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Coluna

- Publicada em 25 de Abril de 2014 às 00:00

O thriller sexual de Tailor Diniz


Jornal do Comércio
Em linha reta, romance de temática policial-sexual, é o 13º livro do consagrado autor gaúcho Tailor Diniz, jornalista, escritor e roteirista de cinema e TV que, entre outros, publicou volume de contos Tranversais do tempo (Bertrand Brasil, Prêmio Açorianos 2007 e Prêmio Ages) e A superfície da sombra, romance lançado pela Grua Livros em 2012, com adaptação para o cinema. Tailor tem muita experiência com literatura policial e seu romance Crime na Feira do Livro, publicado pela Dublinense, foi finalista do Prêmio Açorianos de Literatura em 2011 e traduzido para o alemão. Em linha reta (Grua Livros, 128 páginas), já nas primeiras linhas, envolve o leitor com sua linguagem ágil e direta, numa cena forte. Sophia Antonelli, uma universitária garota de programa, contratada por um cliente desconhecido, é levada por um motorista tosco, falante e agressivo que, ao som de músicas antigas de Roberto Carlos, vai garganteando muito sobre vida, prostituição e a estranha receita de peixe que come o recheio antes de ser abatido a marteladas e ir ao forno. Os diálogos são primorosos, verdadeiros e agressivos, como poucos na literatura brasileira e na de outros países. O motorista segue por uma estrada gaúcha, retilínea e deserta, noite adentro. Ao serem abordados por policiais, na estrada, o motorista simplesmente diz que está a serviço do Sacerdote. Os agentes da lei batem continência, perguntam se ele vai bem e mandam seguir. Adiante, na tentativa de se evadir da situação, Sophia acaba se enredando de vez numa teia de perversões. O thriller sexual de Tailor, pelos cenários, personagens e temática, se insere no melhor da tradição literária latino-americana, da qual o autor é parte e profundo conhecedor. Entre a realidade e o delírio, entre o sonho e a alucinação, Sophia vai vivenciando, em poucas horas, em ritmo acelerado, acontecimentos ligados com religião, sexo, sadismo, suicídios, fuzilamentos e ambientes perdidos no tempo e no espaço. Mas a prosa enxuta e experiente de Tailor não cai simplesmente nas famosas hipérboles e facilidades do fantástico e leva o leitor a outros caminhos. Caminhos das profundezas e labirintos da alma humana, dos desejos dos seres e dos maquinismos sociais e pulsões que acabam por escravizar as pessoas. Em linha reta vai além de um romance policial bem construído. Além do que existe entre o céu e a terra. Bem como diz Jorge Luis Borges na epígrafe: “os sonhos são uma obra estética, talvez a expressão estética mais antiga. Toma uma forma estranhamente dramática, já que somos, como disse Addison, o teatro, o espectador, os atores e a fábula.” Por aí. 
Em linha reta, romance de temática policial-sexual, é o 13º livro do consagrado autor gaúcho Tailor Diniz, jornalista, escritor e roteirista de cinema e TV que, entre outros, publicou volume de contos Tranversais do tempo (Bertrand Brasil, Prêmio Açorianos 2007 e Prêmio Ages) e A superfície da sombra, romance lançado pela Grua Livros em 2012, com adaptação para o cinema. Tailor tem muita experiência com literatura policial e seu romance Crime na Feira do Livro, publicado pela Dublinense, foi finalista do Prêmio Açorianos de Literatura em 2011 e traduzido para o alemão. Em linha reta (Grua Livros, 128 páginas), já nas primeiras linhas, envolve o leitor com sua linguagem ágil e direta, numa cena forte. Sophia Antonelli, uma universitária garota de programa, contratada por um cliente desconhecido, é levada por um motorista tosco, falante e agressivo que, ao som de músicas antigas de Roberto Carlos, vai garganteando muito sobre vida, prostituição e a estranha receita de peixe que come o recheio antes de ser abatido a marteladas e ir ao forno. Os diálogos são primorosos, verdadeiros e agressivos, como poucos na literatura brasileira e na de outros países. O motorista segue por uma estrada gaúcha, retilínea e deserta, noite adentro. Ao serem abordados por policiais, na estrada, o motorista simplesmente diz que está a serviço do Sacerdote. Os agentes da lei batem continência, perguntam se ele vai bem e mandam seguir. Adiante, na tentativa de se evadir da situação, Sophia acaba se enredando de vez numa teia de perversões. O thriller sexual de Tailor, pelos cenários, personagens e temática, se insere no melhor da tradição literária latino-americana, da qual o autor é parte e profundo conhecedor. Entre a realidade e o delírio, entre o sonho e a alucinação, Sophia vai vivenciando, em poucas horas, em ritmo acelerado, acontecimentos ligados com religião, sexo, sadismo, suicídios, fuzilamentos e ambientes perdidos no tempo e no espaço. Mas a prosa enxuta e experiente de Tailor não cai simplesmente nas famosas hipérboles e facilidades do fantástico e leva o leitor a outros caminhos. Caminhos das profundezas e labirintos da alma humana, dos desejos dos seres e dos maquinismos sociais e pulsões que acabam por escravizar as pessoas. Em linha reta vai além de um romance policial bem construído. Além do que existe entre o céu e a terra. Bem como diz Jorge Luis Borges na epígrafe: “os sonhos são uma obra estética, talvez a expressão estética mais antiga. Toma uma forma estranhamente dramática, já que somos, como disse Addison, o teatro, o espectador, os atores e a fábula.” Por aí. 

Lançamentos

  • Samba sem mim é o romance de estreia do premiado escritor gaúcho Caio Yurgel, que vive e trabalha em Berlim, Alemanha. João Pedro foge de sua terra natal e vai viver na terra dos avós, que fugiram de uma Alemanha em guerra. O desnorteamento, o sentimento de não pertencer toma conta de João Pedro. Benvirá, 192 páginas, www.benvirá.com.br.
  • Eram todos camisa dez, do economista e escritor Luiz Guilherme Piva, tem apresentações de Juca Kfouri e José Roberto Torero. Fala de heróis, vilões, aventuras, mitos e lendas, de futebol, mas não padrão Fifa, e, sim, padrão rifa para comprar bolas e camisetas. Jogos e jogadores anônimos, maravilhosos, verdadeiros. Iluminuras, 192 páginas, www.iluminuras.com.br.
  • 1964 - História do Regime Militar Brasileiro, de Marcos Napolitano, professor da USP, foi realizado com base em muitas pesquisas, documentos, livros, artigos e memórias e analisa aspectos políticos, econômicos, mas também tópicos sociais e culturais relativos ao período. Contexto, 366 páginas, www.editoracontexto.com.br.
  • Budismo na mesa do bar - um guia para relaxar em meio ao estresse do dia a dia, do praticante e professor de meditação Lodro Rinzler, colunista do Huffington Post, é para quem toma cerveja, faz sexo, é espiritualizado e quer mais compaixão e sabedoria para si e para este mundo que está desse jeito. Universo dos Livros, 272 páginas, www.universodoslivros.com.br.

E palavras...

Gostosa, saudável invasão Japa em Porto Alegre

Lá por 1935, se não me falha a memória, começaram as churrascarias em Porto Alegre. Não, em 1935 eu não tinha nascido, ainda, acreditem. Nossa cidade, antes e depois disso, passou por sucessivas modas de culinárias alemã, italiana, espanhola, africana e portuguesa. Comida baiana e mexicana nunca pegou muito por aqui. Por quê? Já tivemos fases de galeterias, pizzarias, comida chinesa, cheeseburgers, cachorro-quente, entre outras. A competente e abrangente matéria do Nestor Tipa Júnior, na página 14 do nosso Jornal do Comércio de 22 de abril, mostra números, fatos e fotos da gostosa e saudável invasão da culinária japonesa em nossa cidade. Antigamente, se dizia, brincando, óbvio, que restaurante japonês fechava cedo para a gente poder jantar, depois, em algum lugar. Em 1973 surgiu o lendário japa Sakae’s da Castro Alves, 690, o glorioso pioneiro que funciona até hoje, com suas mais de cem receitas. Longa vida, Tadao! Atualmente, consta que são mais de 60 casas com comida japonesa em Porto Alegre, incluindo as temakerias. Segundo a Smic, temos 146 churrascarias registradas. Por enquanto o churras está ganhando por 2.5, mas até quando? Ou será que vão começar a assar mais salmão? Em algumas churrascarias e galeterias já temos sushi e sashimi. A gurizada, público maior da gastronomia japonesa, tem sua razão: a comida é saudável. Cientificamente, aliás, se sabe que os orientais, no geral, comem melhor e têm mais saúde que nós, ocidentais. Está certo, vamos aprendendo. O mercado de trabalho agradece, e é simpático ter mais essa opção gastronômica. Comer e dormir, pela ordem, seguem sendo a segunda e a terceira coisa mais importantes da vida. No fundo o lado econômico, sempre ele, deve estar fazendo sua parte. Os preços do arroz, do salmão e de outros ingredientes devem estar ajudando e inspirando nossos empreendedores. Um olho no livro de receitas e outro no livro-caixa, receita antiga, boa e infalível. Com o tempo, os restaurantes mais competitivos e melhores vão permanecer e alguns vão fechar, o que é normal. Eu ainda acho que os temperos e sabores da culinária chinesa,  normalmente mais fortes, são mais atraentes, mas me rendo também aos pratos japoneses, mais suaves. O importante é seguir fiel ao prato favorito universal: o prato cheio, claro, não é? Mas com moderação, certo? Buon appetito a tutti quanti! Grazie ed altrettanto!

E versos

Alvará de demolição
O que precisa nascer
tem sua raiz em chão de casa velha.
À sua necessidade o piso cede,
estalam rachaduras nas paredes,
os caixões de janela se desprendem.
O que precisa nascer
aparece no sonho buscando frinchas no teto,
réstias de luz e ar.
Sei muito bem do que este sonho fala
e a quem pode me dar
peço coragem.
Adélia Prado em A duração do dia, Record, [email protected]
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