A população dos 497 municípios gaúchos deverá ir às urnas em outubro deste ano para escolher seus representantes para os próximos quatro anos. Embora o período eleitoral ainda não tenha iniciado, os partidos já desenham suas estratégias para elegerem prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Confira como estão se mobilizando MDB, PDT, PP, PT, PRD e PSDB que, juntos, somam cerca de 75% dos filiados em partidos políticos no Rio Grande do Sul.
MDB focará em cidades grandes, mas sem esquecer das menores
O MDB terá como foco alcançar o maior número possível de prefeituras. De acordo com o presidente estadual da sigla, deputado estadual Vilmar Zanchin, "os municípios com maior densidade eleitoral devem ter maior atenção". Apesar disso, mesmo em cidades pequenas, o partido deve buscar ter candidato a prefeito ou vice.
Nos dez maiores colégios eleitorais do interior, o MDB tentará compor chapas majoritárias, assim como apresentar nominata completa de vereadores. Alguns nomes para as majoritárias já são conhecidos. É o caso de Santa Maria, com Beto Fantinel, Gravataí, com Marco Alba, Novo Hamburgo, com Tânia da Silva e Rio Grande, com o ex-presidente estadual do partido Fábio Branco, que busca a reeleição. Em Passo Fundo, a perspectiva é de que o MDB indique o candidato a vice na chapa encabeçada pelo atual prefeito Pedro Almeida (PSD), que busca a reeleição.
Em Porto Alegre, o atual prefeito Sebastião Melo já anunciou que deve buscar a reeleição pela sigla. No entanto, a chapa ainda não está formada, visto que o atual vice, Ricardo Gomes (sem partido, ex-PL) se desfiliou de seu partido e anunciou que não acompanhará Melo na tentativa de uma segunda gestão no Executivo.
PDT deseja melhorar representação do partido em municípios estratégicos
Com 70 prefeitos e 72 vices no Rio Grande do Sul, além de cerca de 700 vereadores, o PDT deseja, pelo menos, manter os índices já conquistados. No entanto, estuda ampliar sua representação em alguns municípios estratégicos. Entre as cidades apontadas pelo presidente estadual do partido, Romildo Bolzan Junior, estão Caxias do Sul, Santa Maria e São Leopoldo. Outra prioridade é a capacitação de lideranças.
Há uma tendência em alguns grandes municípios gaúchos, de que o partido organize chapas com o PT. Em São Leopoldo e Passo Fundo, as negociações entre as siglas estão sendo realizadas, conforme pontuou Bolzan à reportagem. Uma chapa formada por Alceu Barbosa Velho (PDT) e Denise Pessôa (PT) já foi anunciada como pré-candidata à majoritária em Caxias do Sul. Em Porto Alegre, principal colégio eleitoral do Estado, o cenário é diferente: o nome de Juliana Brizola já foi anunciado como pré-candidata para a formação de uma chapa que deve incluir PSB e Avante.
PP quer se manter com o maior número de prefeituras
O PP é o maior partido em número de prefeituras no Rio Grande do Sul. "Nosso grande objetivo é continuarmos sendo o maior partido do Estado (em número de prefeituras) com a expectativa de aumentarmos as prefeituras. Queremos crescer nos grandes municípios e construir em municípios relevantes como Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Pelotas e compor chapa majoritária nesses municípios", analisou o presidente estadual, deputado federal Covatti Filho.
Em Porto Alegre, o partido foi o primeiro a reivindicar uma vaga de vice na chapa que deverá ser encabeçada pelo atual prefeito Sebastião Melo (MDB) e que anunciou sua pré-candidatura nesta segunda-feira (15). Nos maiores colégios eleitorais gaúchos, o PP planeja focar em vagas de vice-prefeituras.
PT possui projeto ambicioso e confia em Lula como cabo eleitoral
O PT tem confiado na figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como cabo eleitoral do partido. "Nós achamos que temos um cenário favorável esse ano, porque embora a eleição não esteja tematicamente ligada à nacional, nós achamos que com o governo (do presidente) Lula nós criamos um ambiente favorável à esquerda e acreditamos que isso dará um cenário favorável ao PT", analisa a presidente estadual do partido Juçara Dutra Vieira.
Essa avaliação leva a dirigente a considerar metas mais ambiciosas. "Vamos focar tanto no Executivo quanto no Legislativo, queremos dobrar o número de prefeitos e vices, que atualmente é de 55, alguns com chapa pura ou com vice/prefeito de outro partido e temos em torno de 400 vereadores. A gente acha que não é um dado fora da realidade aumentar em 50% as nossas bancadas, chegando a 600 vereadores e vereadoras", acrescenta.
Essa é a primeira vez que o partido deverá disputar as eleições municipais em federação, devendo compor chapas com o PV e o PCdoB. Além disso, Juçara aponta que as militâncias municipais têm indicado um diálogo preferencial com o PDT e o PSB para a composição das chapas.
Em Porto Alegre, o partido já anunciou a pré-candidatura da deputada federal Maria do Rosário para a Prefeitura. A chapa deve ser formada junto ao PSOL, que indicou o nome de Tamyres Figueira para a composição. Outros partidos federados com eles também lançaram pré-candidatos à disposição dos petistas, é o caso do PV, com Montserrat Martins, e do Rede, com Marcelo Sgarbossa.
PRD busca fortalecer partido
O PRD é uma sigla nova, que se formou pela fusão entre os antigos PTB e Patriota. "Estamos focados em organização das municipais e no fortalecimento para que o partido possa estar habilitado para efetivamente colocar candidatos", avalia o deputado estadual Elizandro Sabino, que é o presidente estadual da legenda. Ele pontua, ainda, que em Porto Alegre foi o primeiro partido a declarar apoio à reeleição de Sebastião Melo (MDB) na prefeitura.
Na maioria das cidades, no entanto, o cenário nas majoritárias ainda é incerto. Em alguns municípios, como Rio Grande, o partido busca fazer uma nominata de vereadores. Na Capital gaúcha, no entanto, a sigla perdeu todos os seus representantes na Câmara Municipal durante a janela partidária, incluindo a esposa de Elizandro, Tanise Sabino, que migrou ao MDB. Antes dela, os outros dois parlamentares do PRD, Hamilton Sossmeier e Giovane Byl, já haviam se filiado ao Podemos.
PSDB focará em reeleições e sucessões nas maiores cidades gaúchas
Nos dez maiores municípios do interior gaúcho, o PSDB contabiliza metade das prefeituras. Três dos prefeitos tucanos devem buscar a reeleição: Adiló Didomênico, em Caxias do Sul, Luiz Zaffalon, em Gravataí e Nilton Magalhães, em Viamão. Nas outras duas, deve buscar um sucessor. Em Pelotas, Paula Mascarenhas, que também é presidente municipal da sigla, está finalizando seu segundo mandato e busca um nome para a sucessão. Uma situação semelhante se desenvolve em Santa Maria, onde o vice-prefeito, Rodrigo Décimo, deverá dar continuidade ao governo de Jorge Pozzobom.
A dirigente estadual confia na figura do governador Eduardo Leite (PSDB) e busca ampliar a visibilidade do partido com foco nas próximas eleições nacionais, que acontecem em 2026. "Sabemos como as lideranças municipais tem um papel importante na visibilidade dos partidos, porque é o território onde as políticas públicas se desenvolvem. É importante conseguirmos o maior número de prefeituras para conseguirmos mostrar a nossa cara, os nossos princípios e as nossas virtudes", pontua Paula, acrescentando que o partido tem estimulado também candidaturas no interior.
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Em Porto Alegre, o partido tem demonstrado interesse em apresentar candidato próprio, apesar de não ter definido ainda qual será o nome indicado para a eventual disputa à prefeitura.
O presidente municipal da sigla, vereador Moisés Barboza, afirma que a posição da federação PSDB e Cidadania quanto à majoritária permanece a mesma. O foco, por enquanto, está nas candidaturas às vagas nos legislativos.
O presidente municipal da sigla, vereador Moisés Barboza, afirma que a posição da federação PSDB e Cidadania quanto à majoritária permanece a mesma. O foco, por enquanto, está nas candidaturas às vagas nos legislativos.
No momento, o dirigente do partido na Capital afirma que a evolução das negociações depende da articulação com o comando estadual da federação PSDB e Cidadania.