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Opinião

EDITORIAL

- Publicada em 24 de Abril de 2014 às 00:00

Contradições da balança comercial do Brasil


Jornal do Comércio
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que o déficit comercial acumulado no ano, até 20 de abril, é de US$ 5,975 bilhões. Em 2014, as exportações totalizam US$ 61,974 bilhões, e as importações, US$ 67,949 bilhões. Por isso, uma frase jocosa tem circulado entre empresários e nas redes sociais: “os brasileiros são como os chineses, só compram produtos da China”. Em boa parte, não só é verdade como explica a forte queda nas exportações nacionais e o aumento das importações. O déficit neste ano preocupa, ainda que, com as exportações das commodities agrícolas, a situação deverá melhorar. Se houver problemas na safra de soja do Hemisfério Norte, por exemplo, haverá festa entre os sojicultores brasileiros, argentinos e paraguaios, que terão fartos lucros. A questão que se coloca, outra vez e de maneira monótona, é que a infraestrutura logística do País em portos, especialmente, deixa muito a desejar, e não é de agora. Ao mesmo tempo, muito do que compramos na atualidade é Made in China. Talvez, com alguma maquiagem para que a etiqueta das roupas, brinquedos e utensílios os mais diversos tenha a marca Made in Taiwan ou Made in Thailand.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que o déficit comercial acumulado no ano, até 20 de abril, é de US$ 5,975 bilhões. Em 2014, as exportações totalizam US$ 61,974 bilhões, e as importações, US$ 67,949 bilhões. Por isso, uma frase jocosa tem circulado entre empresários e nas redes sociais: “os brasileiros são como os chineses, só compram produtos da China”. Em boa parte, não só é verdade como explica a forte queda nas exportações nacionais e o aumento das importações. O déficit neste ano preocupa, ainda que, com as exportações das commodities agrícolas, a situação deverá melhorar. Se houver problemas na safra de soja do Hemisfério Norte, por exemplo, haverá festa entre os sojicultores brasileiros, argentinos e paraguaios, que terão fartos lucros. A questão que se coloca, outra vez e de maneira monótona, é que a infraestrutura logística do País em portos, especialmente, deixa muito a desejar, e não é de agora. Ao mesmo tempo, muito do que compramos na atualidade é Made in China. Talvez, com alguma maquiagem para que a etiqueta das roupas, brinquedos e utensílios os mais diversos tenha a marca Made in Taiwan ou Made in Thailand.

Paradoxalmente, o Banco Central (BC) divulgou, nesta quarta-feira, que o fluxo cambial está positivo em US$ 3,375 bilhões em abril até dia 17. E no comércio exterior, o saldo foi positivo em US$ 2,067 bilhões, com importações de US$ 11,991 bilhões e exportações de US$ 14,058 bilhões. Ainda segundo o BC, no acumulado do ano até 17 de abril, o fluxo está positivo em US$ 5,433 bilhões, sendo positivo em US$ 4,424 bilhões no financeiro e positivo em US$ 1,009 bilhão no comercial. No mesmo período de 2013, o fluxo total estava negativo em US$ 629 milhões. Para muitos, como os gaúchos que vão até o Uruguai, basicamente Livramento e Jaguarão, no Rio Grande do Sul, é mais barato comprar no estrangeiro do que no Brasil.

Por esse motivo, empresas nacionais estão se mudando para a China e Índia por causa dos custos mais baixos na produção. Tanto é verdade que os produtos importados representam 22,2% do consumo interno brasileiro. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o novo patamar é recorde para a série histórica iniciada em 1996. O coeficiente de penetração de importações considera tanto o consumo final das pessoas quanto o de insumos pela indústria. 

A concorrência externa está fazendo estragos há anos nas indústrias nacionais. Os chineses não têm previdência oficial nem FGTS e férias de 30 dias com direito a 30% de abono ou mais 30%, se vender 10 dias, como o empregado formal brasileiro. Tudo muito justo, mas que encarece o produto nacional. Por isso, a Receita Federal e a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC uniram esforços para combater a concorrência desleal das importações em setores considerados críticos. Na lista, estão brinquedos, têxteis, pneumáticos, máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos, sobretudo produtos de informática, calçados – o que interessa muito ao Rio Grande do Sul - e produtos químicos. O Brasil, novamente, mostra contrastes em números e ações oficiais. Que os dados positivos vençam os números negativos.

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