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Assembleia Legislativa

- Publicada em 28 de Outubro de 2009 às 00:00

Gravações causam desconforto ao PMDB


Jornal do Comércio
A apresentação de oito áudios da Operação Solidária, analisados na segunda-feira em sessão fechada pelos deputados da CPI da Corrupção, repercutiu ontem na Assembleia Legislativa, criando desconforto entre parlamentares da bancada peemedebista.

A apresentação de oito áudios da Operação Solidária, analisados na segunda-feira em sessão fechada pelos deputados da CPI da Corrupção, repercutiu ontem na Assembleia Legislativa, criando desconforto entre parlamentares da bancada peemedebista.

O deputado Alceu Moreira (PMDB), que é alvo da investigação, reagiu ao comentário do colega Alexandre Postal, que deixou o encontro se dizendo "enojado" com o conteúdo das gravações. Entre os materiais divulgados estava uma conversa entre Alceu Moreira e o empreiteiro Marco Antônio Camino, da MAC Engenharia.

O ex-presidente da Assembleia disse que "se sentiu atingido" pelo comentário de Postal. Mas evitou alimentar a polêmica e alegou que via "a questão pessoal" como um fator menor diante da intenção da oposição de, em sua opinião, criar desgastes ao PMDB visando à eleição do próximo ano.

"A eleição de 2010 é que está em jogo e ou não vou ser o inocente útil para servir de massa de manobra ao discurso petista", reagiu. Postal não quis comentar o assunto.

Em uma nota distribuída à imprensa, Moreira garante que não "foi chamado para prestar quaisquer esclarecimentos perante o órgão investigador" (Polícia Federal) e que "foi investigado por quem não tinha competência para tanto". Também acusa a oposição de ter escolhido estrategicamente as partes do processo em que é citado para atingi-lo politicamente.

Sobre o áudio - cujo conteúdo já era conhecido: Moreira fala em "matar a minha saudade" para o empreiteiro, o que poderia ser interpretado como pedido de propina -, o peemedebista reafirmou que falava com Marco Antônio Camino sobre uma obra viária no litoral Norte. "Não há uma vírgula sobre dinheiro no áudio. Era uma conversa informal com um amigo", justificou.

Os dois deputados já haviam se desentendido no final de 2007, quando a bancada do PMDB definiu que Moreira seria o presidente da Assembleia Legislativa em 2008. Postal esperava ser indicado pelo partido.

A presidente da CPI da Corrupção, deputada Stela Farias (PT), rebateu as acusações de Moreira e desafiou o parlamentar a ir voluntariamente dar sua versão na CPI. "O deputado Alceu Moreira, na minha opinião, deveria pedir para depor. Ele tem o direito e o dever de ir até a comissão. Temos toda a disposição para ouvi-lo."

A parlamentar reiterou que a escolha dos áudios divulgados na segunda-feira tinha como objetivo demonstrar "à base do governo a gravidade do seu conteúdo". "Não há como a CPI, ao receber este material, não fazer nada. Isso seria uma irresponsabilidade. Estamos diante de uma enorme fraude. Se a Rodin tinha 20 mil horas de gravação, a Solidária tem 80 mil. Se na Rodin foram desviados R$ 44 milhões, nesta foram mais de R$ 300 milhões", compara.

Stela garantiu que irá continuar as investigações, "apesar do boicote permanente" dos deputados da base aliada. Hoje a reunião da CPI será realizada às 12h para a análise de novos áudios e documentos da Operação Solidária.

"O bloqueio governista é um escândalo maior do que as próprias fraudes. O que os deputados pretendem com isso? Desmoralizar completamente o Parlamento? Esta atitude irresponsável será cobrada pela população no próximo ano", projetou a petista. A comissão, que completa 60 dias de funcionamento nesta semana, teve apenas seis testemunhas ouvidas.

Na avaliação do líder da bancada do PSDB, deputado Adilson Troca (PSDB), a oposição, ao iniciar a análise dos dados sigilosos da Operação Solidária, pretende fazer um "sensacionalismo político" contra a base do governo.

O tucano diz que a orientação na CPI da Corrupção é de que as informações não sejam consideradas "oficiais" e, portanto, não componham o relatório de Coffy Rodrigues (PSDB). "Esta é uma investigação que diz respeito à Justiça, e ela mesma diz que estas informações são sigilosas e, portanto, não deveriam nem ter vazado", aponta.

 

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