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Esportes

- Publicada em 16 de Maio de 2018 às 16:33

Em CPI, ex-técnico da seleção de ginástica diz que acusações de assédio são vingança

O ex-técnico da seleção brasileira de ginástica Fernando de Carvalho Lopes fala pela primeira vez, na tarde desta quarta-feira (16), sobre as acusações de ter abusado sexualmente de mais de 40 atletas que treinou. Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos do Senado, ele reafirma ser inocente e classifica o movimento de seus ex-comandados como vingança.
O ex-técnico da seleção brasileira de ginástica Fernando de Carvalho Lopes fala pela primeira vez, na tarde desta quarta-feira (16), sobre as acusações de ter abusado sexualmente de mais de 40 atletas que treinou. Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos do Senado, ele reafirma ser inocente e classifica o movimento de seus ex-comandados como vingança.
Anteriormente, Lopes só havia se pronunciado via nota oficial ou por meio de seu advogado, Luís Ricardo Davanzo. "Eu trabalho há 20 anos, não há 20 meses, nem há 20 dias. A partir do momento em que uma acusação dessas é feita em meu nome, eu entendo que é uma denúncia muito grave e difícil de lidar. Sou pai e sou o primeiro a falar que sou contra (assédio) e correria atrás dos direitos pelos meus filhos. Mas o volume que foi colocado sobre mim, a forma que foi feita, eu não penso outra coisa a não ser vingança", d defende-se o técnico.
Lopes relaciona o possível complô ao fato de ter sido um treinador rígido. Diz que criou inimigos por fazer duras cobranças e interferir no salário e nas bolsas de seus ex-comandados. E autoriza a CPI a quebrar seu sigilo telefônico, fiscal e de e-mail. "Nunca fui um técnico manso, pelo contrário. Muitas crianças treinavam comigo chorando por causa da rigidez, mesmo depois de competições. Criei inimigos, cortei bolsa de atleta, cortei salários de atletas, salários de auxiliares e prejudiquei quem não seguia a minha linha de trabalho. Criei desavenças - alega.
Durante a CPI, o técnico foi confrontado com depoimentos dos acusadores e negou a veracidade dos episódios, denunciados inicialmente ao programa Fantástico, da TV Globo. As vítimas contaram que eram tocadas por Fernando, principalmente em banheiros e quarto de hotéis, e que parte desses abusos eram registrados em fotos e vídeos. O treinador confirmou que tomava banho com seus comandados, mas negou qualquer interação abusiva.
A convocação do ex-técnico para depor na Comissão foi feita a partir de um requerimento apresentado pelo presidente do colegiado, senador Magno Malta (PR-ES). Fernando de Carvalho Lopes chegou ao plenário por volta das 14h30, acompanhado de seu advogado. Ao iniciar a sessão, Malta informou que o papel da CPI é de investigar e não tripudiar do acusado. "Eu entendo sua situação, sei como é constrangedor estar sentado aqui, mas aqui é sua oportunidade de esclarecer. Eu lhe dou o tempo que o senhor quiser", afirmou Malta.
O advogado de Fernando solicitou que o depoimento fosse em sessão fechada, alegando que o processo corria em segredo de justiça. "Ele tem interesse de prestar esclarecimentos em relação aos fatos, mas o processo segue em segredo de justiça", declarou Davanzo.
Magno Malta indeferiu o pedido argumentando que o caso era de interesse público e que, se fosse necessário, a sessão poderia ser fechada em algum momento. O depoimento de Fernando de Carvalho Lopes teve início por volta das 14h40.
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