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Coluna

- Publicada em 15 de Março de 2013 às 00:00

Filosofia para aquietar nossas ansiedades


Jornal do Comércio
Os brincalhões e gozadores de plantão andam dizendo que se filosofia desse certo a Grécia e uma parte da Europa não estariam do que jeito que estão. Humor à parte, a milenar filosofia tem acompanhado a humanidade e proporcionado reflexões e prazeres essenciais. Em muitas escolas e faculdades, a matéria voltou para o currículo, há psicoterapias com base na filosofia e, nos vários ramos da atividade humana, economia, política, sociologia, antropologia etc., a filosofia está presente. O mercado editorial reflete a busca das pessoas por modos e exercícios de pensar que tornem a vida mais produtiva e prazerosa. Dentro desse contexto vem bem a edição de bolso de As consolações da filosofia, do filósofo, ensaísta e escritor suíço Alain de Botton, autor do best-seller Ensaios de amor, entre outras obras aclamadas pela crítica e pelo público. Botton é filósofo formado pelo King’s College London, nasceu em 1969 e é um dos mais conhecidos autores de livros de filosofia do mundo. Em síntese, As consolações da filosofia explora as teorias de seis diferentes pensadores, expondo as soluções sugeridas por eles para as eternas ansiedades do homem. Sêneca explica como lidar com as frustrações da vida. Epícuro revela como viver bem apesar da falta de dinheiro. Nietzsche mostra como vencer as dificuldades, e Schopenhauer, como curar um coração partido. Sócrates demonstra como conviver com a impopularidade, enquanto Montaigne ensina que a inadequação nem sempre é algo negativo. Com linguagem descomplicada, mas sem apelar para o simplismo, Alain de Botton consegue trazer a filosofia para a contemporaneidade, tornando-a acessível e relevante para todos. Os textos, em última análise, servem para sepultar, de vez, aquela velha dúvida: para que serve a filosofia? Filosofia serve para refletir sobre o passado, sobre o que nossos antepassados pensaram e fizeram, serve para tentar não cometer os mesmos erros ou, ao menos, é útil para inventarmos novos erros. Filosofia não é apenas ótimo tema de conversa na sala, no quarto, nos bares, restaurantes, praças e outros lugares. Filosofia é amizade e amor ao conhecimento, é, acima de tudo, perguntar e abrir novos horizontes. Na última página da obra está escrito: nem tudo que nos faz sentir melhor é bom para nós. Nem tudo que magoa pode ser ruim. Filosofar bem é saber a diferença. O livro de Botton está aí para ajudar, nessa questão e em muitas outras. L&PM Editores e Editora Rocco, 314 páginas, www.lpm.com.br.
Os brincalhões e gozadores de plantão andam dizendo que se filosofia desse certo a Grécia e uma parte da Europa não estariam do que jeito que estão. Humor à parte, a milenar filosofia tem acompanhado a humanidade e proporcionado reflexões e prazeres essenciais. Em muitas escolas e faculdades, a matéria voltou para o currículo, há psicoterapias com base na filosofia e, nos vários ramos da atividade humana, economia, política, sociologia, antropologia etc., a filosofia está presente. O mercado editorial reflete a busca das pessoas por modos e exercícios de pensar que tornem a vida mais produtiva e prazerosa. Dentro desse contexto vem bem a edição de bolso de As consolações da filosofia, do filósofo, ensaísta e escritor suíço Alain de Botton, autor do best-seller Ensaios de amor, entre outras obras aclamadas pela crítica e pelo público. Botton é filósofo formado pelo King’s College London, nasceu em 1969 e é um dos mais conhecidos autores de livros de filosofia do mundo. Em síntese, As consolações da filosofia explora as teorias de seis diferentes pensadores, expondo as soluções sugeridas por eles para as eternas ansiedades do homem. Sêneca explica como lidar com as frustrações da vida. Epícuro revela como viver bem apesar da falta de dinheiro. Nietzsche mostra como vencer as dificuldades, e Schopenhauer, como curar um coração partido. Sócrates demonstra como conviver com a impopularidade, enquanto Montaigne ensina que a inadequação nem sempre é algo negativo. Com linguagem descomplicada, mas sem apelar para o simplismo, Alain de Botton consegue trazer a filosofia para a contemporaneidade, tornando-a acessível e relevante para todos. Os textos, em última análise, servem para sepultar, de vez, aquela velha dúvida: para que serve a filosofia? Filosofia serve para refletir sobre o passado, sobre o que nossos antepassados pensaram e fizeram, serve para tentar não cometer os mesmos erros ou, ao menos, é útil para inventarmos novos erros. Filosofia não é apenas ótimo tema de conversa na sala, no quarto, nos bares, restaurantes, praças e outros lugares. Filosofia é amizade e amor ao conhecimento, é, acima de tudo, perguntar e abrir novos horizontes. Na última página da obra está escrito: nem tudo que nos faz sentir melhor é bom para nós. Nem tudo que magoa pode ser ruim. Filosofar bem é saber a diferença. O livro de Botton está aí para ajudar, nessa questão e em muitas outras. L&PM Editores e Editora Rocco, 314 páginas, www.lpm.com.br.

Lançamentos

  • O Deus dos insetos, de Monique Revillion, autora de Teresa, que esperava as uvas, Prêmio Açorianos - 2006 - Livro do Ano, traz onze contos, com a conhecida linguagem requintada da autora e apresentando perdidos, insensatos e derrotados como personagens em histórias onde a delicadeza, a violência, a plenitude e a finitude estão. Dublinense, 96 páginas, www.dublinense.com.br.
  • Paixão e Significado da Marca - Ponto de virada e transformação de marcas corporativas, marcas pessoais e de organizações de Arhtur Bender, um dos maiores estrategistas de marcas do Brasil, autor do best-seller Personal Branding, quer sacudir os gestores de marcas,de pessoas ou negócios, a partir da idéia de significado. Integrare Business, 272 páginas, www.integrareeditora.com.br.
  • Anoitece no Iraque - Projeto Brainwashing, de Patrick Ericson, vai além da grande falácia do 11 de setembro e das fictícias “armas de destruição em massa” de S. Hussein. Mostra os antecedentes do ataque do WTC ,os reais motivos da invasão do Iraque e como funcionam as mentes doentias que dirigem o mundo. Geração Editorial, 472 páginas, www.geracaoeditorial.com.br.
  • Arte contemporânea brasileira, do poeta, jornalista e crítico de arte Ferreira Gullar, reúne 80 textos publicados nas revistas Veja e Isto É, sobre exposições de Volpi, Tarsila do Amaral, Iberê Camargo e muitos outros. Época de ferozes embates entre o regime militar e a censura, foi um período bem peculiar da arte no Brasil. Lazuli, 208 páginas, www.lazuli.com.br.

E palavras...

Vaticano
Estive no Vaticano duas vezes. Na primeira vez, eu tinha onze anos e não atinei muita coisa, até porque me senti meio tonto nos subterrâneos da Basílica, onde estão os túmulos de alguns Papas. Com a ajuda de um guia do Touring Club, meu pai me ensinou sobre a colunata de Bernini e outros detalhes arquitetônicos e me levou ao Museu do Vaticano. Vinte anos depois, voltei ao Vaticano. Aos trinta e um, depois de visitar a Praça, a Basílica e o museu, me sentei para descansar, pensar sobre o local e observar o que meus olhos fascinados contemplavam. A Basílica, as colunas, os monumentos, as estátuas, as esculturas e tudo mais me passaram, acima de tudo, uma sensação de eternidade. Fiquei pensando sobre uma instituição única, de dois mil anos, presente em quase todo o mundo, com milhões de fiéis. Pensei na minha infância e juventude em Bento Gonçalves, onde fui batizado e crismado. As missas eram longas, em latim, os sermões idem e a mão de minha mãe teimava em apertar a minha quando tentava sair antes da hora. A mão de um menino irrequieto que não gostava muito de cerimônias, pompas, solenidades e formalidades. Bom, tinha o aroma do incenso e os sons buliçosos das campainhas dos coroinhas, que, elegantes, vestiam vermelho e branco e, depois da missa das dez, tinha o passeio no centro, a compra do Correio do Povo e uns olhares para as gringuinhas lindas da cidade. Quando elas olhavam de volta ou sorriam, aí a presença de Deus ficava ainda mais nítida e luminosa na Capital Brasileira do Vinho. Depois de trocarem ideias sobre os rumos da Igreja, os cardeais elegeram um novo Papa, em segredo. Nessas poucas linhas não dá para escrever e falar muito sobre dois mil anos de Igreja Católica, mas fico pensando que a Igreja é comparável ao mar, com sua infinitude, seus movimentos e ondas eternos, seus momentos de calma e de tempestade, suas tradições e renovações, seus pastores e fiéis e seus mistérios. Tomara que o Papa Francisco consiga modernizar e reformar a Igreja, tomara que a simplicidade, a caridade e o verdadeiro espírito cristão prevaleçam. Tomara que Jesus Cristo, São Francisco de Assis, Madre Teresa, Irmã Dulce e outros gigantes sigam iluminando, feito faróis, os caminhos da barca, que segue navegando no infinito, com a realidade, a fantasia, a fé, os temores, a esperança e a desesperança e a vida e a morte de nós, humanos, pequenas estrelas de um céu sem limites. (Jaime Cimenti)

E versos

É cedo para selar o silêncio
Vamos dar ouvidos ao vivido,
ao olvido, ao inventado.
Vamos nos envenenar de mexericos
como se um cento de mexericas
tivéssemos comido. Vamos encher a barriga
com o agridoce discurso do político, a sopa de letras
do advogado na tribuna. Como a língua é rica.
Como a língua é uma. Vamos fazer-lhe um tributo.
Se quiserem cantar, cantem. E contem, contem
todas as aventuras irrelevantes que o ontem
contém.
Jorge Emil em O olho itinerante, Editora Record, [email protected]  
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