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HISTÓRIAS DO COMÉRCIO E DOS SERVIÇOS

- Publicada em 30 de Junho de 2014 às 00:00

Don Vitto transforma clássico do cinema em tradição


JONATHAN HECKLER/JC
Jornal do Comércio
Em 1992, um delegado gaúcho conseguiu realizar algo que parecia improvável. Ivair Maynart capturou a essência do maior gângster da sétima arte, Don Vito Corleone, interpretado por Marlon Brando no filme O Poderoso Chefão. O empreendedor decidiu usar o “carisma” do vilão a seu favor. Nascia assim, uma das pizzarias mais tradicionais de Porto Alegre. Aposentado da polícia, Maynart dedica 100% do tempo ao negócio inaugurado por ele e o irmão, na avenida Plínio Brasil Milano, há mais de duas décadas. Antes de trabalhar com a tradicional iguaria italiana, o estabelecimento funcionava como uma espécie de cantina especializada em filés à parmeggiana e lasanhas. 

Em 1992, um delegado gaúcho conseguiu realizar algo que parecia improvável. Ivair Maynart capturou a essência do maior gângster da sétima arte, Don Vito Corleone, interpretado por Marlon Brando no filme O Poderoso Chefão. O empreendedor decidiu usar o “carisma” do vilão a seu favor. Nascia assim, uma das pizzarias mais tradicionais de Porto Alegre. Aposentado da polícia, Maynart dedica 100% do tempo ao negócio inaugurado por ele e o irmão, na avenida Plínio Brasil Milano, há mais de duas décadas. Antes de trabalhar com a tradicional iguaria italiana, o estabelecimento funcionava como uma espécie de cantina especializada em filés à parmeggiana e lasanhas. 

Somente três anos mais tarde, viria a Don Vitto Pizzaria, especializada em pizzas à la carte. Na ocasião, uma das novidades era o cardápio. Os sabores tradicionais ganharam novas receitas e foram rebatizados com nomes que remetiam à clássica trilogia cinematográfica, lançada em 1972, inspirada na obra de Mario Puzo. 

Entre as 40 alternativas, pela primeira vez aparecia em um menu a opção “Mafiosa”. A mistura de calabresa, cebola, azeitonas e berinjela, atualmente, é encontrada em quase todos os cardápios de outros estabelecimentos do ramo.

O casamento do morango com o chocolate também era uma exclusividade da casa. Sugerida por uma cliente, há 12 anos, a pizza até hoje é a campeã de vendas entre os mais de 60 sabores disponíveis. 

“Temos pizzas consagradas, principalmente, no que se refere às doces. Isso foi uma das coisas que mudamos no mercado. Sabores diferenciados como morango com chocolate e banana com gemada surgiram pela primeira vez em Porto Alegre aqui”, recorda. 

Com uma média de 10 mil pizzas por mês, o restaurante se aproxima da marca de 2 milhões de unidades comercializadas. A tele-entrega, criada em 2005, é responsável por cerca de 30% dos pedidos. Entretanto, o fluxo nem sempre foi favorável. Nos primeiros anos, as 2 mil unidades mensais eram consideradas muito abaixo da expectativa. 

O sucesso dos produtos, diz o comerciante, começou junto com o establecimento. “Quando abrimos a pizzaria, achávamos que não tínhamos o movimento adequado. Por isso, quando começamos a trabalhar com rodízio, optamos por privilegiar a qualidade.” A ideia então foi apostar em matérias-primas de primeira linha. “Nosso chocolate é de marca, e não um pó qualquer colocado sobre a pizza”, exemplifica. 

Com essa prerrogativa, a Don Vitto foi uma das primeiras pizzarias a oferecer rodízios com produtos assados em forno à lenha. Assim, ganharam um mercado que era dominado pela produção à gás. “Era, mais ou menos, como oferecer um churrasco feito fora da churrasqueira. Ou seja, uma diferença absurda”, sintetiza.

Atualmente, os personagens que ganharam vida nas telas com a direção de Francis Ford Coppola não estão mais tão vivos no imaginário do público. A sacada inicial perdeu a força ao longo dos anos. E, para sobreviver em meio a uma concorrência acirrada, foi preciso encontrar outras identidades. 

Nesse aspecto, o atendimento se transformou na principal estratégia. Por isso, os 60 funcionários passam por constantes treinamentos e reuniões periódicas para aprimorar a prestação de serviços. “Com o surgimento de outros rodízios à lenha, buscamos nos diferenciar pelo serviço. Para atender o contingente de pessoas que passam por aqui, é preciso investir nisso”, analisa. 

Outro diferencial exaltado por Maynart é a preferência pela contratação de garçonetes. A ideia é “suavizar” o contato com os clientes. “O garçom tende a ser mais sisudo, enquanto a figura feminina gera uma identificação melhor com o público”, comenta. O plano deu certo. Dos 22 atendentes do quadro funcional, apenas 4 são homens.

Plano de franquias deve ser lançado

“Vou lhe fazer uma oferta irrecusável”. A cena em que Jhonny Fontane busca a ajuda de Don Corleone para conseguir um papel em um filme imortalizou uma das frases mais celebres do protagonista do primeiro filme da série O Poderoso Chefão. A citação, agora, serve de modelo para a expansão programada pela tradicional pizzaria da capital gaúcha. 

A meta é concluir, até o final do ano, a elaboração de um plano de franquias. A previsão é de uma unidade para Porto Alegre, duas na Região Metropolitana e outras 10 em grandes cidades do Interior do Estado, como Santa Maria, Pelotas e Caxias do Sul.  

A ideia ganha corpo desde o fechamento da filial que funcionou por quatro anos em anexo ao estádio Beira-Rio e acabou encerrando as atividades em razão de uma série de divergências administrativas. Um dos motivos, conforme explica o proprietário Ivair Maynart, era a impossibilidade de abrir as portas nos dias de jogos. 

Segundo ele, foi um período bom de vendas e que talvez pudesse ser contornado, mas acabou impossibilitado. “Para uma pizzaria não poder contar com o sábado e o domingo é algo péssimo para os negócios. Isso inviabilizou, pois o nosso público era fiel, diferentemente do que ocorre em um shopping, por exemplo, onde as pessoas passam e escolhem o local da refeição.” Para ir à Don Vitto era preciso optar, e muitos clientes chegavam lá nos dias de jogos e acabavam sem acesso ao restaurante.

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