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O FUTURO DA TERRA

- Publicada em 22 de Agosto de 2013 às 00:00

Biotecnologia reprodutiva tem suínos como inspiração


ARQUIVO PESSOAL /DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Quando o Centro de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) foi inaugurado, em 1988, o professor João Carlos Deschamps figurava entre os fundadores daquele que seria um dos poucos e principais espaços para o desenvolvimento de conhecimento na área. Vinte anos depois, o centro iniciava o curso de graduação em Biotecnologia, o primeiro do Rio Grande do Sul e o sexto no País, embora já contasse com a pós-graduação desde 1994.
Quando o Centro de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) foi inaugurado, em 1988, o professor João Carlos Deschamps figurava entre os fundadores daquele que seria um dos poucos e principais espaços para o desenvolvimento de conhecimento na área. Vinte anos depois, o centro iniciava o curso de graduação em Biotecnologia, o primeiro do Rio Grande do Sul e o sexto no País, embora já contasse com a pós-graduação desde 1994.
O vínculo é praticamente impossível de ser desfeito e mesmo em uma conversa breve sobre suas pesquisas, Deschamps dificilmente dissocia a evolução da carreira com a da especialização criada na universidade. “É uma área promissora, e temos evoluído bastante com as técnicas”, salienta, ao destacar que os resultados dos estudos que coordena são fruto do progresso contínuo. Graduado e pós-graduado em Medicina Veterinária, Deschamps, que atualmente é professor permanente de pós-graduação em Biotecnologia da UFPel, destaca que sua grande contribuição à área são os bons pesquisadores que formou.
Com formação direcionada à biotecnologia reprodutiva, o professor destaca que o grande salto da área foi a descoberta da possibilidade de congelamento do sêmen, garantindo possibilidade de estudos e desenvolvimento de técnicas que garantem resultados em várias áreas. A pesquisa sobre preservação do sêmen suíno e fertilização in vitro, foco de seus estudos, é uma das que têm maior abrangência. “O embrião de suíno não é aplicado comercialmente, mas a gente o usa como modelo em outras espécies”, detalha.
A técnica aplicada aos suínos, destaca Deschamps, estabelece novos métodos de congelamento de embriões em mamíferos e é promissora para desenvolvimento de pesquisas relativas ao desenvolvimento humano. “O futuro é cada vez mais utilizar novas tecnologias, onde você aprende com uma espécie e depois aplica em outra. O suíno é o melhor modelo para estudo”. O método favorece a compreensão das fases de crescimento e desenvolvimento embrionário. “Hoje nós estamos focando a questão de embriologia molecular, e todas as etapas foram crescentes no sentido de incorporar novas técnicas.”
Uma das principais beneficiadas com as pesquisas reprodutivas em suínos é a medicina. “O suíno sempre foi um bom modelo para estudos na parte de oncologia e também para diabetes”, ressalta Deschamps. As características do modelo suíno também têm efeito na reprodução de bovinos, ressaltando a importância do desenvolvimento de pesquisas reprodutivas em suínos.

Preservação de material genético é o desafio

As pesquisas voltadas para preservação de sêmen suíno têm vínculo direto com o desenvolvimento tecnológico voltado para preservação de material genético, principalmente pelas dificuldades em trabalhar com as temperaturas específicas do modelo suíno. “Temos formado gente em desenvolvimento tecnológico buscando melhorar a congelabilidade do sêmen suíno”, destaca o professor João Carlos Deschamps sobre os esforços em garantir mais qualidade aos processos. Deschamps destaca que a refrigeração comumente usada em suínos é de 18°C e que os estudos conseguiram reduzir a temperatura à 5°C, alteração que garante melhores condições de preservação, permitindo ampliar o uso do sêmen suíno.
“Não se pode congelar sêmen suíno, mas temos evoluído nas técnicas de crioproteção para congelar o material genético”, detalha o professor. A técnica, exemplifica, tem aplicação no controle sanitário. “Se ocorre uma doença em determinada espécie, é possível preservar o material genético e as características da linhagem.”
Com mais de 30 anos de carreira, tendo orientado trabalhos de pós-graduação em Medicina Veterinária, Zootecnia e, principalmente, em Biotecnologia - área com que fala com maior entusiasmo –, Deschamps ressalta a importância de formar pesquisadores para um dos segmentos que considera mais promissores. “Essa já é a grande agenda nos Estados Unidos”, afirma.   Para tanto, menciona a necessidade de investimentos para suprir a maior dificuldade do setor: a dependência de insumos e equipamentos importados. O professor pondera, no entanto, que o segmento tem evoluído bastante no País e que programas como Ciência Sem Fronteiras, além da maior atenção ao desenvolvimento de pesquisas científicas, são fundamentais para avançar ainda mais nas pesquisas que nunca cessam. “Como em qualquer atividade, nós vamos colocando melhorias para que venham outras”, menciona.
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