Publicada em 30 de Junho de 2014 às 00:00

Média de ocupação nos hotéis da Capital foi de 70% durante a Copa


fredy vieira/jc
Jornal do Comércio
Mesmo que praticamente todos os hotéis de Porto Alegre e Região Metropolitana tenham estado lotados durante o período em que ocorreram os jogos da Holanda e Austrália e da Argentina e Nigéria, dentro do cronograma da Copa 2014, o balanço dos empresários do setor é de que as vendas durante o Mundial poderiam ter sido melhores. A média da ocupação da rede hoteleira da Capital durante os 10 primeiros dias de evento na cidade foi de 70%, segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similiares (Sindipoa). Ainda de acordo com a entidade, no primeiro jogo (França e Honduras), chegou a aproximadamente 80%, quando o aumento médio das diárias hoteleiras foi de 70% em relação aos 12 primeiros dias do mês. Já a ocupação no dia anterior ao jogo da Holanda e Austrália foi de aproximadamente 95%, com aumento médio das diárias hoteleiras de 95%, em relação aos 12 primeiros dias do mês. 

Mesmo que praticamente todos os hotéis de Porto Alegre e Região Metropolitana tenham estado lotados durante o período em que ocorreram os jogos da Holanda e Austrália e da Argentina e Nigéria, dentro do cronograma da Copa 2014, o balanço dos empresários do setor é de que as vendas durante o Mundial poderiam ter sido melhores. A média da ocupação da rede hoteleira da Capital durante os 10 primeiros dias de evento na cidade foi de 70%, segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similiares (Sindipoa). Ainda de acordo com a entidade, no primeiro jogo (França e Honduras), chegou a aproximadamente 80%, quando o aumento médio das diárias hoteleiras foi de 70% em relação aos 12 primeiros dias do mês. Já a ocupação no dia anterior ao jogo da Holanda e Austrália foi de aproximadamente 95%, com aumento médio das diárias hoteleiras de 95%, em relação aos 12 primeiros dias do mês. 

Com o jogo de hoje entre Alemanha e Argélia, o cenário médio da ocupação de hotéis de três a cinco estrelas na Capital não mudou muito, ficando em 72% desde o dia 13 de junho, segundo cálculos do presidente do Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Carlos Henrique Schmidt, que também dirige a Rede Plaza. Ele diz que o resultado foi um pouco aquém do almejado: “Tínhamos expectativas de que as lotações fossem mais homogêneas, com ocupações mais altas durante todo o período”. 

“Esperávamos mais”, concorda o proprietário da Rede Suarez, Manuel Suarez, que tem 13 hotéis espalhados em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Campo Bom. Todos os estabelecimentos da rede, que se enquadram nas categorias duas ou três estrelas, receberam hóspedes vinculados ao Mundial. “A partida entre Holanda e Austrália gerou vendas para os quatro hotéis da Capital e também para o de Canoas. Já o jogo entre Argentina e Nigéria levou gente até Novo Hamburgo e Campo Bom. Tivemos uma grande procura, com 100% de ocupação em todos os empreendimentos”, relata Suarez. No entanto, segundo o empresário, se a Fifa tivesse devolvido os apartamentos que bloqueou com mais antecedência, outras vendas teriam ocorrido. Na Rede Suarez, na qual havia reservado 50% dos apartamentos disponíveis, a Fifa devolveu 90% das reservas solicitadas. “Recusamos muita coisa devido ao contrato, que não tinha regras muito claras, no meu entender. Criamos uma grande expectativa, mas o desenrolar foi diferente e nos pegou de surpresa”, admite o proprietário.

Na opinião do empresário Ricardo Ritter, diretor do Ritter Hotel em Porto Alegre — localizado em frente à rodoviária —, tudo ocorreu “mais ou menos de acordo com o previsto”. “A lotação foi maior nos jogos entre Holanda e Austrália, e o da Argentina e Nigéria, ambos com 100% de ocupação.” No dia 25, o fluxo no hotel era intenso: 510 pessoas, todas hospedadas no Ritter. “A média de hóspede por apartamento no período da Copa pulou de 1,5 para 2 pessoas”, explica o diretor do estabelecimento, que admite ter se surpreendido com o número de vendas para argelinos durante os dias próximos ao jogo da Argélia e Coreia. “De 21 a 23 de junho, a ocupação foi de 90%.” Pelos cálculos do empresário, a média de hóspedes no Ritter pulou de 55%, em período normal, para 80% entre os dias 15 e 30 de junho. “Mas, nos dias em que não ocorreram jogos, caiu bastante a procura, a ponto de ser preciso fazer promoção para o preço das diárias nesse período.”

Dos 237 apartamentos disponíveis no Ritter, a Fifa havia bloqueado 105. Ali também foi devolvido mais da metade dos quartos, e, de última hora, ficou mais difícil vender, opina o diretor do hotel. “Por contrato, não se pode vender por preços abaixo dos que os praticados pela Fifa, por isso as tarifas ficaram um pouco mais elevadas: foram decididas há dois ou três anos, levando em conta a inflação do período”, explica.

Mundial inseriu Porto Alegre no meio turístico

Após receber uma leva considerável de hóspedes estrangeiros durante 15 dias, o proprietário do Eko Residence Hotel, Daniel Antoniolli, se diz satisfeito com os resultados do Mundial no que se refere à promoção de Porto Alegre no meio turístico. “Estamos contentes: a Copa está funcionando, o Brasil foi muito bem vendido, e para a nossa cidade só não foi melhor porque não ocorreu uma ‘invasão’ de americanos, é só isso que lamento como empresário da área turística”, opina Antoniolli, referindo-se ao grande número de torcedores dos Estados Unidos que marcaram presença no País. 

“Para o Eko Residence, foi muito positivo, excelente”, considera Antoniolli. “O período em que não lotamos foi o próximo da partida entre Coreia e Argélia, e, mesmo assim, tivemos uma boa ocupação, de 85% dos quartos”, completa. No estabelecimento, que tem 97 apartamentos, circularam todas as torcidas vinculadas aos jogos que ocorreram em Porto Alegre, diz Antoniolli, que inclusive precisou negar inúmeras reservas para argentinos que tentaram hospedagem de última hora. Segundo o empresário, todos os turistas elogiaram “muito” a organização da Copa e também os serviços da cidade. “Na minha visão, até agora, o evento acabou dando certo em Porto Alegre”, avaliou o hoteleiro na sexta-feira passada.

Já o empresário Ricardo Ritter afirma que um dos hóspedes do Hotel Ritter foi assaltado no Centro da cidade. “Apesar de uns raros incidentes no período, a princípio não ocorreu nada de grave”, pondera. As reclamações mais constantes foram relacionadas ao tempo de deslocamento entre o hotel, que fica em frente à rodoviária, e o estádio Beira-Rio. “Nos jogos que ocorreram em dia de semana, o deslocamento das torcidas demorou quase uma hora por causa do trânsito.” Mas nada disso impediu que os visitantes se encantassem com a cidade. Prova disso é que muitos ficaram depois dos jogos, a exemplo de australianos, argentinos, americanos e nigerianos, que ainda estavam hospedados em alguns estabelecimentos na sexta-feira passada, buscando cumprir, desta vez, uma verdadeira programação turística.

“Porto Alegre deu um banho, com todos os problemas que se falava que haveria durante o evento”, opina o diretor do Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Carlos Henrique Schmidt. “O Caminho do Gol foi uma ideia fantástica, que funcionou. E a Fan Fest ocorrendo perto do estádio foi um acerto, pois ajudou na concentração das torcidas”, continua o dirigente. Segundo ele, “tudo deu certo”. “Não temos do que reclamar. Não houve problemas de alagamento, nem de segurança, por exemplo. Acho que o Estado e o município souberam se preparar e se impor.” 

Hotelaria da Capital e Região Metropolitana está lotada para a partida desta segunda-feira

Para esta segunda-feira, quando ocorre o jogo da Alemanha contra a Argélia em Porto Alegre, a Rede Suarez já contava com reservas de hospedagem de estrangeiros desde a manhã de sexta-feira. “A demanda está muito grande. Acreditamos que a ocupação chegue a 100% em Porto Alegre, 80% em Canoas e 70% em Novo Hamburgo e São Leopoldo”, disse o empresário no dia seguinte ao anúncio das seleções que disputariam a partida. 

Também o Eko Residence está lotado desde ontem. Na sexta-feira passada, já estava tudo vendido para torcedores do Mundial. Na maioria dos hotéis da capital gaúcha de três a cinco estrelas, os preços das diárias não ultrapassaram R$ 450,00. “Acredito que não houve exagero. Esse é um valor que está de acordo com o que os estrangeiros estão acostumados a pagar em hotéis da Europa ou dos Estados Unidos”, opina o empresário Ricardo Ritter. “O grande desafio agora é movimentar o setor a partir do dia 1 de julho, quando a ressaca da Copa promete ocupação baixíssima.”

Cidades-sede buscam soluções para seus estádios

A Copa do Mundo acabou. Pelo menos para Curitiba, Cuiabá, Natal e Manaus, que não terão mais partidas do torneio. Cada uma dessas cidades recebeu quatro jogos da primeira fase do Mundial e viveu dias de efervescência. O balanço oficial feito pelos governantes é que o campeonato foi positivo e trouxe benefícios aos municípios.

O público total das 16 partidas realizadas nesses estádios foi de 634.102 torcedores, média de 39.631, número muito distante da realidade dos campeonatos regionais. Agora, de volta à rotina, os governantes buscam soluções para as arenas. A última cidade a se despedir da Copa foi Recife, que recebeu, ontem, Costa Rica x Grécia, pelas oitavas de final.

Em Curitiba, a Arena da Baixada se tornou um enorme desafio para o Atlético Paranaense. A diretoria planeja operar o estádio com média de público próxima à capacidade total, de 43 mil torcedores. As receitas de bilheteria serão decisivas para o clube conseguir honrar os empréstimos feitos durante o período das obras. “A parte mais difícil vem depois da Copa do Mundo, que é pagar a conta”, admitiu o presidente Mauro Celso Petraglia.

A previsão inicial era de que a reforma da arena custaria ao clube R$ 135 milhões, mas o valor saltou para R$ 330 milhões. O Atlético tenta dividir a conta com o governo do estado e a prefeitura de Curitiba, mas ainda não resolveu o impasse.

Como a reforma atrasou, o estádio foi entregue incompleto à Fifa para a Copa do Mundo. Agora, o Atlético vai ter mais gastos para terminar a obra e ainda fazer os trabalhos de adaptação da arena às necessidades do clube.

O futuro da Arena Amazônia preocupa em Manaus. O governo do estado do Amazonas, proprietário do estádio, já contratou uma empresa que deverá apresentar, nos próximos meses, um estudo com as opções mais viáveis de utilização do espaço.

Atualmente, há duas possibilidades: o estado continua com o estádio e apenas repassa a operação para a iniciativa privada ou abre licitação para concessão integral durante o período de 20 anos. Um dos principais entraves da operação é o alto custo de manutenção, estimado em aproximadamente R$ 500 mil por mês.

O destino do estádio, inclusive, é motivo de muita polêmica em Manaus. O Tribunal de Justiça do Amazonas já chegou a sugerir que a arena seja transformada em um centro de triagem de presos. Há quem defenda que o estádio, que custou R$ 670 milhões, seja vendido.

Natal já faz planos para o seu estádio. Com a retirada das arquibancadas provisórias, a Arena das Dunas terá sua capacidade reduzida de 40 mil para 31 mil espectadores. A ideia é não deixar o estádio com muitos lugares vazios em dias de jogo, já que ABC e América, os dois maiores clubes do estado, têm médias de público baixas.

No primeiro semestre, a média no estádio foi de pouco mais de 6 mil torcedores por jogo. Assim, o governo planeja levar shows de grande porte para a cidade, a fim de manter a arena ocupada. Pelos próximos 20 anos, o local será administrado por uma Parceria Público Privada (PPP) entre o estado e a concessionária responsável.

O secretário extraordinário da Copa no Mato Grosso, Maurício Guimarães, chegou a dizer que, se tivesse de dar uma nota para o desempenho de Cuiabá no evento, “sem dúvida seria dez”, apesar de muitas obras de mobilidade urbana não terem sido concluídas. “A Copa em Mato Grosso passou muito longe do fracasso que todos acreditavam que seria. Não houve necessidade de um plano B”, disse.

O desafio dos mato-grossenses agora é não deixar que a Arena Pantanal se transforme em um elefante branco. Já na última quinta-feira, um dia depois do último jogo da Copa no estádio, o processo de licitação da arena para concessão à iniciativa privada foi iniciado. Também caberá ao governador Silval Barbosa (PMDB) conduzir negociações para levar jogos do Campeonato Brasileiro para Cuiabá nos próximos meses. 

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