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Publicada em 28 de Março de 2024 às 19:26

Bairros de Porto Alegre apostam em tecnologia para o combate ao crime

Atualmente, o sistema de vigilância colaborativa opera na Auxiliadora, Moinhos de Vento, Higienópolis, Mont'Serrat e Petrópolis

Atualmente, o sistema de vigilância colaborativa opera na Auxiliadora, Moinhos de Vento, Higienópolis, Mont'Serrat e Petrópolis

Divulgação/Astro/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
Um dos pilares básicos da qualidade de vida, a sensação de segurança tem sido colocada à prova nos últimos anos. Quando tratamos de metrópoles, com altos índices de violência, essa situação é ainda mais agravada. Porém, há dois anos, um sistema de vigilância colaborativa, baseado em câmeras de alta resolução, tem inovado a forma como alguns bairros de Porto Alegre lidam com a segurança pública.
Um dos pilares básicos da qualidade de vida, a sensação de segurança tem sido colocada à prova nos últimos anos. Quando tratamos de metrópoles, com altos índices de violência, essa situação é ainda mais agravada. Porém, há dois anos, um sistema de vigilância colaborativa, baseado em câmeras de alta resolução, tem inovado a forma como alguns bairros de Porto Alegre lidam com a segurança pública.
Desde 2022, por iniciativa da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Auxiliadora (AMA), o Astro, uma caixa preta com duas câmeras acopladas, está instalado próximo a alguns prédios e comércios da Capital. Na época, conforme explica o presidente da AMA, João Corrêa, a região enfrentava uma crescente onda de criminalidade.
“Percebemos um aumento significativo de violência no bairro durante o período da Pandemia. Casos de invasão de condomínios, furto de carros, assaltos... Primeiro, pensamos em organizar rondas motorizadas, porém, chegamos à conclusão de que não seria o suficiente. Então, optamos pela tecnologia e, a partir daí, surgiu esse projeto”, explica Corrêa.
Atualmente, o sistema opera na Auxiliadora, Moinhos de Vento, Higienópolis, Mont'Serrat e Petrópolis. Custeado exclusivamente pela comunidade, o Astro conta ainda com a parceria das forças de segurança pública da cidade. A funcionalidade é simples: quando um morador presencia ou é vítima de algum crime, pode contatar a empresa responsável pelos equipamentos, a ProteRisco, através de um link ativo (um aplicativo, mas sem a necessidade de fazer download no celular).
No momento em que essa denúncia chega até a Central de Operações da empresa, o operador encontra as imagens por meio de um geolocalizador, transmitindo-as diretamente ao Batalhão da Brigada Militar mais próximo. A partir daí, cabe à polícia decidir quais ações serão tomadas.
Para a delegada Rosane de Oliveira, da 3ª DP, uma das grandes vantagens dessa tecnologia está na construção de provas sólidas em inquéritos policiais, algo que, segundo ela, está cada vez mais difícil para a polícia civil. “A imagem mostra o indivíduo no local e horário, vestindo determinada roupa... Nos dá um elemento de prova muito importante e contundente. O juiz não precisará basear sua convicção apenas no depoimento da vítima ou na defesa do acusado, o vídeo não mente”, destaca a policial.
Para ter uma cobertura total da rua, não é necessário que cada prédio, casa ou comércio tenha seu Astro - basta realizar a instalação de dois equipamentos para a cobertura de 100 metros, o tamanho aproximado das quadras dos bairros. Assim, o custo mensal é dividido pelos moradores e comerciantes da região.
O valor para aquisição do serviço, realizada por meio das associações de moradores de bairros, varia de R$ 25,00 a R$ 50,00 mensais por apartamento. No total, o preço de cada equipamento varia entre R$ 600,00 e R$ 800,00 por caixa (depende se há ou não fibra ótica disponível na região).
Martin Zabalete, proprietário de uma loja localizada no bairro Auxiliadora, relata que o serviço tem surtido efeito, resultando em uma efetiva melhora na segurança da região. Segundo ele, foram vários os casos em que as imagens acabaram sendo solicitadas para comprovar situações ou localizar criminosos.
“Temos comprovado que é eficiente. Na loja, temos câmeras internas, assim como boa parte dos comerciantes e empresários dos condomínios. No entanto, tínhamos pontos cegos muito grandes, já que, nas ruas, não havia nenhum tipo de câmeras para registrar delitos e problemas”, comenta o empresário.
Hoje, presente em cinco bairros da Capital, o Astro segue em expansão. No bairro Auxiliadora, onde ele é mais comum, são 1.700 metros de cobertura da Vigilância Colaborativa. Ao todo, participam como colaboradores comunitários 30 condomínios, 12 comerciantes, três clubes sociais e três instituições de ensino. 

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