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Colunas#Painel Econômico

Coluna

- Publicada em 23 de Abril de 2014 às 00:00

Perspectiva para os grãos: céu ou inferno


MARCOS NAGELSTEIN/JC
Jornal do Comércio
O Rio Grande do Sul vai ter uma excelente safra de soja, entre 12,8 e 13,2 milhões de toneladas, mas, poucas vezes, como neste ano, o produtor teve tantas incógnitas pela frente quanto à comercialização. Neste exato momento, as vendas estão paradas porque o preço caiu — era R$ 72,00 a saca, em março, e está por R$ 63,00 —, o que não chega a ser problema, porque o produtor está capitalizado, pois já vendeu cerca de 40% da safra a bom preço e vai receber seu dinheiro no final deste mês ou em maio. Decidir a hora de vender, no futuro, é que é o problema. A curto prazo, o preço voltará a subir, conforme indicações da Bolsa de Mercadorias de Chicago, onde as cotações estão em alta, porque os estoques norte-americanos são muito pequenos e a demanda começa a crescer, segundo o especialista em comercialização de commodities Antonio Sartori, diretor da Brasoja. O produtor gaúcho, assim como o argentino, está segurando o produto. Na Argentina, por motivos diferentes, os produtores ainda têm estocados 8 milhões de toneladas da safra passada, guardados em silos bag (coberturas de plástico no solo), porque como a presidente Cristina Kirchner não os deixa comprar dólares, eles guardam um produto valorizado em dólar. Isso acaba se refletindo no mercado mundial.

O Rio Grande do Sul vai ter uma excelente safra de soja, entre 12,8 e 13,2 milhões de toneladas, mas, poucas vezes, como neste ano, o produtor teve tantas incógnitas pela frente quanto à comercialização. Neste exato momento, as vendas estão paradas porque o preço caiu — era R$ 72,00 a saca, em março, e está por R$ 63,00 —, o que não chega a ser problema, porque o produtor está capitalizado, pois já vendeu cerca de 40% da safra a bom preço e vai receber seu dinheiro no final deste mês ou em maio. Decidir a hora de vender, no futuro, é que é o problema. A curto prazo, o preço voltará a subir, conforme indicações da Bolsa de Mercadorias de Chicago, onde as cotações estão em alta, porque os estoques norte-americanos são muito pequenos e a demanda começa a crescer, segundo o especialista em comercialização de commodities Antonio Sartori, diretor da Brasoja. O produtor gaúcho, assim como o argentino, está segurando o produto. Na Argentina, por motivos diferentes, os produtores ainda têm estocados 8 milhões de toneladas da safra passada, guardados em silos bag (coberturas de plástico no solo), porque como a presidente Cristina Kirchner não os deixa comprar dólares, eles guardam um produto valorizado em dólar. Isso acaba se refletindo no mercado mundial.

Céu e inferno II

A questão de céu e inferno virá no médio e longo prazo. Falta soja nos Estados Unidos, Europa e China, os grandes compradores, e há abundância na América Latina. Ao mesmo tempo, está começando o plantio no Hemisfério Norte, que é o responsável por mais de 90% da produção de grãos no mundo. “Se houver problema climático por lá, como tem acontecido nos últimos anos, e a safra enfrentar diminuição, o mercado explodirá para brasileiros, argentinos, paraguaios e outros produtores latino-americanos”, diz Sartori. Será o céu. “Se a safra do Hemisfério Norte for cheia, não houver problema, o mercado estancará”, acrescenta. Será o inferno. Um outro componente para tirar o sono dos produtores é o cambio atrelado a questões políticas na Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e China, além do ano eleitoral no Brasil. Se a moeda brasileira continuar valorizando, cairá o lucro dos produtores.

Crioulos

Como havia prognosticado o leiloeiro Marcelo Silva, os leilões de cavalos crioulos do Bocal de Ouro superaram os R$ 6,5 milhões. Em cinco eventos, em Esteio, foram vendidos 216 lotes de animais.

Compras locais

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos comemora o decreto 8.224, do dia 3 de abril, que regulamenta a margem de preferência de bens de capital mecânicos nacionais nas licitações do governo federal. “A medida, extremamente oportuna, vem ao encontro dos pleitos da nossa entidade, pois não atingiremos a condição de país desenvolvido enquanto não contarmos com uma pujante indústria  de máquinas, conhecida como a indústria das indústrias, ou ainda a mãe das indústrias”, resume o vice-presidente Hernane Cauduro.

Metalmecânico

O setor metalomecânico gaúcho está preocupado com a queda no volume de encomendas, principalmente por parte da indústria automobilística. Algumas indústrias gaúchas tradicionais fornecedoras do setor registram queda de 25% nas encomendas e tiveram que reduzir um turno de trabalho. A informação é do presidente do Sindicato das Indústrias Metal Mecânicas e Eletro Eletrônicas do Rio Grande do Sul, Gilberto Porcello Petry, sinalizando que outro complicador da situação é a elevação dos salários registrada nos últimos anos, “que diminuiu ainda mais a competividade de nossas indústrias no exterior”.

A questão do biodiesel

Repercutiu bastante a nota de ontem sobre a polêmica do biodiesel, a disputa entre o governo federal e os produtores para aumentar de 5% para 7% a mistura no diesel convencional. Existem cerca de 50 indústrias de biodiesel no País e elas não se entendem nem na reivindicação. Há, pelo menos, cinco grupos diferentes querendo representar o setor, entre os quais a Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil, a União Brasileira do Biodiesel, a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais, que representa, basicamente, grandes empresas multinacionais, a Petrobras (quatro empresas) e, ainda, um grupo dissidente de todos os anteriores. Juntos, tem capacidade para produzir sete bilhões de litros, mas produzem apenas três, com uma capacidade ociosa tremenda, por uma questão de preço. O que governo paga, nos leilões de compra, é abaixo do custo de produção. A esperança do setor é aumentar a mistura de 5% para 7% e obter ganho de escala, mas, dificilmente, vão alcançar êxito na demanda, porque isso significaria aumento do preço do diesel, o que impactaria no custo dos transportes e de todas as mercadorias, refletindo-se na inflação, o que o governo não admite.

O Dia

  • A Unicred Porto Alegre reunirá seus cooperados, às 9h, para escolha dos novos integrantes do Conselho de Administração e Conselho Fiscal. Na Amrigs, avenida Ipiranga, 5.311.
  • O secretário municipal Extraordinário para a Copa 2014, João Bosco Vaz, o secretário estadual de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, o secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, e o secretário de Estado do Esporte e Lazer, Ricardo Petersen, estarão no almoço da Federasul, às 12h, no Palácio do Comércio. Falarão sobre a Copa do Mundo de Futebol.
  • Homenagem na Câmara Municipal de Porto Alegre aos 27 anos do Jornal da Noite, iniciativa do vereador Nereu D’Ávila, às 17h, no plenário.
  • O Dia do Livro será comemorado pela Câmara Riograndense do Livro, às 20h30min, no Santander Cultural, com entrega dos troféus Amigo do Livro.
  • Lançamento do livro Sociedade Gaúcha, de Eduardo Conill, às 20h, no Grêmio Náutico União. Na avenida João Obino, 300.
  • Thais Reali, fundadora da Reali Hub For Innovation, está entre os palestrantes do Design 360°, realizado pela Apdesign, na ESPM, com Margarida Galafassi e Jonathan Tessaro, da Alice Behavioral Brands, de Porto Alegre, e Fernando Sganda do The Led Project, de São Paulo.
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