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Agronegócios

- Publicada em 23 de Abril de 2013 às 00:00

Safra cheia não interrompe a importação de milho


Jornal do Comércio
Diferentemente do período anterior, a safra 2012/2013 de milho no Rio Grande do Sul teve um aumento expressivo de produção, que deve alcançar a marca de 5,3 milhões de toneladas de grãos - superando em mais de 2 milhões de toneladas a produção passada. “A safra deste ano está praticamente garantida, não tem mais o que dar problema”, explica o técnico da Emater-RS, Dulphe Pinheiro Machado Neto. De acordo com ele, já foram colhidos 72% da safra.
Diferentemente do período anterior, a safra 2012/2013 de milho no Rio Grande do Sul teve um aumento expressivo de produção, que deve alcançar a marca de 5,3 milhões de toneladas de grãos - superando em mais de 2 milhões de toneladas a produção passada. “A safra deste ano está praticamente garantida, não tem mais o que dar problema”, explica o técnico da Emater-RS, Dulphe Pinheiro Machado Neto. De acordo com ele, já foram colhidos 72% da safra.
“O ano anterior foi muito ruim por causa da estiagem, já neste ano, as coisas melhoraram bastante”, avalia. O cenário, positivo para produtores e para cadeia de insumos como um todo, ainda não atende às demandas do Estado e sinaliza a necessidade de importação nos próximos meses. A expectativa é de que seja necessária a importação de até 2 milhões de toneladas do cereal.
“O Rio Grande do Sul deve consumir, aproximadamente, 6 milhões de toneladas”, afirma Cláudio Luiz de Jesus, presidente da Associação de Produtores de Milho do Estado (Apromilho/RS), destacando que parte da safra já foi dedicada à exportação. Ele confirma a necessidade de até 2 milhões de grãos vindos de outros mercados para compensar o déficit interno. Já o diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, estima que o Rio Grande do Sul necessite trazer de outros estados cerca de 1,5 milhão de toneladas de milho. De janeiro a março deste ano, o Estado exportou 544,5 mil toneladas do cereal, de acordo com dados do MDIC.
“No segundo semestre vai ser necessário importar para conseguir suprir a necessidade dos criadores, mas vai ser em quantidade menor do que a do ano passado”, afirma Valdecir Luís Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul. Somadas, suinocultura e avicultura requerem mais de 4,5 milhões de toneladas de milho por ano. Os criadores de suínos dependem de 1,8 milhão de toneladas do grão, enquanto os avicultores necessitam de cerca de 2,8 milhões. Esse total representa um percentual superior a 86% da safra do Estado.
O mercado gaúcho, no entanto, vem sendo favorecido com o aumento da produção, crescente na visão do presidente da Apromilho/RS.

Propostas para frete são estudadas

A importação do milho gera um custo logístico inevitável para os criadores de suínos e aves. Valdecir Folador, da Acsurs, lembra que Mato Grosso é o principal estado fornecedor do grão para o mercado gaúcho. “Lá, a saca do milho deve ter um valor de R$ 12,00 a R$ 13,00, que é um preço razoável. Mas o custo de transporte da saca não fica em menos de R$ 15,00, então, gasta-se mais com o frete do que com o produto”, destaca.
“Estamos estudando ações para propor mecanismos federais para desonerar o custo do frete e da logística, para compra de grãos no segundo semestre”, José Eduardo dos Santos, da Asgav.
Para o presidente da Apromilho/RS, o Estado avançou nas políticas de estimulo à compra do grão, oferecendo, a partir de parceria com o Banrisul, linhas de crédito que garantem liquidez para que os produtores da cadeia de suínos e aves possam adquirir o milho dos produtores locais. “Foi um mecanismo visto com bons olhos e que deve ser mantido”, salienta Santos, destacando que a medida desonera a cadeia de suínos e aves do custo logístico.

Fetag entrega documento ao governo com pleitos do Grito da Terra

O governador Tarso Genro, acompanhado dos secretários de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, e do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, recebeu, ontem, documento com demandas da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag). Os 55 itens apresentados ao governador, no Palácio Piratini, fazem parte do Grito da Terra Brasil Estadual, que ocorre no mês de maio.
Segundo o governador, a proposta recebida será encaminhada à Assessoria Superior do Governo do Estado que, após análise da pauta, distribuirá as responsabilidades para cada Secretaria de Estado correspondente e, também, para a Emater-RS. Tarso adiantou que “as avaliações preliminares do plano são positivas, o que confirma a construção de uma política agrícola consolidada no meio rural”.
O presidente da Fetag, Elton Weber, disse que as principais demandas estão relacionadas ao sistema Troca-Troca de Sementes, para que seja definido o formato sobre quais insumos estarão à disposição. “O encaminhamento dado pelo governador foi satisfatório e esperamos que neste ano tenhamos avanços superiores”, disse Weber, ressaltando que, até o lançamento do Plano Safra, o grupo irá acompanhar os encaminhamentos e discutir todos os pontos com o governo do Estado. A inclusão de sementes transgênicas no Troca-Troca é uma das reivindicações do Grito da Terra Brasil 2013. Para o deputado Heitor Schuch (PSB), a medida é questão de sobrevivência do programa, uma vez que os agricultores querem plantar a semente geneticamente modificada, em função das vantagens em termos de produtividade e retorno financeiro. “Acreditamos que o governo vai se sensibilizar e atender o pleito dos produtores. O milho transgênico, assim como a soja, já é uma realidade na agricultura brasileira”, argumenta Schuch.
O secretário Ivar Pavan acredita que o governo vai contemplar as pautas, com exceção dos transgênicos, que será discutido no Conselho do Fundo Estadual de Apoio aos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper).
O conselho irá aprovar ou rejeitar o tema dos transgênicos, pois cumpre um cronograma de envio de pedidos ao campo. O agricultor já deve fazer a solicitação para que até 15 de julho receba as sementes de milho a serem plantadas na próxima safra de verão.  A pauta do GTB inclui, ainda, criação de políticas para garantia de renda, crédito rural diferenciado para viabilizar a agroecologia e manter o jovem no campo, entre outras demandas.
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