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MEIO AMBIENTE

- Publicada em 28 de Agosto de 2012 às 00:00

Centros urbanos precisam ser remodelados


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
A discussão em torno das mudanças climáticas e do aquecimento global passa por um ponto nevrálgico: como resolver o problema se a população mundial vem crescendo em larga escala e as ações para reverter o quadro não crescem na mesma proporção? O que fazer para diminuir os efeitos da poluição causados pela emissão dos gases tóxicos, principalmente os emitidos pelos veículos?
A discussão em torno das mudanças climáticas e do aquecimento global passa por um ponto nevrálgico: como resolver o problema se a população mundial vem crescendo em larga escala e as ações para reverter o quadro não crescem na mesma proporção? O que fazer para diminuir os efeitos da poluição causados pela emissão dos gases tóxicos, principalmente os emitidos pelos veículos?
Essas e outras questões foram debatidas ontem no 1º Fórum Internacional de Mudanças Climáticas de Baixo Carbono, em Porto Alegre. O secretário-executivo do Ministério das Cidades, Alexandre Cordeiro Macedo, abordando o tema Cidades Sustentáveis, citou o exemplo de uma área na periferia da cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, chamada Mission Bay. O local, segundo o secretário, estava abandonado e foi transformado a partir da sustentabilidade, levando as pessoas a quebrarem um paradigma e a deixarem os grandes centros para morar no subúrbio.
“Claro que o conceito de periferia nos Estados Unidos é bem diferente do Brasil. No Brasil, a gente quer morar no centro, nos Estados Unidos eles querem morar nos subúrbios”, observa.
Para Macedo, é preciso aprofundar a gestão metropolitana reinventando as questões ambientais, econômicas e de desenvolvimento social, afirmando que a população precisa sair da periferia e ir para os grandes centros, deixando, assim, as áreas verdes livres.
“É necessário requalificar e remodelar os centros urbanos, mas com planejamento. Precisamos compactar e não expandir. O aquecimento global está intimamente relacionado à organização. Quanto mais aumenta a população maior é a emissão de gases poluentes”, afirmou o secretário. Segundo ele, 65% dos resíduos sólidos são gerados nas grandes cidades.
“A partir de 2007, 50% das pessoas estarão vivendo nos grandes centros. Em 2050, serão mais de 75%, sendo que dois terços desse número viverão em favelas ou submoradias. No Brasil, a taxa das pessoas que vivem em favelas cresce 25% ao ano e, hoje, 35% da população mundial vive nas favelas.”
O debatedor da mesa, presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB/RS, Ricardo Barbosa Alfonsin, disse que o governo vem incentivando a indústria automobilística, acarretando  em um grande número de veículos nas ruas sem o planejamento adequado. Alfonsin questionou o secretário-executivo do Ministério das Cidades sobre a aplicação do Estatuto das Cidades que estabelece normas para regular o uso da propriedade. Macedo disse que vários programas estão sendo lançados e que o planejamento é fundamental para atingir o resultado.
“Não adianta fazer casas para retirar as pessoas das encostas e favelas, é preciso ensiná-las a morar nas casas. É importante o planejamento, mas é mais importante ainda saber a dificuldade de se colocar em prática”, ressalta.

A realidade ambiental no Estado

O presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam), Carlos Fernando Niedersberg, abordou o tema Plano Ar, Clima e Energia do Rio Grande do Sul (Pace-RS), através das mudanças climáticas e seus efeitos nos últimos anos no Estado. Segundo dados da Defesa Civil, no início do ano, 234 cidades decretaram situação de emergência por causa da estiagem. A seca afetou diretamente mais de um milhão de gaúchos. Os prejuízos nos cultivos de arroz, feijão, milho e soja ficaram na casa dos R$ 3,86 bilhões.
“O Rio Grande do Sul vem sendo submetido a uma série de variações climáticas. Os efeitos dessas variações atmosféricas transpõem o efeito estufa. A cada cinco safras de grãos, três são perdidas,” afirma o presidente da Fepam.
Para ele, é preciso saber se os acontecimentos climáticos são efeitos próprios do clima ou do aquecimento global. O Estado sofre com as chuvas, que causam enchentes e alagamentos, e também com as secas. Niedersberg afirma que é necessário um plano de irrigação eficiente para o armazenamento da água para os períodos de estiagem.
“Na seca temos escassez, infecções, incêndios, superlotação dos sistemas de saúde. Nas inundações são os acidentes, água contaminada, desenvolvimento da hepatite e outros. Já ocorreu o desaparecimento de espécies de pássaros, répteis e anfíbios.”
Niedersberg falou também sobre o convênio com a Agência Francesa para o Meio Ambiente e a Eficiência Energética (Ademe), que deu o apoio técnico ao Pace-RS. Segundo o presidente, dentre as primeiras ações do programa está a emissão zero de carbono no Palácio Piratini e no prédio novo em que a fundação irá se instalar.
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