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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

- Publicada em 03 de Outubro de 2012 às 00:00

Dilma acusa os países ricos de adotarem ações protecionistas


ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/JC
Jornal do Comércio
A presidente Dilma Rousseff acusou nesta terça-feira de “protecionismo disfarçado” países desenvolvidos que usam a política de “flexibilização quantitativa” - a emissão de moeda com vistas à desvalorização -, em uma clara resposta ao governo americano, que classificou de protecionistas as medidas brasileiras de aumento de imposto de importação de alguns produtos. Em seu discurso na abertura da Cúpula América do Sul-Países Árabes, em Lima, no Peru, a presidente afirmou que esse tipo de política cria uma competitividade artificial que atinge diretamente os países das duas regiões. “O acesso aos nossos mercados fica extremamente facilitado por essas políticas de desvalorização das moedas, e um protecionismo disfarçado se impõe ao reduzir as importações dos nossos países”, disse a presidente.
A presidente Dilma Rousseff acusou nesta terça-feira de “protecionismo disfarçado” países desenvolvidos que usam a política de “flexibilização quantitativa” - a emissão de moeda com vistas à desvalorização -, em uma clara resposta ao governo americano, que classificou de protecionistas as medidas brasileiras de aumento de imposto de importação de alguns produtos. Em seu discurso na abertura da Cúpula América do Sul-Países Árabes, em Lima, no Peru, a presidente afirmou que esse tipo de política cria uma competitividade artificial que atinge diretamente os países das duas regiões. “O acesso aos nossos mercados fica extremamente facilitado por essas políticas de desvalorização das moedas, e um protecionismo disfarçado se impõe ao reduzir as importações dos nossos países”, disse a presidente.
Há cerca de uma semana, o representante de Comércio do governo americano, Ron Kirk, enviou uma carta ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, declarando as medidas brasileiras protecionistas, pedindo a suspensão dos processos de aumento de impostos e fazendo ameaças veladas de retaliação. A resposta brasileira foi dura. Também em carta, Patriota afirmou que o Brasil não iria abdicar de usar instrumentos legítimos de defesa comercial e criticou a expansão monetária adotada pelos Estados Unidos. Recentemente, o Federal Reserve, Banco Central americano, anunciou a compra de US$ 40 bilhões em títulos para injetar dinheiro na sua economia, o que leva a uma desvalorização do dólar.
“A forte expansão da base monetária, a política monetária expansionista que se chama de flexibilização quantitativa, ao desvalorizar a moeda de alguns países, fazem com que esses países sejam artificialmente mais competitivos. O efeito cumulativo dessas políticas expansionistas, combinadas com uma austeridade exagerada, exporta a crise para o resto do mundo e não resolve os graves problemas dos países desenvolvidos, como o desemprego galopante e a falta de esperança”, criticou a presidente Dilma em seu discurso.
A presidente ainda pediu o fortalecimento da cooperação entre as duas regiões como forma de combater a turbulência gerada pela crise internacional. “A persistente crise econômica iniciada nos países mais desenvolvidos tem efeitos que se dispersam por todos os países, sem nenhuma exceção, e está trazendo novos desafios. As nações árabes e as nações sul-americanas precisam assegurar que as turbulências da economia internacional não criem obstáculos adicionais ao nosso desenvolvimento.”

Presidente critica violência no Oriente Médio e defende reconhecimento do Estado Palestino

A presidente Dilma Rousseff criticou, em seu discurso na abertura da III Cúpula América do Sul-Países Árabes, a recente onda de violência nos países do Oriente Médio e os ataques a representações diplomáticas dos Estados Unidos e da Alemanha. Apesar de ressaltar a condenação brasileira a manifestações de islamofobia, como o filme com críticas ao profeta Maomé, a presidente afirmou que o Brasil também repudia a violência de radicais muçulmanos.
“Repudiamos todas as formas de intolerância religiosa e, diante dos acontecimentos das últimas semanas, reafirmamos nossa condenação veemente de todas as manifestações de islamofobia. Com a mesma veemência afirmamos também nosso repúdio aos atos recentes de violência e terrorismo que foram praticados contra os Estados Unidos, a Alemanha e a outros países”, afirmou.
Em seu primeiro discurso como representante do país coordenador da cúpula, Dilma Rousseff voltou a condenar a violência na Síria, defendeu o reconhecimento de um Estado Palestino e criticou as ameaças recentes feitas ao Irã. Os novos movimentos democráticos da região, com eleições abertas no Egito e na Tunísia, foram elogiados pela presidente, que lembrou o passado não tão distante da América Latina, onde processos semelhantes, mesmo que não tão violentos, aconteceram.
“Nós na América do Sul vivemos em um passado recente processos semelhantes de luta pela democracia política e pela inclusão social. Algumas das situações no mundo árabe nos causaram muita preocupação. A violência generalizada na Síria, por exemplo, é motivo de profunda tristeza para o Brasil”, disse Dilma, lembrando a comunidade árabe no País. Mais uma vez, a presidente acusou o governo de Damasco de ser o principal responsável pela violência, mas também lembrou o fato de a oposição, “armada por estrangeiros”, ter sua parcela de culpa.
A presidente ainda defendeu, mais uma vez, uma solução para a situação da Palestina e seu reconhecimento como Estado pelas Nações Unidas. A presidente Dilma acusou o Conselho de Segurança de “abdicar de suas responsabilidades” ao ceder às negociações para um acordo na região ao chamado Quarteto - ONU, União Europeia, Estados Unidos e Rússia -, que classificou de inoperante. “O Conselho de Segurança não pode abdicar das suas responsabilidades e transferi-las para um quarteto inoperante. Só uma Palestina livre poderá responder aos anseios legítimos, inclusive de Israel, de paz e segurança nas suas fronteiras”, afirmou.
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