Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

planejamento urbano

- Publicada em 26 de Setembro de 2013 às 00:00

Grande Porto Alegre terá um carro por habitante em 2040


CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
Jornal do Comércio
Uma projeção para o futuro de Porto Alegre, analisando o passado e compreendendo o presente em relação a questões que envolvem a infraestrutura da cidade foi o tema discutido ontem no seminário “De olho no futuro: como estará Porto Alegre daqui a 25 anos?”. No evento, promovido pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), foi apresentada uma projeção de número de veículos por habitantes para grandes cidades brasileiras daqui a 27 anos, além de analisados os motivos de Porto Alegre ter um gargalo no que tange a mobilidade urbana.
Uma projeção para o futuro de Porto Alegre, analisando o passado e compreendendo o presente em relação a questões que envolvem a infraestrutura da cidade foi o tema discutido ontem no seminário “De olho no futuro: como estará Porto Alegre daqui a 25 anos?”. No evento, promovido pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), foi apresentada uma projeção de número de veículos por habitantes para grandes cidades brasileiras daqui a 27 anos, além de analisados os motivos de Porto Alegre ter um gargalo no que tange a mobilidade urbana.
Conforme um estudo desenvolvido por Gustavo de Carvalho Lana, doutorando em Estatística pela Universidade Federal de Minas Gerais, a evolução da frota na Grande Porto Alegre fará com que em 2040 a região tenha 2,98 milhões de veículos, o que representaria um crescimento de 97,4% em relação ao ano de 2012, ano base da pesquisa, quando existiam 1,5 milhão de veículos. A quantidade de habitantes prevista na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2040 será de 3,87 milhões. Assim, retirando os menores de 18 anos da contagem, existirá quase um carro por habitante.
Para o presidente da seção gaúcha do Sinaenco, Edgar Hernandes Candia, a cidade não possui recursos suficientes para enfrentar esta realidade e investir em vias, garagens e estacionamentos. “Todas as pessoas têm o direito de ter seus automóveis, as indústrias estão aí produzindo e precisamos desta receita. Porém, é importante que se invista no transporte público de qualidade, para que se saia de casa e volte com satisfação”, explica. Segundo ele, é necessário que se planeje muito bem as alternativas de transporte. “Hoje, o planejamento é muito deficiente em diversas esferas, e isso é um problema cultural”, completa.

Para titular da Smurb, Capital investiu pouco nos anos de 1990

A Capital já foi exemplo na área de planejamento urbano. Porém, a partir da década de 1990, as estruturas técnicas se enfraqueceram e houve um declínio dos investimentos em infraestrutura, de acordo com o secretário municipal de Urbanismo, Cristiano Tatsch. Por esse motivo, quando foram liberados os recursos para as obras da Copa de 2014, a cidade apresentou uma quantidade enorme de projetos. Esta foi a maneira encontrada para recuperar o tempo perdido. No seminário, o secretário palestrou sobre o passado, o presente e o futuro do desenvolvimento urbano na cidade. De acordo com ele, atualmente, a pasta não está trabalhando com o planejamento, pois está afogada com os licenciamentos de edificações.
“Porto Alegre tem um bom passado, com muitos parques bonitos e a reserva do Delta do Jacuí. Em relação a outras cidades do País, é bem estruturada historicamente. Os incômodos que estamos passando hoje devido às obras de alargamento de vias se dão porque, na década de 1990, a Capital fez muito pouco na área. Estamos aproveitando a janela da Copa e utilizando estes recursos para conseguir que os diferentes meios viários de transporte sejam implantados. Daqui a um ano, teremos uma situação melhor do que hoje”, explica.
Mesmo com a previsão otimista, Tatsch acredita que a cidade ainda tem muitos problemas para serem resolvidos. Um deles é a degradação do Delta do Jacuí pela ocupação irregular e o acúmulo de lixo. Outro é a necessidade de qualificar o transporte coletivo para desafogar as vias. De acordo com ele, os municípios recebem muito pouco do montante de tributos arrecadado pelo Poder Público. “Para o desenvolvimento de políticas de transporte de massa é preciso mais recurso. O governo federal utiliza a verba apenas para o seu próprio custeio”, critica.
As características que indicam que uma cidade é bem planejada são inúmeras e boa parte delas diz respeito à interação da população com o espaço público, como proteção contra o tráfego, priorizando a segurança do pedestre.
O atual plano de desenvolvimento urbano e ambiental de Porto Alegre foi criado em 1999 e modernizado em 2010. O documento dividiu a cidade em nove macrozonas, a partir de suas principais características. Para o secretário, os pontos positivos do plano foram a ideia de desenvolvimento participativo e a integração com a iniciativa privada. Entretanto, segundo Tatsch, para que uma cidade se desenvolva, é preciso que ela encontre sua vocação econômica e crie riqueza para investir neste progresso. “Precisamos pensar qual é a vocação de Porto Alegre”, ressaltou.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO