Cicloativista garante que não será vereador de uma pauta só

O pleito de 2012 é o segundo de Sgarbossa. Em 2008, concorrendo ao mesmo cargo ele obteve 2.267 votos, menos da metade recebida no último domingo. “Há quatro anos, a bicicleta era só uma boa ideia. Agora, a lógica é diferente, não é mais um interesse, é um entusiasmo”.

Ao longo da campanha, um dos temas mais debatidos pelo petista foi a ciclovia da avenida Ipiranga. A principal crítica é o local de construção da ciclovia, que teria problemas técnicos como a mudança no sentido da via ao longo do percurso e a impossibilidade de acesso à calçada. “Talvez agora, o prefeito nos dê mais espaço para debater, sem nos acusar de oportunismo político.”

Sgarbossa pretende lutar pela implantação dos 495 quilômetros de ciclovias previstos no Plano Diretor Cicloviário de Porto Alegre. “Imagina a revolução cultural que viveríamos, em termos de sedentarismo, saúde pública, educação e mobilidade urbana”, enumera. Ele acredita que sua eleição é uma prova de que a população espera que estas mudanças aconteçam. “A minha candidatura é um recado de que as pessoas querem uma sociedade diferente.”

Como oposição ao prefeito José Fortunati (PDT), o recém-eleito vereador não poupa críticas à política de mobilidade urbana. “Discordo dessa política que acredita que abrindo ruas vai ter mais mobilidade. Nem que duplicassem todas as ruas não adiantaria”. Para Sgarbossa, há um retrocesso no estímulo do uso do carro, com a abertura de ruas no Centro e a construção de estacionamentos subterrâneos. “Estamos na contramão do que está sendo feito no mundo”, observa.