Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 28 de Março de 2024 às 18:09

Consumo de sorvetes cresce no Estado na esteira das altas temperaturas

Produção da Arte Freddo busca incentivar o consumo de sorvete em qualquer época do ano

Produção da Arte Freddo busca incentivar o consumo de sorvete em qualquer época do ano

FERNANDA FELTES/JC
Compartilhe:
Carlos Severgnini
As altas temperaturas acima da média registradas no Estado no verão passado e nos dois anos anteriores, e também presentes neste começo de outono, são motivo de comemoração para a indústria sorveteira. Levantamento da Associação Gaúcha das Indútrias de Gelados e Afins (Agagel) mostrou um aumento de 12,9% no volume de produção de sorvetes no  Rio Grande do Sul entre 2022 e 2023. Já para 2024, a projeção é que o segmento obtenha ganhos entre 5% e 10% em produção.
As altas temperaturas acima da média registradas no Estado no verão passado e nos dois anos anteriores, e também presentes neste começo de outono, são motivo de comemoração para a indústria sorveteira. Levantamento da Associação Gaúcha das Indútrias de Gelados e Afins (Agagel) mostrou um aumento de 12,9% no volume de produção de sorvetes no  Rio Grande do Sul entre 2022 e 2023. Já para 2024, a projeção é que o segmento obtenha ganhos entre 5% e 10% em produção.
No Brasil, para esse mesmo período, o incremento foi de 22,4%, sem incluir produtos de foodservice e açaí. A expectativa para todo o ano de 2024, segundo a Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis (Abrasorvete), é de um crescimento de 5% no volume de produção.
Segundo o presidente da Associação, Martin Eckhardt, investimentos diversos da indústria e uma resposta às altas temperaturas registradas influenciaram os resultados. “Tivemos muitos investimentos em novas linhas de produtos e o clima foi bastante favorável em algumas regiões, com frentes de calor que ampliaram consideravelmente as vendas, alcançando um crescimento de 15% em 2023”, comenta.
No caso do  mercado gaúcho, o presidente da Agagel, Gian Lisboa, aponta ainda uma transição na maneira como se procura consumir os gelados. "Agora tem sorvete de tudo quanto é jeito, no café, no brownie, sorvete com milkshake quente, etc.", destaca ele.
Lisboa ressalta ainda que essa procura pelo produto vai além das vendas sazonais. "Eu acho que é principalmente o conhecimento, a informação disseminada do consumidor, mas, ao mesmo tempo, nós, como sorveteiros, que trazemos inovação e mostramos que também se pode tomar sorvete no inverno", ressalta.
Ana Gaspary, proprietária da sorveteria Arte Freddo, em Porto Alegre, vem sentindo de perto o incremento do consumo. "Acreditamos que isso foi resultado de quatro aspectos: ações internas de gestão de produtos e serviços; o fato de possuirmos uma carteira de clientes com alto índice de fidelidade, e que nos prestigia o ano todo, independente da estação; grande variação de temperatura, que alternou dias de frio com dias de muito calor; e sim, de uma forma geral, estamos observando uma lenta mas contínua mudança de comportamento do consumidor referente à percepção de que sorvete é só no verão", pondera.

"Por isso acreditamos ser fundamental que as gelaterias genuinamente artesanais continuem oferecendo cada vez mais produtos de qualidade, que, além do sabor também tenham ricos nutrientes para a saúde, um aspecto cada vez mais importante nas escolhas de consumo, transformando o gelato em um doce a ser consumido em qualquer época do ano, assim como qualquer outro produto de confeitaria de alta qualidade", avalia Ana.  
O lado da indústria comemora. O proprietário da Sorvtchê, Vanderlei Paulo Bonfante, comenta o fortalecimento da comunidade sorveteira com as novas tendências de consumo. "Aqui a demanda está crescendo também por esse novo visual das lojas, os produtos diferenciados que estão sendo feitos. Para se ter uma noção, a nossa firma, a Sorvtchê, cresceu 21%, quase 22% no ano passado. E, agora, em janeiro e fevereiro, tivemos um incremento já acima disso aí", comemora.
Quanto aos investimentos, Bonfante conta já ter negociado insumos para os próximos meses do ano, frente aos bons ares da produção sorveteira, desconsiderando a sazonalidade, antes impeditiva ao crescimento. "Hoje nós temos no Brasil 10, 12 grupos de sorveteiros que trocam informação, mandam uma taça diferenciada para um, manda para outro. Essa criatividade que pega de uma região pra outra está incentivando as pessoas a fazerem mudanças, a trazerem produtos, qualidade nova, cremes novos, e eu acredito que isso veio para ficar", evidencia.

Notícias relacionadas