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Opinião

ARTIGO

- Publicada em 23 de Abril de 2014 às 00:00

O natalício de Shakespeare e terra brasilis


Jornal do Comércio
Nos 450 anos do natalício de William Shakespeare, a serem comemorados neste dia 23, data convencionada (porém não comprovada) de seu nascimento, continuam os esforços de especialistas para identificar textos desse dramaturgo como coautor, tarefa essa deveras árdua em razão da dificuldade de diagnosticar as marcas estilísticas que indicam a colaboração shakespeariana, na qual os estudiosos ainda se socorrem de outros meios, como os levantamentos de estilometria etc., o que remete a Alan Ayckbourn, o qual dizia que não pode haver luz sem sombra.

Nos 450 anos do natalício de William Shakespeare, a serem comemorados neste dia 23, data convencionada (porém não comprovada) de seu nascimento, continuam os esforços de especialistas para identificar textos desse dramaturgo como coautor, tarefa essa deveras árdua em razão da dificuldade de diagnosticar as marcas estilísticas que indicam a colaboração shakespeariana, na qual os estudiosos ainda se socorrem de outros meios, como os levantamentos de estilometria etc., o que remete a Alan Ayckbourn, o qual dizia que não pode haver luz sem sombra.

A coletânea de 38 peças, um quarto delas reconhecidamente escritas por esse autor como colaborador, estimula os acadêmicos a pesquisar as coautorias shakespearianas, visando a distinguir entre o Shakespeare canônico, ou seja, aquele encontrado na primeira edição das peças, logo após seu falecimento – o First Folio, com 36 obras –, e o apócrifo, objeto de um estudo clássico na obra de C. F. Tucker intitulada Shakespeare Apocrypha, a qual lista 42 textos.  

Um dado interessante, e relacionado diretamente a Portugal, diz respeito à peça Sir Thomas More, a qual não foi editada, muito menos encenada, na época em que foi escrita. Tal peça vem sendo examinada desde o final do século XIX. Sua autoria foi atribuída a Shakespeare por Sir Edward Thompson, paleógrafo e primeiro diretor do Museu Britânico. Uma passagem do manuscrito dessa obra, integrante do acervo do Museu Britânico, diz respeito à interferência do humanista Thomas More (1478-1535) para conter uma revolta de artesãos e aprendizes, em Londres, contra imigrantes, em que ele questiona se fossem forçados a viver em Portugal ou na França: “Vos agradaria nação tão primitiva, que irrompesse com uma violência hedionda [...] ou vos chutasse como cães? [...] Eis vossa desumanidade horrenda.” Não é sem razão que terra brasilis é o que é. Afinal, filho de peixe peixinho é.

Advogado

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