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- Publicada em 28 de Junho de 2013 às 00:00

Voges pede recuperação judicial para superar crise financeira


VOGES MOTORES/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Envolvido em séria crise financeira, o Grupo Voges ingressou na tarde desta quinta-feira com pedido de recuperação judicial no Foro de Caxias do Sul. Em comunicado feito aos funcionários e ao mercado, o presidente da organização, Osvaldo Voges, justificou a medida como necessária para o enfrentamento das atuais dificuldades financeiras.
Envolvido em séria crise financeira, o Grupo Voges ingressou na tarde desta quinta-feira com pedido de recuperação judicial no Foro de Caxias do Sul. Em comunicado feito aos funcionários e ao mercado, o presidente da organização, Osvaldo Voges, justificou a medida como necessária para o enfrentamento das atuais dificuldades financeiras.
O executivo destacou como uma das causas da crise a mudança da legislação de emissões, em janeiro do ano passado, com a introdução da Euro-5 no segmento de veículos pesados. A medida reduziu a produção nacional de caminhões em mais de 40%, situação que só começou a ser normalizada neste ano. O grupo tem na fundição um de seus principais negócios, e o mercado de caminhões, por meio de montadoras e sistemistas, está dentre os maiores clientes. Voges ainda citou a inadimplência de clientes na Venezuela e Argentina como outro fator para as dificuldades. “A crise econômica mundial afetou também nossas linhas de crédito. Houve aumento agressivo do custo financeiro”, acrescentou o presidente.
Outra razão citada pelo advogado Thomas Müller, que assessora o pedido de recuperação judicial, é uma discussão que a empresa tem com instituições financeiras, em especial o banco coreano KDB, em função de divergências quanto a valores devidos. A situação chegou ao ponto de bloqueio recente de conta da companhia. O advogado assegura, no entanto, que a empresa tem mais de R$ 100 milhões de pedidos em carteira, mas encontra dificuldades para captar novos recursos para capital de giro. “A recuperação judicial é uma medida protetiva, que evita pedidos de falência ou de execução. Ela dará tempo para a empresa se ajustar, destacou.
Osvaldo Voges assegurou que em curto prazo pretende apresentar um plano de recuperação para análise judicial. Entende que a medida judicial dará a segurança que a empresa precisa para retomar seu patamar de atividade anterior à crise. A dívida com instituições financeiras, fornecedores e trabalhadores soma R$ 358 milhões.
Na linha de fundidos, a Voges está construindo uma nova fábrica, na qual a projeção de aportes é de R$ 50 milhões. O advogado reconhece que este investimento também acabou por agravar as finanças da empresa. Na nova unidade de fundidos, a empresa teria capacidade para 66 mil toneladas ao ano, o dobro da atual. O projeto inicial planejava o início das operações em 2011 e a desocupação do atual prédio no final deste ano. O setor automotivo absorvia 80% da produção da fundição.
O Grupo Voges ainda fabrica motores elétricos e inversores. Nas duas unidades localizadas em Caxias do Sul, trabalham 1,6 mil funcionários. Parte, em torno de 10%, pediu desligamento coletivo há 60 dias, alegando que a empresa não vinha cumprindo com suas obrigações. O acordo para saída foi fechado com aval do Sindicato dos Metalúrgicos, mas a empresa tem encontrado dificuldades para honrar os pagamentos que havia assumido com o grupo.
A empresa foi criada em 1992 para o beneficiamento de aços planos sob o nome de Metalcorte. Em 2003, adquiriu as unidades operacionais de fundidos, motores elétricos e reflorestamento que pertenciam à Eberle. A mudança de nome ocorreu em 2008. No ano passado teve faturamento de R$ 380 milhões.
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