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TECNOLOGIA

- Publicada em 24 de Maio de 2013 às 00:00

De olho no futuro, Capital observa São Francisco


PATRICIA KNEBEL/ESPECIAL/JC
Jornal do Comércio
Se o objetivo é reinventar a vocação de Porto Alegre, nada melhor do que começar olhando o exemplo de São Francisco, uma das cidades que fazem parte do Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Berço do nascimento de gigantes mundiais como Apple, Google, Intel e Facebook, a região foi a escolhida para uma missão gaúcha que se iniciou ontem.
Se o objetivo é reinventar a vocação de Porto Alegre, nada melhor do que começar olhando o exemplo de São Francisco, uma das cidades que fazem parte do Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Berço do nascimento de gigantes mundiais como Apple, Google, Intel e Facebook, a região foi a escolhida para uma missão gaúcha que se iniciou ontem.
Liderada pelo Grupo Cite - Cidadãos, Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo - iniciativa de empreendedores gaúchos focados em ajudar a buscar soluções diferentes para resolver os problemas de Porto Alegre, o grupo tem a presença do prefeito da capital gaúcha, José Fortunati, secretários, representantes de universidades e de startups.
Até o final da semana, estão agendadas visitas a empresas e instituições referência em tecnologia, como San Francisco Park Jay Primus, Singularity University, Linkedin, Google e o Laboratório de Pesquisas da IBM. Mais do que fazer networking, a meta é gerar novas oportunidades para Porto Alegre. “Queremos ajudar a cidade a fazer o ponto de inflexão, a mudar a curva. Temos ativos interessantes, mas que não estão conectados”, comenta Jose Cesar, CEO da Paradoxa e um dos líderes do Cite.
O modelo a ser seguido por esse grupo de empreendedores é o do São Francisco City, movimento que surgiu há alguns anos e que hoje reúne cerca de 300 lideranças articuladas. Juntos, eles ajudaram a mudar a cara da cidade. No passado, São Francisco era quase um dormitório para as pessoas que trabalhavam no Vale do Silício - a cerca de 50 minutos de distância. Hoje possui uma história própria. “Eles criaram uma cultura de empreendedorismo e passaram a gerar modelos de referência. É isso que queremos para Porto Alegre”, comenta Cesar.
José Fortunati afirma que a cidade tem adotado uma série de políticas públicas voltadas para essa área. E cita como exemplo o Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre e o prêmio mundial IBM Smarter Cities, recebido no início do ano. “Somos parceiros da iniciativa privada e das universidades nesse processo. Estamos aqui para pensar a cidade de uma forma diferenciada e investir em tecnologias que permitam que a criatividade dos nossos jovens empreendedores possa se consolidar”, salientou.
Um ambiente mais criativo e colaborativo é justamente o que os jovens empreendedores esperam ter ao alcance para realizar os seus projetos. “São Francisco é o que é pela cooperação. Você vai em um café, fala de um plano de negócios que está desenvolvendo e troca figurinhas com outros profissionais. Esse clima está começando a se instalar em Porto Alegre”, comenta Pedro Axelrud, 22 anos, que está participando da missão.
Ele fala isso com conhecimento de causa, já que fez parte da Engage, uma incubadora de projetos que reúne diversos jovens. Na época, participou do desenvolvimento da Catarse, primeira plataforma de crowndfunding do Brasil  e que captou mais de R$ 7,5 milhões para a realização de eventos. Hoje, o seu foco é a expansão do Mailee.me, plataforma de newsletters que em breve terá a sua versão para o mercado interacional. “Apesar de estar nesse novo projeto, ficamos em um ambiente dividido com a Engage e outros empreendedores. Somos amigos e estamos sempre trocando ideias”, comenta.

Projeto de big data pode ajudar cidade a gerenciar seus projetos

De olho em uma possível parceria para o desenvolvimento de um projeto de big data para a cidade, a delegação também passou pela Splunk, considerada a mais inovadora do mundo na área de big data pela publicação Fas Company.
As soluções de captação e análise de grandes volumes de dados da companhia permitem, por exemplo, que uma empresa de telefonia acompanhe em tempo real o mapa de vendas de telefones e quais aparelhos estão sendo mais vendidos em cada cidade. Mais do que isso, se digitar no sistema o número de determinado cliente, consegue quais os aplicativos que ele mais baixa e em que momentos do dia.
São informações que podem ser usadas pelas áreas de marketing e de vendas para analisar as especificidades de cada mercado e planejar ações mais assertivas. Mas, e como uma cidade pode se beneficiar com o big data? “É possível usar essa inteligência para analisar todos os dados colhidos nas últimas décadas sobre violência em diferentes pontos da cidade a fim de apoiar a tomada de decisões que visem ao aumento da segurança da população”, exemplifica o gerente de contas da Splunk para o Brasil, Marcelo Souza.
Nos Estados Unidos, a empresa já desenvolveu projetos para a área pública como uma ferramenta que permite o acompanhamento minucioso das doações feitas para campanhas políticas ou uma solução que permitiu a análise dos pedidos de ajuda durante o furacão Sandy, que atingiu cidades como Nova Iorque, em 2012.
A Splunk, cuja sede fica em uma rua calma da cidade de São Francisco, tem um ambiente de trabalho daqueles que se espera de um player de tecnologia dessa região dos Estados Unidos.
Jovens de todas as idades e nacionalidades trabalhando em seus computadores em ambiente descontraído, com camisetas e bandeiras penduradas nas paredes, prancha de surf, mesa de ping-pong e um bar recheado de guloseimas. O ambiente é informal, mas o trabalho é muito sério. A Splunk foi fundada em 2004, tem mais de 800 colaboradores e 5,2 mil clientes, 60 deles entre os 100 do ranking da Fortune.
“O segredo do nosso sucesso é estarmos conectados a um modelo de inovação que não leva em consideração apenas a tecnologia, mas que acrescenta valor de modo que esse diferencial chegue ao mercado”, afirma o gestor de área de produtos da companhia, Guido Schroeder.
Outra visita feita pela missão gaúcha foi ao SF Park Jay Primus, considerado um dos mais inovadores projetos de otimização de espaços de estacionamento nas grandes cidades americanas.
Tudo começou quando um levantamento mostrou que 30% dos problemas de tráfego na região de São Francisco eram causados por pessoas procurando vagas para estacionar. Diante dessa realidade, a prefeitura desenvolveu um aplicativo através do qual as pessoas podem consultar no seu smartphone as vagas e o preço - que é variável de acordo com a demanda. O SF Park, inclusive, incentiva os desenvolvedores e pesquisadores independentes a usarem dados públicos para criar novas aplicações para esse sistema.
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