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TURISMO

- Publicada em 22 de Outubro de 2012 às 00:00

Projeto de agência de promoção da Capital aguarda avaliação


JONATHAN HECKLER/JC
Jornal do Comércio
A criação de uma agência que promova sistematicamente Porto Alegre como destino turístico e atraia eventos durante todo o ano é vista como a principal alternativa para alavancar não somente o setor hoteleiro, que desde abril deste ano vem registrando quedas na ocupação, mas também o comércio e os serviços da Capital. No entanto, para que a iniciativa saia do papel, ainda é preciso resposta da Procuradoria-Geral do Município (PGM), que estaria avaliando dois pontos considerados críticos no projeto, elaborado pelo Sebrae/RS em parceria com entidades do trade e de técnicos da Secretaria Municipal de Turismo (SMTur): o primeiro é definir de que forma serão arrecadados os recursos para o novo órgão, e o segundo é acertar qual será a sua personalidade jurídica.
A criação de uma agência que promova sistematicamente Porto Alegre como destino turístico e atraia eventos durante todo o ano é vista como a principal alternativa para alavancar não somente o setor hoteleiro, que desde abril deste ano vem registrando quedas na ocupação, mas também o comércio e os serviços da Capital. No entanto, para que a iniciativa saia do papel, ainda é preciso resposta da Procuradoria-Geral do Município (PGM), que estaria avaliando dois pontos considerados críticos no projeto, elaborado pelo Sebrae/RS em parceria com entidades do trade e de técnicos da Secretaria Municipal de Turismo (SMTur): o primeiro é definir de que forma serão arrecadados os recursos para o novo órgão, e o segundo é acertar qual será a sua personalidade jurídica.
“Esta agência pode vir a ser uma associação ou um serviço social autônomo”, adianta o titular da SMTur, Luiz Fernando Moraes. Ele explica que os departamentos jurídicos da secretaria e do Sebrae-RS estão “debruçados” no estudo, junto com a PGM, para indicar qual modelo é o mais adequado. “Não é uma decisão fácil, não podemos errar”, frisa o secretário, ao justificar a “demora” no andamento do processo de implementação do órgão. O atraso é motivo de reclamação do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), que divulgou queda de 25,74% da ocupação hoteleira no mês de setembro em relação ao mesmo período de 2011. Se calculados os últimos seis meses, a diminuição da demanda por quartos fica em 6,12% quando comparada ao período de abril a setembro do ano passado. Segundo o presidente do SHPOA, Daniel Antoniolli, a falta de realização de grandes eventos na cidade seria o principal motivo deste quadro.
“Para a promoção turística de um destino, é necessário uma empresa com dinâmica de movimentação em feiras, com possibilidade de viajar para vários lugares, e isso não ocorreria se este novo instrumento fosse público, por exemplo. E ainda, neste caso, uma empresa pública exigiria aprovação na Câmara Municipal, criação de novos cargos, concurso público, novas aposentadorias a serem pagas no futuro”, argumenta Moraes. Além deste impasse, ainda é preciso definir como custear a manutenção da futura agência de marketing. De acordo com o projeto, para manter uma estrutura enxuta, com trabalho contínuo dos técnicos, seria necessário um orçamento anual de R$ 8 milhões. “A proposta que apresentamos à prefeitura é que este investimento seja oriundo dos recursos gerados pela arrecadação de impostos dos setores envolvidos”, explica a coordenadora do Programa Sebrae 2014 no Estado, Amanda Paim. Ela observa que o processo de criação do órgão promotor da cidade “não está parado, mas está longe do ritmo que se gostaria”.
A rede hoteleira, de acordo com dados do sindicato, contribui com cerca de R$ 30 milhões ao ano em arrecadação do Imposto sobre Serviço (ISS). “Um valor de R$ 8 milhões é baixo se o compararmos com os recursos investidos na cidade em função da Copa de 2014 e em infraestrutura, mas vai propiciar que todo este investimento em melhorias tenha retorno efetivo depois do campeonato”, diz Antoniolli. Ele lembra que muitos hotéis estão em construção e que, se não houver outros eventos de porte na Capital pós-Copa do Mundo, a ocupação deverá cair ainda mais, em vista de que se diluirá entre os novos e antigos empreendimentos.
A proposta de dotar a cidade de uma agência do gênero foi apresentada em 2007 durante a elaboração do Plano Estratégico do Turismo de Porto Alegre, trabalho coordenado pelo Sindicato da Hotelaria e Gastronomia (SindPoa), com a participação da SMTur, do Porto Alegre Convention & Visitors Bureau, do Sebrae/RS e de várias outras entidades do trade local. “As coisas estão andando, não da forma que se quer, mas tem que ser bem discutido coletivamente”, argumenta Moraes. Ele afirma que compreende e “compartilha” a preocupação do setor hoteleiro quanto à queda na ocupação.
Em nota, a Procuradoria-Geral do Município informa que o tema está sendo tratado pela prefeitura e atualmente encontra-se em discussão no Comitê Gestor de Segunda Instância, coordenado pela Secretaria Municipal da Fazenda e composto pela Secretaria Municipal de Esportes, Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Secretaria Municipal de Governança, Secretaria Municipal de Saúde, Gabinete de Planejamento Estratégico e Gabinete de Planejamento Orçamentário. O comitê aguarda a conclusão de estudos mais aprofundados para definir a melhor formatação jurídica e de financiamento, de forma a garantir a sustentabilidade do projeto.

Sindicato defende criação de centro de eventos de classe mundial

Para o presidente do Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Daniel Antoniolli, não basta posicionar Porto Alegre nos mais diversos segmentos do turismo junto aos principais mercados mundiais, buscando a atração de visitantes e sua permanência no destino, a geração de demanda e incremento aos negócios das empresas desses setores. Ele destaca que é preciso ainda a construção de um centro de eventos de classe mundial. Sugerida no Plano Estratégico do Turismo de Porto Alegre, apresentado há cerca de cinco anos para a prefeitura, a ideia é apontada pelo dirigente como uma alternativa para o desenvolvimento econômico da cidade que ficou “só no papel”.
Antoniolli avalia que há uma ausência de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento da indústria do turismo. “Talvez seja porque não tenham percebido a dimensão que este segmento pode oferecer economicamente para a cidade”, dispara. “Existem verbas federais que financiam a longo prazo um empreendimento do gênero. Mas para conseguir recursos junto aos órgãos financiadores, precisamos ter um projeto definido, mas nem ao menos uma área onde isso poderia ser implementado a prefeitura apontou”, critica o dirigente.
O titular da SMTur, Luiz Fernando Moraes, rebate que está aguardando a entrega do estudo de viabilidade de um novo centro de eventos em Porto Alegre, com capacidade para 10 mil pessoas, encomendado pelo trade turístico, junto com a Federasul. Segundo ele, “não há divergências” entre a SMTur e o trade. “Temos trabalhado em conjunto com as entidades na construção de um processo que começa no aspecto cultural da cidade, que até então não se reconhecia em si como destino turístico.” O secretário lembra que a pasta completou recentemente cinco anos, “um tempo limitado”, em que alguns processos foram construídos, como o Fórum de Governança, onde ocorrem debates com o trade, a implementação do Boletim Estatístico do Turismo, que mensura dados de ocupação hoteleira, entre outros, e a busca de eventos junto ao Porto Alegre Convention & Visitors Bureau (POA-CVB).
 “O equipamento mais rápido seria ao lado da Arena do Grêmio, mas ainda não houve viabilidade financeira”, comenta o vice-presidente do POA-CVB, Ricardo Ritter. Ele diz que a entidade encontra algumas dificuldades quando sai em busca de captação de eventos para a Capital, justamente pela falta de um local mais amplo para a realização de eventos. “Já estamos perdendo para outras praças, como Salvador, Fortaleza e Curitiba. Além disso, quando vamos divulgar o destino, há certo preconceito sobre Porto Alegre não ser uma cidade turística. Por isso, é tão importante um órgão que ajude a promover a Capital.” Ritter destaca que cidades, como Gramado, onde existem centros de convenções públicos, conseguem atrair eventos com mais facilidade, devido ao custo do investimento, que pode ser oferecido por preço mais baixo. “Mesmo com as dificuldades, o POA-CVB captou este ano 12 eventos, agendados para 2013, 2014 , 2015 e 2016”, alinhava o dirigente.

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