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copa 2014

- Publicada em 16 de Junho de 2014 às 00:00

Interior do Estado trabalha para atrair visitantes da Copa do Mundo


ANTONIO PAZ/JC
Jornal do Comércio
Um misto de decepção com surpresa, seguido da expectativa de que o cenário mude, traduz a sensação de alguns empresários do trade turístico do Interior, quando o assunto é o receptivo de visitantes da Copa do Mundo. A maioria ainda não vendeu produtos ou serviços, e até sexta-feira (13) não havia número significativo de reservas de hospedagens vinculadas ao Mundial fora da Região Metropolitana de Porto Alegre. “Em geral, o turista da Copa optou por viajar junto com a sua seleção – este é o perfil deste tipo de viajante, que não tem tempo para se deslocar para um destino de lazer fora de uma cidade-sede”, justifica o supervisor do departamento comercial da agência de receptivo da Serra Gaúcha Brocker Turismo, Guilherme Lírio. “A princípio, não esperamos muito do Mundial, porque o agendamento que temos para o período é de turistas que já transitam pelos Aparados da Serra – nenhum deles é estrangeiro ou vinculado ao campeonato”, garante o proprietário de outra agência de receptivo, a Rota Aparados (em Cambará do Sul), Dolizete Ramos Mota.

Um misto de decepção com surpresa, seguido da expectativa de que o cenário mude, traduz a sensação de alguns empresários do trade turístico do Interior, quando o assunto é o receptivo de visitantes da Copa do Mundo. A maioria ainda não vendeu produtos ou serviços, e até sexta-feira (13) não havia número significativo de reservas de hospedagens vinculadas ao Mundial fora da Região Metropolitana de Porto Alegre. “Em geral, o turista da Copa optou por viajar junto com a sua seleção – este é o perfil deste tipo de viajante, que não tem tempo para se deslocar para um destino de lazer fora de uma cidade-sede”, justifica o supervisor do departamento comercial da agência de receptivo da Serra Gaúcha Brocker Turismo, Guilherme Lírio. “A princípio, não esperamos muito do Mundial, porque o agendamento que temos para o período é de turistas que já transitam pelos Aparados da Serra – nenhum deles é estrangeiro ou vinculado ao campeonato”, garante o proprietário de outra agência de receptivo, a Rota Aparados (em Cambará do Sul), Dolizete Ramos Mota.

“Muita gente comprou pacote da agência oficial da Fifa. O que esperamos é que aquele turista compre, por conta própria, passeios enquanto estiver na cidade”, explica a vice-presidente da regional da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-RS), Rita Vasconcelos. Exatamente por isso, o trabalho para atrair os visitantes do Mundial não terminou. Pelo contrário: está acirrado, com distribuição de guias e materiais impressos sugerindo roteiros pelo Rio Grande do Sul, com endereços e telefones de empresas associadas à Abav-RS, e a divulgação corpo a corpo de profissionais do Turismo de 25 regiões do Estado. Através de um sistema de rodízio, eles estão presentes em cinco Centros de Atenção ao Turista (Cats) espalhados na Capital. 

Nos Cats do Aeroporto e da Rodoviária, que funcionam de forma permanente na cidade, o movimento de visitantes estrangeiros começou a se intensificar na quinta-feira, segundo informação do titular da Secretaria de Turismo do Estado (Setur-RS), Márcio Cabral, que esteve nos locais para oficializar as estruturas criadas para qualificarem o trabalho receptivo do Rio Grande do Sul, a partir do período da Copa do Mundo. Já os Cats temporários, erguidos no Parque Moinhos de Vento (Parcão) e nos shoppings Praia de Belas e Barra ShoppingSul, cumprirão a função de divulgar os atrativos gaúchos somente no mês que ocorrem os jogos do campeonato. Em todos estes, além de agentes de viagens, também representantes de secretarias municipais, ou de associações de regiões turísticas, como a do Vale do Taquari ou a da Uva e do Vinho, estão desenvolvendo uma ação ofensiva de exposição de produtos e serviços, para reter os torcedores de fora do Estado em solo gaúcho. Lá são oferecidos passeios que vão desde os caminhos rurais do entorno de Porto Alegre até as mais variadas rotas, do Litoral às Missões.

Além da Abav-RS e da Setur-RS, também o Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindipoa) e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre integram a parceria, que tem como foco divulgar os atrativos turísticos e gastronômicos – já com valores definidos –, além de oferecer serviços de transfers e de guias para os visitantes. 

Demanda fraca surpreendeu, afirmam empresários

Proprietário do Cambará Eco Hotel – uma das maiores hospedagens de Cambará do Sul, com 42 apartamentos –, o empresário José Antônio Brugnera admite estar decepcionado com a falta de demanda por vagas dos turistas que estão chegando para o Mundial. “Nós tínhamos uma grande expectativa, mas não se concretizou. Não recebemos direcionamentos de reservas vinculadas à Copa, muito menos de pessoas vindo do exterior, por incrível que pareça”, desabafa o hoteleiro, lembrando que os cânions de Cambará do Sul são atrações consolidadas no Estado. “É uma surpresa para nós.” 

O empresário afirma que investiu forte na espera do evento: “Fizemos treinamento e ofertamos cursos de inglês para toda a equipe, visando bem receber os hóspedes de fora do País”, comenta. Também foi feita muita divulgação do destino, via agências e operadoras, além da Secretaria de Turismo do município. “Infelizmente, algo não funcionou. Não houve contatos, nem mesmo para saber de preços.”

Mesmo sem resultado à vista, Brugnera afirma que não perdeu a esperança. A empresa integra material de divulgação exposto nos Cats em funcionamento na Capital e também na mostra Paradouro Gaúcho, onde um grupo de associações dos destinos dos Campos de Cima da Serra divulga o destino Aparados da Serra – Canyons do Brasil, e outro promove o projeto Quintais de Cambará do Sul, com o apoio do Sebrae-RS. No total, 308 empresas participam da mostra no Cais do Porto. 

Região da Serra lidera a busca de visitantes com interesse em locais de Porto Alegre

Pelo menos 10 grupos fechados de visitantes internacionais vinculados ao Mundial devem circular pelo Estado nos próximos dias. Apesar de pouco significativo, o número é um alento para as empresas que estão em busca de fisgar os turistas da Copa do Mundo. Viajantes recém chegados da França, da Argentina, e da Tanzânia (localizada na África Ocidental) compraram pacotes da Portovan Turismo Receptivo. 

De acordo com o proprietário da agência, Clóvis Cavalheiro da Rosa, o produto integra um city tour em Porto Alegre, seguido de jantar em churrascaria no primeiro dia; e passeio pela região de Uva e Vinho (passando pelas cidades de Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos e Caminhos Rurais). Cada viajante desembolsou, por este pacote, em torno de R$ 230,00 – o que dá direito também aos almoços, transporte, guia bilíngue, e ingresso nas vinícolas que serão visitadas, detalha Rosa. Ele explica que conseguiu vender os produtos antes da chegada dos turistas porque tem indicações e parcerias com agências operadoras fora do País – que montaram a programação antecipadamente.

Também a Liga Turismo, de Gramado, tem a previsão de receber quatro grupos de argentinos para levar à cidade do Natal Luz. Mas o proprietário, Fábio Bordin, afirma que estas hospedagens fora da Capital estão mais vinculadas à dificuldade destes estrangeiros em encontrar acomodação na cidade-sede dos jogos do que por interesse de conhecer a Serra. “São cerca de 150 pessoas, a maioria homens. De qualquer forma, vão conhecer Gramado”, declara o empresário. Segundo ele, as demais 1,5 mil pessoas que irá atender até julho, por conta do Mundial, devem circular exclusivamente na Capital. 

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