Até setembro. Esse é o prazo mais provável para que o Rio Grande do Sul e a região francesa de Pays de Loire terminem as negociações prévias ao tratado de cooperação que deve tornar os territórios “irmãos”. Segundo o novo cônsul-geral da França em São Paulo, Damien Loras, o termo deve ser assinado até o final do ano e prever cooperações universitárias, na produção de alimentos (agropecuária e vitivinicultura) e o intercâmbio de servidores públicos.
Em visita ao Palácio Piratini na manhã de ontem, o cônsul conversou com parte do secretariado gaúcho e expôs as contribuições que o governo francês e, em especial, a região de Pays de Loire podem oferecer. Participaram representantes das secretarias da Administração e Recursos Humanos (SARH), Cultura (Sedac), Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), além do Detran e da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI).
“Podemos aprofundar as relações bilaterais entre a França e o Rio Grande do Sul em diversos setores. O Estado e a França têm afinidades que podem ser aproveitadas. Podemos contribuir na área rodoviária, com os parques tecnológicos, a pesquisa acadêmica, a formação de recursos humanos para a gestão pública, o desenvolvimento sustentável e, claro, com o intercâmbio cultural”, afirmou o cônsul, momentos antes de encontrar o governador Tarso Genro.
Loras ressaltou que existem inúmeras empresas francesas com subsidiárias gaúchas e que há potencial para que outras venham a investir no Estado. Tornar o Rio Grande do Sul mais conhecido dos empresários franceses foi, segundo o cônsul, a principal preocupação exposta pelos secretários. O diplomata lembrou, ainda, que o estilo de relação bilateral proposto pela França não é predatório.
“Somos o quinto maior investidor internacional no Brasil, e acredito que o Rio Grande do Sul tem características que o tornam uma porta de entrada ideal para as empresas francesas no mercado brasileiro. A balança comercial entre o Estado e a França é favorável aos gaúchos, mas isso não é algo que a gente queira mudar. Nosso compromisso não é apenas vender, mas estabelecer bases locais, gerar negócios e empregos aqui”, argumentou.