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Publicada em 28 de Março de 2024 às 17:32

Eduardo Leite adia em 30 dias decretos de corte de benefícios fiscais

Decisão foi motivada pela volta do debate de aumento da alíquota modal do ICMS

Decisão foi motivada pela volta do debate de aumento da alíquota modal do ICMS

Lauro Alves/Palácio Piratini/Divulgação/JC
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Diego Nuñez
Diego Nuñez Repórter
Após se reunir com entidades do setor produtivo, empresarial e industrial na tarde de quarta-feira (28), o governador Eduardo Leite (PSDB) decidiu adiar por 30 dias a entrada em vigor dos decretos que cortam benefícios fiscais no Rio Grande do Sul - anteriormente previstos para valer a partir de 1º de abril. O movimento ocorre após a sugestão de 24 entidades empresariais para que se volte a debater a possibilidade de aumento da alíquota modal do ICMS de 17% para 19%. A proposta, apesar de não ser unanimidade entre o empresariado, chega perto da primeira alternativa do governo do Estado, que era de elevação da alíquota para 19,5%. O Executivo anunciou o adiamento dos decretos através de nota: “Comprometido com este espírito e sensível ao consenso formado entre 26 entidades empresariais, associações e sindicatos do Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite decidiu adiar por 30 dias o início da vigência dos decretos que revisam benefícios fiscais, previstos para entrar em vigor no dia 1º de abril”.“Neste período, o governo do Estado dará os encaminhamentos na direção proposta pelo documento recebido, visando a construção de uma alternativa para a recomposição das receitas estaduais”, completa o comunicado.
Após se reunir com entidades do setor produtivo, empresarial e industrial na tarde de quarta-feira (28), o governador Eduardo Leite (PSDB) decidiu adiar por 30 dias a entrada em vigor dos decretos que cortam benefícios fiscais no Rio Grande do Sul - anteriormente previstos para valer a partir de 1º de abril.

O movimento ocorre após a sugestão de 24 entidades empresariais para que se volte a debater a possibilidade de aumento da alíquota modal do ICMS de 17% para 19%. A proposta, apesar de não ser unanimidade entre o empresariado, chega perto da primeira alternativa do governo do Estado, que era de elevação da alíquota para 19,5%.

O Executivo anunciou o adiamento dos decretos através de nota: “Comprometido com este espírito e sensível ao consenso formado entre 26 entidades empresariais, associações e sindicatos do Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite decidiu adiar por 30 dias o início da vigência dos decretos que revisam benefícios fiscais, previstos para entrar em vigor no dia 1º de abril”.

“Neste período, o governo do Estado dará os encaminhamentos na direção proposta pelo documento recebido, visando a construção de uma alternativa para a recomposição das receitas estaduais”, completa o comunicado.
É esperado, portanto, que o Palácio Piratini formule um projeto de lei para ser encaminhado à Assembleia Legislativa que reajuste a alíquota básica do ICMS no Estado. Ainda não há prazo para o envio de futuro projeto. 
Nestes 30 dias, há duas importantes questões. Primeiro, o governo deverá encomendar estudos para a Fazenda sobre o impacto de possível retirada de decretos. Afinal, a redução de incentivos fiscais teriam impacto quase imediato no caixa do Estado a partir da vigoração dos decretos. Pelo princípio da anualidade, uma alteração de ICMS só passaria a valer em 2025.
Segundo, nem todas as entidades dão acordo para o aumento da alíquota modal, apresentada pelo presidente da Cotrijal, Nei Mânica, durante a reunião com o governo. A Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), por exemplo, já se posicionou de forma contrária. 
“Acreditamos que é um grande equívoco pensar que só temos duas soluções para o problema fiscal do RS. E que ambas são aumento de imposto. Somos contra a visão de tirar mais dos mesmos. Entre a solução péssima e a horrível, não quero nenhuma. Quero uma solução construída em conjunto. O jeito certo de aumentar a arrecadação não é aumentando impostos de quem não tem como pagar, mas sim aumentando a base da arrumação", afirmou o vice-presidente da Federasul, Rafael Goelzer.
Mesmo com a decisão de Leite em adiar os decretos, está mantida a manifestação prevista para ocorrer na segunda-feira (1), quando entraria em vigor o corte de benefícios. A Federasul tem recebido a confirmação de ônibus de diversas cidades do Rio Grande do Sul que irão à Porto alegre protestar contra o que definem como aumento de impostos em frente ao Palácio Piratini. 
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) encaminhou um documento ao governo do Estado e ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adolfo Brito, demonstrando que as alíquotas efetivas de ICMS sobre combustíveis já superam os limites estabelecidos nas Leis Complementares 192 e 194. Dessa forma, avalia a entidade, é possível que a arrecadação atual de ICMS já esteja compensando as perdas previstas pela Secretaria da Fazenda. Assim, segundo a Fiergs, há alternativas que tornam o corte de incentivos fiscais desnecessário. A Fiergs também considerou adiada a decisão do governo Leite de adiar a vigoração dos decretos.

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