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turismo

- Publicada em 13 de Janeiro de 2014 às 00:00

Cisne Branco pode estar com os seus dias contados


Fredy Vieira/JC
Jornal do Comércio
Depois de 22 anos de operação no Cais Mauá, o barco Cisne Branco pode ter seus serviços comprometidos temporariamente por falta de acordo com a empresa responsável pelo projeto, a Cais Mauá do Brasil S/A. A empresa proibiu a Orgatur, responsável pelas atividades da embarcação, de atracar no período da noite e quando não houver embarque ou desembarque de passageiros, além de impedir a atracagem, também, para abastecimento ou recebimento de insumos. 

Depois de 22 anos de operação no Cais Mauá, o barco Cisne Branco pode ter seus serviços comprometidos temporariamente por falta de acordo com a empresa responsável pelo projeto, a Cais Mauá do Brasil S/A. A empresa proibiu a Orgatur, responsável pelas atividades da embarcação, de atracar no período da noite e quando não houver embarque ou desembarque de passageiros, além de impedir a atracagem, também, para abastecimento ou recebimento de insumos. 

Segundo a responsável pelo Cisne Branco, Adriane Hilbig, é impossível manter o serviço desta forma. Por isso, a Orgatur solicitou, na quinta-feira, à Superintendência de Portos e Hidrovias do Estado (SPH), permissão para atracar em outro ponto da orla. Dadas as dimensões do barco, as únicas possibilidades são os terminais operacionais, como Marcílio Dias ou Navegantes. 

A SPH e a Casa Civil não responderam aos questionamentos do Jornal do Comércio sobre a possibilidade de o Cisne Branco atracar em outros locais. A Cais Mauá do Brasil S/A se manifestou sobre a notificação apenas por nota, destacando o interesse da empresa em manter a operação do Cisne Branco apenas depois da revitalização, e reforça que a decisão de impedir a permanência do barco foi motivada pelo ingresso de uma queixa no Ministério Público por parte da Orgatur, questionando a ausência de espaço para embarcações de turismo no projeto de revitalização.

Adriana, que também preside a Associação do Turismo Náutico do Rio Grande do Sul, acredita que a decisão é uma retaliação aos questionamentos judiciais sobre o projeto. “Nenhuma outra embarcação sofreu essa proibição”, critica. Em nota, a Cais Mauá do Brasil S/A admite que “está mantendo tratativas com as empresas e clubes com envolvimento na área a fim de encontrar soluções justas e seguras para todas as partes”. 

Na semana passada, o presidente do consórcio, André Albuquerque, se reuniu com o presidente do Grêmio Náutico União, Francisco Schimidt, para tratar de temas relativos ao acesso dos associados do clube ao local. Desde dezembro, o estacionamento de carros no espaço do Cais Mauá está proibido, por conta das intervenções no local. Embora sem uma definição no momento, Schimidt diz que os dois voltarão a se encontrar na próxima semana para definir de que forma podem solucionar o impasse. “Eu entendo que o acesso não é tão simples, mas, com boa vontade, a gente tem condições de chegar a um consenso”, afirma. Sobre o projeto de revitalização, o presidente do GNU afirma que ele ainda está em fase de estruturação e que pode mudar, mas que até agora não foi apresentada a proposta para os dirigentes do clube. 

Nem a Cais Mauá do Brasil S/A, nem a SPH ou a Casa Civil se comprometeram em falar sobre o projeto ou enviar o esboço para a reportagem do JC. A Cais Mauá S/A afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que o projeto está em fase de mudanças e que os ajustes envolvem todo o projeto.  

Por ironia, revela a responsável pela Orgatur, o projeto de revitalização foi apresentado para representantes da Câmara Municipal, autoridades e convidados durante um passeio a bordo do Cisne Branco, em abril de 2012. “Foi ali que nós vimos que o transporte náutico turístico não estava contemplado”, comenta.

Embarcação não possui licença para operar

O Cisne Branco realiza passeios turísticos no Guaíba há 35 anos. Inicialmente, o barco ficava atracado na Doca Turística e, a partir de 1991, passou a atracar no Armazém B3, no Cais Mauá. Em nenhum momento, tanto para o Cisne Branco quanto para outras embarcações, foi emitido um alvará de funcionamento ou feito qualquer tipo de liberação de operação. “Mesmo assim, nós sempre pagamos taxas de local, luz e água. Só deixamos de pagar pelo espaço quando foi iniciada a revitalização, já que a Cais Mauá do Brasil não pode cobrar qualquer taxa por enquanto.”

Na notificação de proibição de atracagem do barco, a Cais Mauá solicita a documentação para comprovar que o Cisne Branco pode operar no local. “Recebemos as fiscalizações náuticas, as da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também, mas liberação por escrito não temos, apenas as taxas que comprovam que pagamos para operar no local”, ressalta Adriane. “O serviço que nós oferecemos é único no Estado. Temos passeios diurnos, noturnos, jantares e já realizamos muitas festas de casamento e eventos no Cisne Branco. Nós não queremos competir com a revitalização, inclusive, queremos muito a revitalização, mas se a população e a cidade não nos quiserem mais, vamos mudar para outro local”, assegura.

O Cisne Branco atende de cinco a seis mil visitantes por mês e tem 20 funcionários fixos e mais 30 temporários, e todos estão passando por qualificação para o atendimento a turistas durante o Mundial da Fifa neste ano. “Por incrível que pareça, a Secretaria de Turismo fez uma indicação da nossa programação noturna para ser um dos roteiros escolhidos para a Copa do Mundo”, contrapõe Adriane.

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