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FÓRUM SOCIAL TEMÁTICO

- Publicada em 24 de Janeiro de 2014 às 00:00

Manifestações de junho são tema de debate no Conexões Globais


CAROLINA HICKMANN/ESPECIAL/JC
Jornal do Comércio
O debate que encerrou o primeiro dia do Conexões Globais trouxe como tema "As jornadas de junho e o futuro da democracia no Brasil". Participaram das discussões na Casa de Cultura Mario Quintana, no Cenotr Histórico de Porto Alegre, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o mídia-livrista Pablo Capilé, a coordenadora do Pontão de Cultura Digital da ECO/UFRJ, Ivana Bentes, o ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o Secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, Simão Pedro. A mediação foi de Vinícius Wu, secretário-geral do governo do Estado.

O debate que encerrou o primeiro dia do Conexões Globais trouxe como tema "As jornadas de junho e o futuro da democracia no Brasil". Participaram das discussões na Casa de Cultura Mario Quintana, no Cenotr Histórico de Porto Alegre, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o mídia-livrista Pablo Capilé, a coordenadora do Pontão de Cultura Digital da ECO/UFRJ, Ivana Bentes, o ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o Secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, Simão Pedro. A mediação foi de Vinícius Wu, secretário-geral do governo do Estado.

O principal representante do Mídia Ninja, Pablo Capilé, iniciou sua fala ressaltando que as manifestações de junho não nasceram do dia para a noite. Ele atribuiu o movimento às políticas de inclusão social que se iniciaram no início dos anos 2000, além de citar o Ministério da Cultura de Gilberto Gil como um ministério favorável para a criação das conexões. "A partir da vinda de um ex-torneiro mecânico, que se tornou presidente da República, e de conferências e debates, esses movimentos começam a se sentir protagonistas e começam a se fortalecer", afirma.

Para Capilé, sendo 2014 um ano de Copa do Mundo e eleições, os movimentos sociais estão fortalecidos e a conjuntura ofertada pelo governo irá ajudar os movimentos a promoverem debates acerca do tema. "O Brasil tem tudo para assumir a responsabilidade de ser a embaixada global do novo mundo possível", explica.

Ivana Bentes concordou com Capilé no sentido de que as manifestações foram formadas através de anos de políticas públicas de inclusão. "É fundamental nós analisarmos as manifestações regredindo para as políticas públicas, não só essas de inclusão cultural. como também o Bolsa Família e o ProUni. É um tipo de circulação social que não existia e que vem pressionando os espaços de partilha da cidade", destaca. A professora ainda comentou que não é por menos que os donos de shoppings centers estão apavorados com o desejo dos jovens da periferia de ocuparem os mesmos espaços que a classe-média branca.

A coordenadora também colocou que essa juventude da periferia serve como inspiração para a classe média-burguesa na hora de imitar a cultura. "Nós temos umas relações esquizofrênicas com a periferia. Nós só os queremos como commodities, uma mercadoria do Brasil, mas que não serve para conviver conosco", disse. Ela ainda afirma que o crescimento das manifestações muito se deu devido as práticas de violência da polícia, que incitaram os jovens a permanecerem nas ruas.

O secretário de Serviços de São Paulo, Simão Pedro, também acredita que muito se avançou nos últimos 13 anos. No entanto, admite que as jornadas de junho trazem demandas que ainda não foram contempladas. O secretário diz falar muito a partir da visão que tem de sua cidade, mas pondera afirmando acreditar que a realidade seja a mesma nos outros municípios. "É evidente para mim as dificuldades, por exemplo, em relação ao transporte público, ao acesso à saúde, a precarização da educação pública", aponta o secretário.

Em sua fala, o governador do Estado, Tarso Genro, disse acreditar que os movimentos sociais devam auxiliar os governos a visualizar as principais necessidades da sociedade. Ao final de seu discurso, Tarso abordou a questã da democratização da mídia e foi muito aplaudido.

Já Gilberto Carvalho iniciou sua fala contando a história de uma manifestação na qual ele resolveu ir para ouvir as demandas por ele mesmo. "'Vocês gastaram 1 milhão para fazer um estádio e semana passada minha mãe passou duas noites em um hospital que fica 2 quilômetros deste estádio', me disse um dos manifestantes. Eu não sabia o que dizer para aquele menino", contou.

Depois disso, o secretário-geral se deu conta da importância daquele processo que aconteceu em junho, mas afirma que depois as manifestações cresceram e começaram a preocupar por um cunho fascista. Ele conta de um cartaz que afirmava "manifestação de elite? Não, seu ignorante. Manifestação dos que pagam sua bolsa-esmola". "Eu fiquei muito assustado, e me dei conta que nada era neutro", explica.

"Precisamos ter respeito pelo movimento, primeiramente de não reprimir e depois de não nos apropriarmos e acharmos que estas vontades podem ser vistas como um projeto nosso", afirmou, ao fechar o debate.

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