Do desastre gremista já se falou o suficiente, levar 6 a 2 em dois jogos sintetiza tudo. Quanto ao Inter, manobrado pelas mãos experientes de Abel, aspectos pontuais que me impressionaram: D’Alessandro, atual rei dos grenais; Alex, que há duas semanas retomou sua trajetória positiva, como se respondesse a críticas – inclusive deste colunista; e Rafael Moura, artilheiro resgatado pelo treinador logo na sua chegada ao Beira-Rio.
Fica, Luxemburgo
Aos que crucificam Enderson Moreira por substituir Edinho no Grenal, lembro que se este recebesse o segundo cartão amarelo o técnico seria chamado de imprudente; e de medroso, se não ousasse jogar o time em busca do empate, o que tentou com Maxi Rodríguez. Como tudo deu errado, fala-se em acompanhar seu trabalho com lupa e já comentam o nome de Tite. Enderson recém começou, faz uma campanha de superação na Libertadores, demiti-lo seria uma precipitação que a direção gremista não irá endossar. Os dirigentes certamente não se esqueceram do custo de ceder à pressão e renovar com Luxemburgo.
Brasileirão
Ele finalmente chegou. Depois de chatíssimos campeonatos regionais – excetuados alguns jogos decisivos, como os grenais –, o próximo sábado terá as primeiras três partidas de um Brasileirão diferente. Ele será dividido em duas fases, com nove rodadas antes e 29 depois da Copa. Há quem veja como uma chance de um clube disparar e vencer de ponta a ponta; ou, se largar atrás, recuperar-se pausadamente até o final.
A grandeza da dupla Grenal
Se o Rio Grande do Sul tem espaço para apenas duas numerosas torcidas, então que sejam dois grandes clubes. Como são: a Arena do Grêmio e o renovado e impactante estádio do Inter representam claramente a grandeza de ambos. Em Minas, onde também existe essa polarização, nem Cruzeiro nem Atlético têm casa própria; no Paraná, Atlético e Coritiba possuem bons estádios. Mas no riquíssimo estado de São Paulo, somente agora o gigantesco Corinthians terá sua arena, o Palmeiras irá concluir o novo Parque Antarctica e o São Paulo promete reformas no Morumbi. No Rio, o único grande a ter estádio próprio é o Vasco, com seu antiquado São Januário.
E o futebol?
Com a grandeza da dupla e de seus patrimônios – inclusive torcidas e tradição –, talvez neste ano de Copa possamos desvendar o mistério: por que Inter (há 35 anos) e Grêmio (há 18 anos) não vencem um Brasileirão? Somados os jejuns, foram 53 tentativas e nenhum título. Curioso é que ambos tenham conquistado Libertadores e até um Mundial nesse período, mas no Campeonato Brasileiro nada. Como já ocorreu várias vezes, Inter e Grêmio estarão entre os candidatos nas primeiras semanas da disputa. Depois...
Pitacos