Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 23 de Abril de 2024 às 19:00

Os livros e seu papel na democratização de uma sociedade

Editorial

Editorial

ARTE/JC
Compartilhe:
JC
JC
A leitura é um importante instrumento de transformação social e pessoal e de acesso ao conhecimento. Neste 23 de abril, data em que se celebra o Dia do Livro, é necessário refletir sobre a democratização do acesso a livros no Brasil.
A leitura é um importante instrumento de transformação social e pessoal e de acesso ao conhecimento. Neste 23 de abril, data em que se celebra o Dia do Livro, é necessário refletir sobre a democratização do acesso a livros no Brasil.
Hoje, com os smartphones, se tem acesso a qualquer informação na palma da mão. O papel da tecnologias na difusão de informação e na aquisição de conhecimento deve ser reconhecido, mas não substitui o hábito de ler, seja um romance, um noir, um thriller ou um exemplar técnico.
Embarcar na jornada da leitura é um meio de conhecer novos mundos, diferentes realidades, de expandir a mente para além do próprio microcosmo. É, igualmente, uma forma de empoderamento - palavra tão em voga nos dias de hoje -, sobretudo em uma sociedade como a brasileira, ainda tão marcada pelas desigualdades sociais.
O último Censo do IBGE, de 2022, mostrou que o Brasil tinha 5,6% de analfabetos. É preciso reconhecer a melhora nos números, já que, em 2019, a taxa era de 6,1%. Ainda assim, em um País com 215 milhões de habitantes, 9,6 milhões acima dos 15 anos não sabiam ler nem escrever.
Outro dado, esse sobre a aquisição de exemplares no País, consta no Panorama do Consumo de Livros, pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira do Livro e realizada pela Nielsen BookData. Além do gênero - mulheres compram mais livros -, a classe sociodemográfica e o nível de escolaridade é o que define o perfil de leitura. Somente 5% das classes D e E têm o costume de comprar livros, contra 34% da classe A. Mas não é preciso comprar livros para ter acesso à leitura. No Brasil, 95% dos municípios têm bibliotecas públicas em funcionamento.
Já os números do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2022 - última realização - evidenciam que o impacto da defasagem de leitura na aprendizagem é enorme. Entre os estudantes brasileiros de 15 e 16 anos, 50% têm resultados nível 1 em leitura, em uma escala que vai de 1 a 5. Uma dificuldade que se reflete em outras disciplinas, justamente pela dificuldade em compreender o que se lê.
Os índices de analfabetismo, de aprendizagem e de compra de livros dão um panorama da situação dos brasileiros em relação à leitura. Acima de tudo, no entanto, mostram que é preciso muito mais para arraigar o hábito na população, cujo baixo nível de leitura é um reflexo da condição social e econômica do Brasil. Mudar esse cenário passa por aspectos históricos profundos, e a escola e os professores possuem um papel fundamental para que isso ocorra.
 

Notícias relacionadas