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Mineração

- Publicada em 19 de Junho de 2013 às 00:00

Nova lei dobrará arrecadação com mineração


Jornal do Comércio
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), o royalty da mineração, passará a incidir sobre a receita bruta das mineradoras, com alíquota de até 4%. Segundo ela, essa mudança na regra de cálculo vai permitir dobrar a arrecadação proveniente dessa atividade.
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), o royalty da mineração, passará a incidir sobre a receita bruta das mineradoras, com alíquota de até 4%. Segundo ela, essa mudança na regra de cálculo vai permitir dobrar a arrecadação proveniente dessa atividade.
Segundo Dilma, o novo marco da mineração vai ampliar a competição no setor, sem imposições arbitrárias e sem desrespeitar direitos. “Propomos um ambiente de maior competitividade e aproveitamento das riquezas minerais do País, que respeita o ordenamento jurídico e exige regras licitatórias transparentes”, afirmou.
A presidente disse que o objetivo do novo marco é acabar com a especulação produtiva, sem investimentos, e inaugurar uma era de relações mais competitivas. Dilma disse que o Conselho Nacional de Política Mineral vai proporcionar um assessoramento de qualidade à Presidência da República, com uma visão estratégica sobre o uso dos recursos e seus impactos na economia e na sociedade.
Dilma Rousseff disse que o marco vai converter o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) na Agência Nacional de Mineração. A criação do órgão não vai implicar novos gastos, garantiu a presidente, mas vai ampliar a capacidade de regulação no setor. “O objetivo é regular a atividade mineral com base na legislação aprovada no Congresso, mediar conflitos e zelar por garantias contratuais”, disse.
Segundo Dilma, o novo marco da mineração representa uma vitória daquilo que mais interessa às empresas e à sociedade: “Concorrência, transparência, segurança jurídica, respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores envolvidos”. “É uma vitória da sociedade, daqueles que vivem nas regiões das minas e dos trabalhadores.”
Dilma disse ainda que os contratos terão exigências ambientais claras. “Ao fechar uma mina, a empresa vai ter que recuperar ambientalmente a região que ela explorou”, afirmou. Dilma disse que, com o novo marco, o governo construirá um ambiente de segurança para os investimentos de longo prazo.
“Um ambiente assegurado pela estabilidade econômica, da qual não abriremos mão jamais, e avalizado pela estabilidade política”, afirmou. “Poucos países do tamanho do Brasil e com o nosso mercado interno podem oferecer, além de atrativos econômicos, a estabilidade de instituições democráticas plenamente testadas.”

Para Vale, nova lei é um grande caminho para destravar setor

O presidente da Vale, Murillo Ferreira, avaliou que a proposta de um novo marco legal da mineração foi um grande passo para destravar o setor. Segundo ele, se dá muita ênfase ao aspecto fiscal da nova legislação, mas o que realmente preocupa os executivos do setor é a competitividade.
“Não podemos dizer que estamos comemorando o aumento das alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), mas espero que isso venha com simplificação do acesso e rapidez nos processos. Qualquer legislação que traga simplicidade é muito bem-vinda”, disse Ferreira.
De acordo com Murillo, com o teto de 4% para as alíquotas sobre a mineração, a estimativa é de que os impostos pagos pelo setor no País aumentem de R$ 1,7 bilhão para R$ 4,2 bilhões. “Enquanto isso, há uma grande redução dos preços dos minérios em todo o mundo. Quereremos ter uma contrapartida, que é gastarmos menos tempo com burocracia”, disse. Ele disse que a taxa de investimento do setor é baixa, mas não adiantou se a Vale vai aumentar o volume de recursos.

Novo Código não afeta os preços na siderurgia, diz Jorge Gerdau

O novo Código de Mineração não afetará preços nas indústrias de siderurgia, mas pode pressionar custos para as mineradoras. A avaliação foi feita pelo presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade (CGDC), Jorge Gerdau Johannpeter. A Câmara conta com representantes do governo federal e da sociedade civil.
“Pode até aumentar para as mineradoras, mas como este setor é muito internacionalizado, globalizado, é provável que seus preços não aumentem muito”, disse o presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau. A Gerdau é líder no segmento de aços longos nas Américas e uma das principais fornecedoras de aços longos especiais do mundo. Possui operações industriais em 14 países - nas Américas, na Europa e na Ásia -, as quais somam uma capacidade instalada superior a 25 milhões de toneladas por ano.
Questionado sobre a estratégia do governo de enviar este mais novo pacote de medidas ao Congresso por meio de projeto de lei e não por medida provisória, Gerdau afirmou que “isso dará tempo ao Congresso para se posicionar, mas acreditamos que a tramitação será mais rápida que o normal”. Segundo ele, os parlamentares compreendem a importância do assunto.
Esse comentário de Gerdau referia-se ao fato de o governo ter revisado totalmente o marco regulatório do setor de mineração, mas a aplicação da norma ainda terá de esperar. Isso ocorre porque, ao enviar as novas regras por meio de projeto de lei, para o mercado continua em vigor o atual código, criado em 1967. A nova regra só terá validade quando o Congresso Nacional aprovar o texto anunciado hoje.

Alíquotas serão definidas por decreto, afirma ministro Lobão

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reforçou que as alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) não serão definidas pelo Congresso Nacional, mas, sim, por meio de decreto. Lobão negou, ainda, que o governo tenha desistido de recuperar áreas improdutivas. “Vamos cumprir o que a lei determinar. Seremos rigorosos daqui para a frente com áreas que não foram exploradas na forma da lei.”
O ministro também disse que a nova agência reguladora para o setor será criada em até 180 dias após a aprovação da lei. O secretário adjunto de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Telton Corrêa, explicou que os investimentos exigidos das mineradoras vão variar de acordo com as áreas de exploração e com o minério em questão.
O ministro Lobão completou dizendo que “até o fim do ano, com segurança, o marco da mineração estará aprovado pelos parlamentares”. Ele disse que o governo estará atento aos debates e ao encaminhamento do projeto no Congresso Nacional. “É claro que o Congresso pode debater e melhorar o projeto, nós até contamos com isso.”
Ele lembrou, ainda, que, no início, o governo enviaria o marco por meio de medida provisória, mas depois decidiu enviar na forma de projeto de lei com urgência constitucional. O Brasil, disse o ministro, tem hoje aproximadamente 8 mil minas ativas. “Esperamos que essa quantidade se eleve substancialmente com a entrada de agentes de qualidade excelente, como essas que estão funcionando.”
Alguns parlamentares presentes ao anúncio oficial do novo marco legal da mineração avaliaram como positivo o fato de o governo ter optado por um projeto de lei com urgência constitucional e não por uma MP.
Para o deputado Eduardo Sciarra (PR), líder do PSD na Câmara, o projeto de lei dá “um viés mais participativo” do Congresso Nacional. De acordo com ele, existia uma reivindicação dos parlamentares para que temas importantes e de grande impacto não fossem enviados ao Parlamento na forma de medida provisória. Ele também elogiou o fato de o novo marco regulatório ir ao Congresso em apenas um projeto de lei. Sciarra argumenta que, caso o governo enviasse mais de um projeto, haveria o risco de modificações.
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