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SAÚDE

- Publicada em 27 de Setembro de 2013 às 00:00

HMV usa procedimento inédito para tratamento de esclerose amiotrófica


Jornal do Comércio
Nesta quinta-feira, Lucio Bello, 55 anos, teve alta médica após dois dias da implantação de um marca-passo no diafragma para amenizar os sintomas da esclerose lateral amiotrófica (ELA), diagnosticada há seis anos. Horas antes de retornar para casa, em Novo Hamburgo, o paciente e sua esposa, Elisa, 58 anos, receberam a imprensa, no Hospital Moinhos de Vento, para falar sobre o sucesso da cirurgia e sobre a renovação da esperança. O procedimento, feito pelo cirurgião Richard Gurski e pelo neurologista Francisco Tellechea Rotta, foi o primeiro desse tipo a ser realizado na América Latina. Foram necessários três anos para que os médicos conseguissem a habilitação para utilizar o método, desenvolvido nos Estados Unidos, e mais dois meses para a importação do equipamento, devido à burocracia.
Nesta quinta-feira, Lucio Bello, 55 anos, teve alta médica após dois dias da implantação de um marca-passo no diafragma para amenizar os sintomas da esclerose lateral amiotrófica (ELA), diagnosticada há seis anos. Horas antes de retornar para casa, em Novo Hamburgo, o paciente e sua esposa, Elisa, 58 anos, receberam a imprensa, no Hospital Moinhos de Vento, para falar sobre o sucesso da cirurgia e sobre a renovação da esperança. O procedimento, feito pelo cirurgião Richard Gurski e pelo neurologista Francisco Tellechea Rotta, foi o primeiro desse tipo a ser realizado na América Latina. Foram necessários três anos para que os médicos conseguissem a habilitação para utilizar o método, desenvolvido nos Estados Unidos, e mais dois meses para a importação do equipamento, devido à burocracia.
A ELA é uma doença degenerativa, progressiva e incurável, que afeta aproximadamente seis em cada 100 mil pessoas, ou cerca de 12 mil brasileiros. No Estado, estima-se que cerca de 600 pessoas sofram com a enfermidade, que leva a uma sobrevida de três a cinco anos. Os sintomas resultam na perda da ativação de músculos voluntários, que envolvem os movimentos de braços e pernas, da respiração, da fala e da deglutição. Nesse procedimento, o paciente recebeu um estimulador diafragmático, que tem a capacidade de evitar a atrofia e perda de força do músculo, graças a eletrodos colocados por videolaparoscopia. Essa é a única técnica existente para evitar a perda de funcionamento do diafragma e proporcionar mais qualidade de vida para os pacientes.
O caminho percorrido por Bello até a realização da cirurgia foi marcado por momentos decisivos. “Quando entregamos os exames para o médico Rotta, há seis anos, ele nos disse que Deus escrevia certo por linhas tortas. Estávamos no local correto na hora correta”, explica Elisa.
Enquanto tramitava a ação judicial solicitando o custeio dos equipamentos ao governo, a equipe médica informou que a operação deveria ser feita. “Lucio queria esperar mais por causa da ação, mas nos disseram que era a hora. Então, o hospital deu o suporte financeiro e conseguimos trazer os eletrodos dos EUA”, diz a esposa do paciente.
Rotta diz que a realização do implante depende da resistência muscular do paciente na hora da intervenção. Sem essa condição, o equipamento teria de ser devolvido. Segundo a equipe médica, o quadro de Lucio se encaixou perfeitamente no procedimento e por isso houve sucesso. “A burocracia da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é muito prejudicial nesses casos. Tive um paciente com ELA do Rio de Janeiro que, na época em que tentou importar a tecnologia, a agência entrou em greve. Assim, tive que aconselhá-lo a se operar nos EUA”, relata o neurologista.      
No mundo, cerca de 900 pessoas já passaram pela implantação, que foi desenvolvida pelo médico norte-americano Raymond Onders. A utilização do método foi ensinada pelo próprio inventor para os dois profissionais do Moinhos, que integram a única equipe da América Latina capacitada para realizar o implante.
A partir desse primeiro procedimento, o hospital quer expandir a técnica, com o registro do equipamento na Anvisa para ter rapidez na importação, e com a criação de um núcleo de tratamento. Gurski e Rotta irão, no próximo mês, treinar uma equipe na Colômbia para utilizar o método no país.
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